quarta-feira, dezembro 14, 2005

Natal

A História do Natal

O Natal para muito a data mais bonita do ano, a altura onde estamos em harmonia com a nossa família, onde trocamos presentes e comemos bastantes doces, a ornamentação de árvores, ou a iluminação das casas ao Natal.

O Natal é, sem dúvida, uma das celebrações mais complexas do calendário português, no qual se observam elementos de cultos, cerimónias da liturgia cristã comemorativas do nascimento de Jesus Cristo, entre outros.

Actualmente, devido a uma crescente globalização, o Natal português começa a ser influenciado por outras culturas, sobretudo através dos filmes americanos, um dos factos que comprova este tendência é a substituição do Menino Jesus pelo Pai Natal na entrega dos presentes; os tradicionais presépios que representam o nascimento de Cristo têm agora de coexistir com a árvore de natal, de origem certamente germânica. Contudo, isto não quer dizer que as tradições natalícias portuguesas desapareceram.

No dia 24 Dezembro, véspera de Natal, à noite, em certas partes do país (especialmente no norte) tem lugar a Ceia de Natal (chamada de consoada), nesta serve-se bacalhau cozido e a doçaria cerimonial (rabanadas, sonhos, mexidos, etc.).

Ainda no dia 24, no final da ceia, há a Missa do Galo à meia-noite, embora actualmente esta missa esteja a cair em desuso, contudo a origem do Natal antecede 2000 anos com o nascimento de Jesus Cristo, e remontando à Mesopotâmia e aos festivais de Fim de Ano.

Pois para os mesopotâmios, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do Inverno e eles acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se e Marduk, o seu principal Deus tinha, que derrotá-los para preservar a continuidade da vida na Terra.

O Zagmuk, um festival de Ano Novo que durava 12 dias, era então realizado para ajudar Marduk na sua batalha.

A Mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, como os gregos que celebravam por esta mesma altura a luta de Zeus contra o titã Cronos.

Mais tarde, através da Grécia, o costume chegou aos romanos, tendo inspirado o festival chamado Saturnalia (em homenagem a Saturno). No dia 23 de Dezembro dava-se o solstício do Inverno, a noite mais longa do ano no Hemisfério Norte.

Para estes povos a data era parte de um ciclo de infertilidade que existia desde o Outono. Os dias tornavam-se cada vez mais frios e curtos, até o ponto máximo do solstício.

A partir de então, sabia-se que o Sol ia voltar a subir, e o calor ressurgia em algum tempo. No dia 25 de Dezembro, quando já era notória a vitória do dia sobre a noite, eram realizadas grandes festas nas ruas em comemoração do regresso do Sol.

Nessas festas, surgiram grande parte das tradições que mantemos até hoje no Natal. Na Europa, algumas tribos celebravam ao redor de um pinheiro, uma das árvores mais resistentes ao frio. Isso tinha dois significados: além da força, por conseguir suportar o rigoroso Inverno, a sua forma, apontando para o céu, significava a união dos homens com o Sol.

Para representar essa fertilidade que se iniciava, os participantes na festa trocavam presentes entre si, e enquanto dançavam e tocavam, comiam bolos e grãos. Árvores verdes eram ornamentadas com ramos de loureiro e iluminadas por muitas velas para espantar os maus espíritos da escuridão.

O Natal Cristão

Foi só em meados do século IV d.C. que se começou a festejar o nascimento do Menino Jesus, tendo o Papa Júlio I fixado a data no dia 25 de Dezembro, já que se desconhece a verdadeira data do Seu nascimento.

Uma das explicações para a escolha do dia 25 de Dezembro como sendo o dia de Natal prende-se com a intenção de combater toda e qualquer celebração pagã do mês de Dezembro, nomeadamente a Saturnalia. Esses cultos que veneram outras divindades tornaram-se uma ameaça para o poder da Igreja Católica quando ela começou a expandir-se.
Ela não poderia permitir cultos a outros deuses além do seu, mas também não conseguia impedir as festas do dia 25, de tão tradicionais que eram. Então, a Igreja deu um significado religioso à data e para que esta convenção fosse universalmente aceite, nada melhor do que absorver alguns dos rituais pagãos, como as velas e trocas de presentes, que passaram a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino Jesus.

