segunda-feira, agosto 27, 2018

Tratamento entre Confrades


Tratamento entre Confrades.

Faz-me confusão, como é que as pessoas entram, fazem parte ou dirigem uma coisa, que não sabe o que são.
Como por exemplo, uma Confraria e o que é uma Confraria, ou ainda mais em concreto uma Confraria Gastronómica; e sobre Confraria no dicionário encontramos: Por confradaria de frade < Lat. fratre, irmão s. f., associação com ou sem fins religiosos; irmandade; congregação; conjunto de pessoas da mesma categoria, com os mesmos interesses ou com a mesma profissão; sociedade; associação.
Assim faz-me muita confusão quando assistimos, nos capítulos de entronização, começam a tratar os confrades pelos seus títulos académicos ou outros, afinal de contas estamos numa confraria ou seja uma irmandade, nas confrarias isto é inadmissível, uma vez que uma confraria é uma irmandade, e não se trata um Irmão por Dr., Eng., ou Arq., ou qualquer outro título.
Embora esteja igualmente errado, até dou de barato, que se tratem por Vocês, porque desconhecem a que “você” não existem na Língua portuguesa, até porque mesmo em certas regiões de Portugal, especialmente nas zonas desenvolvidas como as cidades, o tratamento por você é considerado diminuidor, tradicionalmente a resposta é "você é linguagem de estrebaria!", e é considerado até uma forma de insulto ou de desvalorização. Num contexto mais formal, o “você” é substituído por "senhor", "senhora" ou, na maioria das vezes, simplesmente não se recorre a um sujeito.
Uma Confraria, irmandade ou fraternidade é um grupo de pessoas que se associa em torno de interesses ou objetivos comuns, seja o mesmo ofício, a mesma profissão, modo de vida ou religiosos ou espirituais.
O termo origina-se da Idade Média, a referir-se a associações religiosas ou laicas, que se reuniam com a dupla finalidade - espiritual e assistencial.
As confrarias laicas ou corporativas eram associações que tinham como finalidade a assistência mútua dos associados e a defesa dos interesses comuns, a assistência em caso de pobreza, doença e velhice, bem como o sepultamento e sufrágio das almas dos confrades.
Das Confraria laicas, nasceram as Confraria Gastronómicas, que nasceram com a finalidade da defesa de um produto local, regional ou nacional, não deixando que o mesmo se perca com o tempo e salientando as suas origens e tradições.
Acho que está na altura das pessoas, que estão ou vão entrar para uma confraria saibam a história e tradição do que é uma confraria e como se devem tratar dentro da mesma.
Afinal das Confraria não foram criadas de certeza para serem feiras das vaidades.
Um povo que não conhece a sua história está condenado a não saber projectar bom futuro”.

Henrique Tigo
Grão-mestre da Confraria dos Enchidos

sexta-feira, agosto 24, 2018

Barão de Alfornelos

Barão de Alfornelos 


Por direito próprio tem o Senhor Barão de Alfornelos, Dom Henrique Tiago Nogueira Afonso Mourato ( Henrique Tigo) as suas armas registadas no Real Conselho de Nobreza. As referidas nobres armas estão ordenadas da seguinte forma:
De Azur, com um Leão rampante, coroado, de ouro, segurando na garra dextra uma corbeille de três Romãs de prata; correia de gules, paquife e virol de Azur e Prata. Coroa de barão. Timbre o leão coroado sainte e rampante.
Romãs
Fruto oriundo da antiga Pérsia, há quem acredite que as romãs eram uma fruta do Paraíso. A origem do seu nome vem do latim ‘pomum’ (maçã) ‘granatus ‘ (com sementes). Os arquivos cuneiformes da Mesopotâmia já tinham referências às romãs. Por causa da sua casca grossa as romãs resistem mais do que outras frutas às variações meteorologicas. Por isso foram usadas como alimento nas travessias do deserto. 
A Sagrada Escritura ensina que as romãs são símbolos de Rectidão ou Honradez. O livro do Êxodo explica que as romãs estavam esculpidas no Templo de Salomão em Jerusalém. Cada romã possui 613 sementes. Tantas, quantos os provérbios judaicos (Mitzvots) inscritos na Tora. 
O estilo Manuelino esculpido na pedra dos mosteiros dos Jerónimos, da Batalha ou de Tomar, tem nas romãs uma presença permanente. Nos edifícios simbólicos do reinado de D.Manuel I, sobretudo nos domínios da Ordem de Cristo vislumbram-se com frequência três romãs sobre a Esfera Armilar. Cristóvão Colombo parecia ter relações muito íntimas mas secretas com a Ordem de Cristo. Um dos aspectos que o aproximam desta Ordem é o seu apego ao culto do Espírito Santo e a Jerusalém. O retrato de Cristóvão Colombo está representado na “Virgem dos Navegantes” pintado cerca de 25 anos depois do seu falecimento pelo pintor alemão Alejo Fernandéz (c. 1470 - 1545) que regista no vestuário de Colombo, um padrão de três romãs. Não se sabe se para afirmar as raizes judaicas de Colombo. Sabe-se que o navegador chamou Granada a uma das primeiras ilhas que descobriu.
Leão
Símbolo de força, grandeza e nobreza de condição. Foi com as marcas da sua casa real que sua majestade o rei Kigeli V quis assinalar e distinguir, este novo barão. 
É todo este simbolismo da rectidão e honradez, da terra geográfica conhecida, da união das diferenças, da ligação ao Espírito Santo e ao Templo de Salomão que este já antes homem de bem, carregará nas armas que o assinalam como barão.