No ano de 1752, quando os cristãos abandonaram o calendário Juliano para adoptar o Gregoriano, a data da celebração do Natal foi adiantada em alguns dias para compensar esta mudança no calendário. Algumas zonas optaram por festejar o acontecimento em 6 de Janeiro, contudo, gradualmente esta data foi sendo associada à chegada dos Reis Magos e não ao nascimento de Jesus Cristo.
Henrique Tigo

sexta-feira, dezembro 02, 2005

8 de Dezembro


Porque é feriado dia 8 de Dezembro
Imaculada Conceição de Maria Santíssima.


A Igreja Católica Romana celebra a 8 de Dezembro o dia da Imaculada Conceição de Maria Santíssima.

É uma festa que se situa no início do Ano litúrgico, no Tempo do Advento, iluminando o caminho da Igreja rumo ao Natal do Senhor. A solenidade di dia 8 de Dezembro tem como fundo o ícone bíblico da Anunciação, na qual ecoa a misteriosa saudação do Anjo: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo» (Lc 1, 28). «Cheia de graça»! Eis Maria, do modo como Deus a idealizou e quis desde sempre, no Seu imperscrutável desígnio: uma criatura totalmente repleta de amor divino, bondade, beleza e santidade.

Imaculada Conceição é um dos importantes títulos com que é venerada pelos católicos a Virgem Maria.

O título litúrgico da Imaculada Conceição que os católicos invocam, professa a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original desde sua mãe Santa Ana, e nasceu portanto, sem o pecado original.

O título expressa portanto que a mãe de Jesus é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.

O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus, resultado da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já devotava uma festa em seu calendário em 1476; entretanto nos anos 700 esta celebração já existia no Oriente.Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Nos quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: " Eu sou a Imaculada Conceição" .

Em Portugal o culto foi oficializado por D.João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que foi aclamado quando se iniciava a festa de Imaculada Conceição.
Sendo deste então um dos nossos feriados nacionais.

Henrique Tigo

domingo, novembro 20, 2005

1º de Dezembro

Restauração da Independência de Portugal





No dia 1º de Dezembro assinala-se a Restauração da Independência de Portugal. Tudo começa em finais do séc. XVI: o rei de Portugal era D. Sebastião. Em 1578, D. Sebastião morreu ou desaparece na batalha de Alcácer-Quibir, no norte de África. Portugal ficou, assim, sem rei, pois D. Sebastião era muito novo e ainda não tinha filhos, não havia herdeiros directos para a coroa portuguesa Assim, quem subiu ao trono foi o Cardeal D. Henrique, que era tio-avô de D. Sebastião. Mas D. Henrique só reinou durante dois anos.

Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
Durante esses 60 anos, viveu-se em Portugal um período que ficou conhecido na História como "Domínio Filipino". Depois do reinado de Filipe II (I de Portugal), veio a governação de Filipe III (II de Portugal) e Filipe III (de Portugal). Estes reis governavam Portugal e Espanha ao mesmo tempo, como um só país sendo A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.

Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.

Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos e nos Restauradores mataram-no a tiro e foi atirado da janela abaixo.

A Duquesa de Mântua foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV, Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

A partir desse dia o dia 1 de Dezembro passou a ser comemorado todos os anos como o Dia da Restauração da Independência de Portugal, já que o trono voltou para um rei português.

A monarquia em Portugal acaba a 5 de Outubro de 1910 como já referi noutro artigo.
Henrique Tigo

quarta-feira, novembro 09, 2005

25 de Novembro de 1975


O golpe militar do 25 de Novembro de 1975


O Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 foi o golpe que pôs fim à influência da esquerda militar radical no período revolucionário iniciado pela esquerda militar.

Foi um golpe militar inserido no processo contra-revolucionário, que começou com insubordinações e sublevações militares do verão quente e de Outubro e Novembro de 1975

O golpe de 25 de Novembro foi uma acção militar que constituiu uma resposta à resolução do Conselho da Revolução de desmantelar a base aérea de Tancos e de substituir alguns comandantes militares.

Consequentemente, o almirante Pinheiro de Azevedo permaneceu no poder enquanto primeiro-ministro do VI Governo Provisório e demitiram-se alguns militares, tendo ainda Otelo Saraiva de Carvalho ter sido preso.

A preparação do Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 teve muitos meses de preparação antes de Novembro. O golpe foi preparado pelo Movimento, que define por ser contra o que chama os dissidentes.

O «Movimento» chamava a si a preparação e decisão do golpe militar, mas, preservando e garantindo a legitimidade revolucionária do Presidente da República a cúpula efectiva era o «Movimento», que dispunha de dois grupos dirigentes:

O primeiro militar, inicialmente constituído por Ramalho Eanes, Garcia dos Santos, Vasco Rocha Vieira, Loureiro dos Santos, Tomé Pinto e José Manuel Barroso. A sua principal era a elaboração de um plano de operações tarefa que realizou, tendo para isso muito contribuído a liderança de Ramalho Eanes.
O segundo o político, de que faria parte o famoso Grupo dos Nove, que viria a desempenhar o papel de um verdadeiro estado-maior de Vasco Lourenço, que assumira a chefia do dito Movimento.

Fala-se da acção militar do Grupo dos Nove na preparação para o golpe Pois para Além das acções legais ou semi-legais a que deitariam as mãos para obter a supremacia militar, também pretendiam desenvolver acções clandestinas para uma preparação em caso de confrontação.

O Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 seria para pôr fim a uma situação insustentável que vinha de longe.

O papel de Ramalho Eanes é sublinhado nas valiosas informações que, é designado em 22 de Novembro e confirmado a 24 Comandante da Região Militar de Lisboa em substituição de Otelo Saraiva de Carvalho.

O papel de Eanes expressou-se aliás publicamente, logo após a vitória do golpe, em factos tão significativos como a sua ascensão a Chefe do Estado-Maior do Exército (interino em 27-11-1975 — posse em 9-12-1975) e ulteriormente a Presidente da República eleito.

Está mais que provado, assumido e confessado, que se tratou de um golpe militar de contra-revolucionário há muito em preparação num turbulento processo de arrumação e rearrumação de forças.

O Golpe de 25 de Novembro de 1975 leva a substituição de alguns comandantes militares e a dissolução da Base-Escola de Pára-quedistas de Tancos pelo Conselho da Revolução é o rastilho que faz desencadear o 25 de Novembro. Pára-quedistas da Base-Escola de Tancos ocupam as aéreas de Tancos, OTA e Monte Real, enquanto as tropas do Ralis tomam posições estratégicas nas vias de comunicação de acesso a Lisboa.

O presidente da República decreta o estado de sítio. O Regimento de Comandos da Amadora acaba por ter um papel decisivo na neutralização das unidades de esquerda radical., após terem a garantia que os fuzileiros não saiam.

O vanguardismo militar caí. Os partidos, a partir de agora, como representantes da vontade popular, passam a ter um papel mais dinâmico.

Mário Soares e Sá Carneiro acusam o PCP e a extrema-esquerda pela responsabilidade do golpe.

Henrique Tigo

sábado, novembro 05, 2005

O Apoio Francês em 1640

Apoio de França a Portugal em 1640
Durante o período de denominação ocupação Filipana (1580-1640) em Portugal e nas suas colónias apareceram também os Holandeses. A primeira povoação a ser criada é Cacheu, em 1588, e que se tornou mais tarde na sede das primeiras autoridades coloniais de nomeação régia -os capitães-mores.

Em meados do século XVII, a ocupação portuguesa estende-se ao longo dos rios Casamansa, cacheu, Geba e Buba. Em 1687 constrói-se uma importante fortaleza em Bissau. Sucede-se até ao século XIX um período de conflitos entre Portugal, a Inglaterra e a França pela posse destes e outros territórios da Costa Ocidental de África. A França consegue melhores resultados. Pela Convenção de 1836, Portugal cede-lhe os territórios que virão a constituir a África Ocidental Francesa.

O fim a escravatura, o principal negócio da região, levou a que fosse desenvolvida a agricultura e silvicultura, onde operam grandes companhias francesas, inglesas e alemãs que exploravam o amendoim, óleo de palma e borracha. Em 1879 a Guiné passa a ter um governo próprio. Em 1943 a capital é fixada em Bissau.

Portugal já era há muito uma Potência independente, quando em 1581 passou para o domínio espanhol. Os Portugueses já haviam dobrado o cabo da Boa Esperança, aberto novo caminho ao comércio das Índias, e enchido com o seu nome esse rico país, onde se assinalaram por inúmeras façanhas e formaram os primeiros estabelecimentos europeus. Tinham descoberto o Brasil, e começado a fundar nessa parte da América uma colónia rica.

Não puderam as demais Potências da Europa ver sem receio, que se reunia aos reinos de Espanha uma monarquia tão vantajosamente situada para fazer uma grande parte do comércio do mundo, e que possuía os mais ricos e vastos estabelecimentos em ambos os hemisférios.

Assim quando os Portugueses em 1640 tentaram restituir ao trono a casa de Bragança, receberam poderosos socorros, mas nenhuma Potência lhos ministrou mais eficazes que a França.