Sou abstémio

Sou abstémio!

Vivemos num dos países com maior consumo de bebidas alcoólicas e no pais com maior consumo de vinho do mundo. Numa altura em que tanto se fala de bullying, esquecem-se das pessoas que sofrem de bullying por serem abstémios.
Eu sou, abstêmio assumido. Nunca bebi vinho nem cerveja na minha vida e por isso sou vítima de “bullying” porque em Portugal, ainda temos a mentalidade que “Macho que é Macho tem de beber”.
Não necessito de beber para me divertir ou saborear uma bela refeição. Quem disse que a comida só é boa se acompanhada por vinho?
As pessoas não percebem ou não querem perceber o quanto são “chatas” e mal-educados com a questão do beber vinho e vivo num grande dilema: como convencer a todos que sou feliz sem beber e que gosto de estar sóbrio?
Ser abstémio para mim é natural e nunca ninguém nunca me obrigou a ser abstémio foi por opção própria, aliás o meu pai e os avós eram apreciadores de bom vinho, mas nunca me aborreceram por eu não querer beber.
Fiz parte da comissão de praxes na faculdade e sobrevivi a esses tempos sem beber nada, aí, onde eram comuns as rodadas e mais rodadas nos bares perto do campus da Universidade e até havia o Rally das Tascas. Eu fiz tudo: mesmo tudo, diverti-me, ri, chorei, emocionei-me e até amei mas, sempre sóbrio.
Hoje como Grão-mestre de uma confraria gastronómica mantenho-me com o meu estado de abstémia, e não é fácil pois anda tudo à minha volta a “melgar”: É hoje que vais beber, bebe isto e aquilo, é hoje, de hoje não passa…
Chega, se eu estive 40 anos sem beber, se ninguém me conseguiu convencer a beber vinho ou cerveja, não vão ser as “melgas” que acham que têm graça que o vão conseguir… Eu nunca digo, nunca, nem digo que um dia possa querer experimentar, mas será quando me apetecer, até lá, chega!
Portugal têm a maior taxa de acidentes mortais por causa da ingestão de bebidas alcoólicas, mas mesmo assim, as pessoas continuam a beber e a meterem-se no carro, colocando a sua vida, e a dos outros, em risco, e ainda chateiam os outros para beber. Eu sou abstêmio e o que me oferecem nos meus anos e no Natal? Garrafas de Vinho!
É como os que se dizem católicos, que não comem carne na Quarta-Feira de Cinzas, nas sextas-feiras da Quaresma e na Sexta-Feira Santa, porque representa o Corpo de Cristo, mas os Portugueses são os únicos que nesta altura bebem vinho, o que não deviam fazer pois ele representa o sangue de Cristo, se não comem carne, não deviam beber vinho, mas isso não.
Já o Prof. Dr. Oliveira Salazar, mandava beber vinho e até dizia que “…beber vinho é dar de comer a um milhão de Portugueses.”
Tudo bem, cada maluco com a sua, eu respeito a vossa, por isso só peço: -Respeitem a minha abstinência!

quinta-feira, agosto 23, 2018

Entrevista na SIC dia 16 de Agosto de 2018

A minha entrevista no telejornal da SIC dia 16 de agosto de 2018, pela Jornalista Ana Paula Almeida