Via a razão desse afastamento no triste episódio do infante D. Duarte, irmão do duque de Bragança, depois rei D. João IV. Após ter servido o imperador Fernando III na guerra contra os Suecos e seus aliados durante alguns anos, D. Duarte veio a ser preso quando se verificou a restauração portuguesa de 1640 e depois vendido aos Espanhóis, que o encerraram no castelo de Milão, onde permaneceu até à morte, em 1649.

Este caso e a prolongada guerra em que Portugal defendeu, contra a Espanha, a independência recuperada (1640-1668) tornaram impossível, por muito tempo, a normalização das relações entre Lisboa e Viena. Nem sequer a paz com o país vizinho (1668) veio alterar de modo sensível esta situação, dado que o relacionamento entre os dois Estados peninsulares não seguiu, desde logo, um caminho fácil, não faltando, nos primeiros anos, desconfianças e incidentes perturbadores.

Com a pacificação europeia dos tratados de Nimega (1678-1679), que puseram fim à chamada guerra da Holanda? Pacificação em que empenhara grandes esforços o papa Inocêncio XI, pôde este alimentar a esperança de ver os príncipes cristãos unirem-se contra os Turcos. É sabido que este pontífice? o mais notável do século XVII ? tinha feito da luta contra o perigo otomano uma das maiores preocupações da sua vida e do seu governo. Segundo o seu projecto, devia ser constituída uma aliança entre os países mais directamente ameaçados, enquanto os outros se limitariam a auxiliar com armas ou dinheiro.

Nesse sentido Inocêncio XI fez desenvolver uma intensa actividade diplomática nas capitais europeias e, dando o exemplo do que pregava, enviou ele próprio, durante o seu pontificado, importantes ajudas financeiras ao Imperador, à Polónia e a Veneza. E precisamente o perigo turco é que viria em breve a constituir um factor de aproximação entre Portugal e a Áustria.

Após um período de crises internas, com o consequente enfraquecimento do poder central e a desordem administrativa, o império otomano beneficiou, no terceiro quartel do século XVII, de vinte anos de estabilidade, assegurada por dois enérgicos grão-vizires da família Köprülü, de origem albanesa, que ocuparam sucessivamente o cargo (1656-1676). À restauração da autoridade interna correspondeu, no plano exterior, uma política de restabelecimento do prestígio e da preponderância militar, que não tardaria a transformar-se em temerosa ameaça para a Europa central. Abriu-lhe caminho o problema húngaro.

Arquiduques da Áustria e senhores dos outros «países hereditários», os príncipes da casa de Habsburgo eram também, no século XVII, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico e reis da Boémia e da Hungria, esta reduzida à chamada Hungria real, pois a maior parte do território estava ocupada pelos Turcos desde o século XVI. As relações entre o soberano austríaco e os súbditos magiares tinham sido frequentemente difíceis, acabando por fim em revolta aberta, que, prolongada no tempo, veio a causar grandes embaraços à corte de Viena.

Os progressos da insurreição na Hungria real suscitaram uma crescente intervenção turca nesta região, colocada praticamente, desde 1682, sob protecção otomana. Por influência da política guerreira do grão-vizir Kara Mustafá, e aproveitando o momento favorável, empreenderam os Turcos a grande ofensiva do verão de 1683, e, desde 14 de Julho, Viena ficou cercada por um poderoso exército, que os historiadores modernos calculam de 100.000 a 140.000 combatentes. “A mais importante campanha da história turca tinha começado”, no dizer de um estudioso desta nacionalidade, e, com ela, um período de grave preocupação para o mundo cristão.

Em 1640, quando a classe média e aristocracia, descontentes com o domínio espanhol e com o reinado de Filipe III de Espanha II de Portugal, quiseram restaurar a independência, foi ele o escolhido para encabeçar a causa. João aceitou a responsabilidade com relutância, diz a lenda que incentivado sobretudo pela sua mulher Luísa de Gusmão.

A 1 de Dezembro deu-se o golpe e, em 15 de Dezembro foi coroado Rei de Portugal; foi aliás o último rei de Portugal a ser coroado, pois D. João ofereceu a coroa de Portugal a Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que desde então se tornou rainha e padroeira de Portugal.

Após a Restauração, seguiu-se uma guerra com Espanha na Península Ibérica e nas colónias, onde Portugal foi assistido pela Inglaterra, França e Suécia (adversários dos espanhóis na guerra dos trinta anos). A independência de Portugal foi reconhecida por Espanha apenas em 1668.

Filho de Henrique IV e Maria de Médicis, foi coroado, ainda criança (1610), tendo a regência sido confiada à sua mãe. Em 1614 passou a exercer o poder, tendo procedido a uma purga entre os seguidores da rainha-mãe, entre os quais pontificava o italiano Concini, mestre de venalidade. O início do reinado foi perturbado pela resistência da alta nobreza e dos huguenotes. Graças a Armand du Plesis, cardeal Richelieu, homem de rara argúcia e talento político, consegue articular, no plano interno, uma política de centralização, com a sufocação das veleidades da nobreza e irradicação do protestantismo. Em 1628 manda atacar o bastião do protestantismo gaulês, La Rochelle, sem que tal iniciativa o iniba de desenvolver uma política de apoio aos príncipes alemães protestantes em guerra com a Espanha da Áustria e o Sacro Império de Fernando II de Habsburgo, paladinos do catolicismo.
Em 1635, decide-se pela intervenção da França ao lado dos Protestantes na Guerra dos Trinta Anos (1618-48). O fim do reinado foi marcado pelos flagelos da fome e das Jacqueries (revoltas camponesas) motivadas pela penúria causada pela guerra. Ao morrer, deixa no trono o seu filho Luís (Luís XIV), de quatro anos de idade.
Henrique Tigo

quarta-feira, outubro 19, 2005

Dia de todos os Santos


Dia de Todos os Santos

No início do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como "O Dia de Todos os Santos".
No século X, a Igreja dedicou o dia 2 de Novembro às almas, em memória de todos os falecidos. A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada em honra de todos os Santos e Mártires conhecidos ou não. A Igreja Católica Romana celebra a Festum omnium sanctorum a 1 de Novembro, seguido do dia dos fiéis defuntos a 2 de Novembro.
A Igreja Ortodoxa Oriental celebra esta festividade no primeiro domingo depois do Pentecostes que é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos e a Virgem Maria mãe de Jesus Cristo se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo, inspirador de todos os seus trabalhos desta Igreja.
No Cenáculo, desde a sua fundação a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo. Então depois de Pentecostes, fecha assim a época litúrgica da Páscoa que já falei noutro artigo.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o dia dos finados é a 2 de Novembro e não o dia 1 de Novembro sendo então o dia 2 de Novembro o dia que foi estabelecido pela Igreja Católica Romana com o objectivo de enaltecer o culto dos mortos, mais precisamente dos que se encontram no Purgatório e que precisam de auxílio na caminhada até ao Paraíso.
Inicialmente, este ritual não se comemorava nos cemitérios. Só com o tempo é que a festa evoluiu e se fez acompanhar de velas e flores nas campas.
O culto dos mortos existe em quase todas as culturas do mundo, mas é vivido de forma diferente.
Em Portugal e noutros países da Europa, o Dia dos Finados é celebrado com tristeza e dor, uma vez que são recordadas pessoas queridas que já faleceram. No entanto, noutras regiões do globo, nomeadamente no México, este é um dia comemorado com alegria, uma vez que é considerado um dia de comunicação com os entes queridos que já partiram para uma nova vida.
Já para não falar do Halloween nos Estados Unidos da América. Todos nós já ouvimos falar de Halloween mas sabia que Halloween vem de Dia de Todos os Santos? Este diz-se em inglês All Hallows Day.
Como se sabe, a noite anterior a este dia é muito importante, por isso Halloween é uma abreviatura de All Hallows Even - "Noite de Todos os Santos" em que se acreditava que na Noite das Bruxas os fantasmas voltavam à Terra em busca de alimento e companhia para levarem para o outro mundo.
Assim, as pessoas pensavam que encontravam almas penadas se saíssem de casa nessa noite, por isso, para não serem reconhecidas pelos fantasmas, usavam máscaras quando saíam de casa, para serem confundidas com espíritos que andavam à solta a tentarem apanhar almas vivas e para manter os espíritos longe de casa, as pessoas colocavam tigelas de comida à porta para os satisfazer e os impedir de entrar.
Também para se proteger, carregam lanternas, porque a luz e os fantasmas não se dão muito bem... Uns são da noite e das trevas (escuridão e morte) e a luz significa a vida.
Entre nós em Portugal é tradição é bem diferente e não tão festiva pois nós só enfeitamos os cemitério usando flores e velas que são acendidas para iluminar os falecidos no caminho até ao Paraíso e em todas as igrejas são missas rezadas.

Henrique Tigo

segunda-feira, outubro 17, 2005

Turquia na Europa

A História da Entrada da Turquia na União Europeia

A Turquia foi aceite em 1997 como possível candidata à União Europeia (UE) e passou a candidata oficial em 1999. A Comissão Europeia recomendou que se iniciassem negociações de adesão e, em Dezembro de 1999, os chefes de estado europeus e os chefes de governo ratificaram a proposta para uma calendarização das negociações no sentido duma possível integração nos próximos 15 anos.
Num relatório apresentado à Comissão o Comissário Europeu, Gunter Verheugen, alemão, da linha da esquerda europeia, não vê obstáculo ao ingresso no que respeita ao cumprimento dos critérios democráticos e de justiça de Estado na Turquia.
Os partidos conservadores, advogam o estatuto de parceria privilegiada entre a Turquia e a UE conseguiram modificações no relatório, de maneira a possibilitarem a suspensão das negociações ao longo do processo.
O processo inovador iniciado na Turquia por Ataturk há 80 anos e que se tem mantido, deve-se à acção moderadora do aparelho militar, garante da herança de Ataturk, e aos interesses da OTAN na Turquia como membro estratégico nos tempos da guerra-fria.
A entrada da Turquia na UE tem um potencial de dez milhões de emigrantes para a Alemanha, no dizer de especialistas. A Turquia seria o país da Europa com mais habitantes.
A crença numa adaptação forçada da Turquia ignora a sua história. Enquanto que politicamente a Europa se compreende como uma sociedade secular de valores, sem religião de preferência, a sociedade turca compreende-se como uma sociedade islâmica sem separação entre religião e conduta de vida.
Existem varias resistências à entrada da Turquia na UE. A Europa quer provar que a Turquia está a caminho de mudanças: as últimas pesquisas mostram que mais de 50% dos europeus são contra a entrada da nação na UE.
Do ponto de vista europeu a Turquia tem de "se modernizar" em sectores como nos direitos humanos e tendo uma politica democrática e antes de entrar – o processo deve segundo estimativas, estão pronto daqui a dez anos e depois de muitos ajustes político-económicos.
Por isso, a tentativa da Áustria de barrar as negociações para o ingresso do país pode ser considerada apenas um "aperitivo" do que está por vir. O risco de fracasso é alto e a quantidade de barreiras a serem superadas, enorme. Os europeus, cada vez mais preocupados com a própria segurança social, acreditam que incluir um país grande e pobre como a Turquia pode ser oneroso demais para a União Europeia. Cabe à nação Turca reverter este quadro.
Contudo, a Turquia conta com Aliados importantes. Com a confusão política que se instalou na Alemanha após o indefinido resultado das eleições de 18 de Setembro, que deve levar à formação de uma "grande coalizão" entre SPD e CSU-CSU para governar o país, a Turquia corre o risco de perder um grande aliado – o chanceler federal Gerhard Schröder (SPD).
Políticos democratas cristãos da Alemanha, por outro lado, devem manter a pressão sobre a Turquia, defendendo uma "parceria privilegiada" com o país no lugar da adesão completa à UE.
Obviamente a União Europeia não teria aprovado as negociações se não tivesse interesses relacionados à Turquia. A parceria com o país, que vem dando passos em direcção à uma democracia aos moldes ocidentais, teria um papel-chave no reforço da estratégia de segurança da Europa.
Os Estados Unidos da América que naturalmente exercem considerável influência sobre a UE, estão entusiasmados com a entrada da Turquia na União Europeia o que seria, segundo a Casa Branca e o Presidente Bush, um passo importante "para a democratização do Oriente Médio".
Apesar de tudo isto ainda é muito cedo para a Turquia cantar vitória, uma vez que se prevê que as negociações ainda durem muitos anos.

Henrique Tigo

segunda-feira, agosto 29, 2005

5 de Outubro de 1910


A revolução do 5 de Outubro de 1910.


Nas vésperas do 5 de Outubro de 1910 Lisboa fervilhava. A greve dos operários corticeiros continuava a provocar a maior agitação e a imobilizar os comboios. Depois de ter feito paralisar cerca de 12 000 operários, terminaria a 3 de Outubro. No dia anterior, “O Portugal” apelava à rebelião contra o governo de Sua Majestade chefiado por Teixeira de Sousa que, contrariando a vontade do rei, tinha ousado encerrar a casa do Quelhas, onde a Companhia de Jesus tinha a sede do Provincial e onde eram editados o “Novo Mensageiro do Coração de Jesus” e o “Mensageiro de Maria”. Entretanto, a visita oficial do marechal Hermes da Fonseca, presidente da República do Brasil, proporcionava aos republicanos a oportunidade para incentivar os apelos ã revolta e para enaltecer os benefícios da República. Miguel Bombarda tombaria em 3 de Outubro.

Os preparativos da revolução foram coordenados pela Comissão de Resistência, criada em 14 de Junho numa assembleia realizada na sede do Grande Oriente Lusitano. Congregava elementos da Maçonaria, da Carbonária e do Partido Republicano: Miguel Bombarda, Cândido dos Reis, Simões Raposo, Cordeiro Júnior, Francisco Grandela, Machado Santos António Maria da Silva e Martins Cardoso. Para as operações contava, na componente civil, com a impetuosidade da Carbonária, enquanto nas Forças Armadas Sá Cardoso e Hélder Ribeiro, pelo exército, e Aragão e Melo pela marinha coordenavam as ligações com os inúmeros sargentos, praças e oficiais que simpatizavam com a revolução. Em 2 de Outubro, marcou-se a revolução para a madrugada do dia 4 de Outubro de 1910, no dia seguinte dia 5 de Outubro de 1910 a revolução republicana venceu e assim nasceu a República. Pela qual e a partir de 1910 ficamos a ser governados.

Proclamada a República, importava dar resposta às grandes questões que dilaceravam o país. Internamente, era urgente dirimir, em primeiro lugar, a questão religiosa, pelo peso que a Igreja detinha na sociedade portuguesa e pelo facto de constituir o centro de todas as movimentações contrárias à República. Mas importava disciplinar, também, a agitação operária.

Enquadrada por anarco-sindicalistas, que via na República a possibilidade de alcançar o resultado para as suas reivindicações. Impunha-se serenar a oligarquia económico-financeira, receosa de qualquer movimento revolucionário. No entanto, o Programa Republicano, aprovado em 1891, em consequência das querelas que nesse período tinham oposto o partido aos socialistas, pouco peso dava às questões económicas e sociais.

Com esta primeira república foi constituído um governo provisório e Joaquim Teófilo Braga foi o primeiro Presidente.

Foi publicada ainda a primeira Constituição em 1911 e só depois é que foi eleito o Dr. Manuel de Arriaga como o primeiro Presidente da República.

Então, o último rei de Portugal D. Manuel II que se viu obrigado a exilar-se em Inglaterra onde morreu em 1932. Contudo hoje em dia está sepultado na igreja de S. Vicente de Fora em Lisboa.

Henrique Tigo

Praxe Académica


PRAXE ACADÉMICA

Lá estamos nós novamente em Outubro, com o início do ano lectivo nas universidades, é tempo de tradição - as praxes académicas.

Todos nós já ouvimos falar sobre a Praxe Académica e todos temos uma ideia mais que não seja preconcebida sobre o que são as Praxes, para uns a Praxe é uma coisa negativa para outros uma coisa bastante positiva.

Mas o que é afinal a Praxe Académica?

A Praxe Académica é um conjunto de tradições geradas entre estudantes universitários e que já há séculos vêm a ser transmitidas de geração em geração. É um modus vivendi característico dos estudantes e que enriquece a cultura lusitana com tradições criadas e desenvolvidas pelos que nos antecederam no uso da Capa e Batina. Praxe Académica é cultura herdada que nos compete a nós preservar e transmitir às próximas gerações.

A palavra Praxe tem origem na palavra grega praxis que significa a prática das tradições, dos usos e costumes. A praxis está de tal modo inserida no nosso quotidiano que quando alguém procede de certa torna só porque era esperado, devido à mecânica dos comportamentos sociais de grupos, não é raro ouvir--se dizer: «Pois... já é da Praxe,,,»,

Ao contrario do que se possa pensar a praxe não é para fazer mal ao caloiro ou gozar com ele, mas sim a praxe serve para ajudar o caloiro ou recém-chegado a Universidade a integrar-se no ambiente universitário, a criar amizades e a desenvolver laços de sólida camaradagem. É através da Praxe que o estudante desenvolve um profundo amor e orgulho pela instituição que frequenta, a sua segunda casa.

A história da Praxe remonta ao século XIV, praticada na altura pêlos clérigos monásticos, mas o seu contexto mais conhecido aparece no século XVI sob o nome de "Investidas". A Praxe, na época, era na realidade bastante dura para com os caloiros, o que a levou a ser considerada "selvagem" peia opinião popular nos finais do século XIX.

A Praxe revestiu-se historicamente de diversas formas, sofreu inúmeras transformações e chegou mesmo a estar proibida e suspensa. Após o 25 de Abril de 1974 a Universidade deixou se ver vista como um lugar sagrando, destinado a muito poucos, e assim com a democratização da Universidade, voltasse a implantar a grande tradição da Praxe Académica.

E novamente contrariando o senso comum a Praxe Académica, não existe somente na Universidade de Coimbra e varia de Universidade em Universidade.
A Praxe Académica e o seu espírito não é apenas das festas e dos copos, ela também ajuda o indivíduo a preparar-se para a futura vida profissional. Através das várias «missões impossíveis» que o caloiro tem de desempenhar, este vai-se tornando cada vez mais desinibido, habituando-se a improvisar em situações para as quais não estava preparado.

Não se pode confundir Praxe Académica com as «pseudo-praxes», executadas apenas por indivíduos ignorantes na matéria. A Praxe não pode nunca ser sinónimo de humilhação ou de actos de violência barata levados a cabo por uns quantos frustrados que não sabem o que são as tradições académicas e só usam um traje para se pavonearem na esperança de serem notados. São indivíduos destes os responsáveis pelo actual estado moribundo da verdadeira Praxe Académica que tem vindo a dar lugar a ditaduras absurdas, um pouco por todo o lado, que partem de ignorantes que desejam que a Praxe seja aquilo que lhes apetecer.

A Praxe Académica é regida por uma hierarquia (ordem decrescente): Dux (aquele individuo que tem mais matriculas da Universidade), veterano, Doutor Veterano, Doutor, Prastrano, Caloiro (aquele que acabou de entrar), contendo as actividades realizadas sempre como base o Bom Senso.

A Praxe Académica e o uso da Capa e Batina representam humildade e o respeito pelos outros.

Todo o estudante da Universidade Lusófona é obrigado quando tem a capa pelos ombros, coloca-la de forma a que qualquer tipo de insígnia não esteja visível. As dobras efectuadas são pelo n.º de matrículas realizadas na secretaria da Universidade e uma dobra a mais com significado livre para o estudante. A capa quando traçada só se pode ver preto.

O traje masculino é constituído por: Batina preta sem ser de gala ou de grilo (com 3 botões em qualquer zona e lapelas acetinadas); Calça clássica preta, com 2 ou 3 pregas, sem dobra na bainha; Gravata preta e lisa ou laço preto; Colete preto masculino, acetinado e com fivela nas costas, tecido igual ao da batina, com dois bolsos e cinco botões (no caso de uso de laço não se usa colete); Camisa branca lisa com um bolso do lado esquerdo, sem motivos, sem folhos, sem botões nos colarinhos e com botões brancos; Sapatos pretos de atacadores (estilo clássico, sem apliques metálicos, não envernizados, com o numero impar de buracos em cada lado); Meias pretas; Capa preta lisa e de estilo académico; Cinto preto; o uso do gorro é opcional; o uso do relógio só de bolso.

O traje feminino é constituído por: Camisa branca lisa, com ou sem bolso, sem botões no colarinho; Casaca preta com dois bolsos com pala (não cintada, com 3 botões no punho e 3 botões à frente); Saia preta (travada, e até 3 dedos acima do joelho, racha na zona posterior); Gravata preta lisa; collans pretas (tipo vidro ou lycra – não opacas, não podendo usar ligas); Sapatos com salto até 3 cm, lisos sem fivelas ou apliques; Capa preta lisa e de estilo Académico.

A vida Académica do estudante é feita de momentos e de recordações, podendo ser retratadas pelos distintivos, insígnias, não devendo no entanto ser colocados os emblemas sem significado a nível académico ou pessoal para o estudante, pois estes emblemas não passam de acessórios que vão contra ao que o traje académico representa a nível académico (Aos elementos de Tunas Académicas é permitido o uso de outro tipo de acessórios).

O uso de Pin’s não deverá também ser exagerado, pois o traje faz parte de uma tradição académica centenária, por isso não deve conter acessórios supérfluos.
O Traje Académico deve ser usado com orgulho, mas nunca com arrogância ou vaidade, pois este simboliza a igualdade entre todos os estudantes.A Praxe Académica tem uma mecânica inerente que, ao ser desrespeitada, acaba por culminar em verdadeiros insultos à tradição.A Praxe é dura, mas é a Praxe.
DVRA PRAXIS SED PRAXIS!

Henrique Tigo

quinta-feira, julho 28, 2005

Elvis Presley


Mais um ano após o desaparecimento de Elvis Presley

Elvis Presley tinha 42 quando morreu, em 16 de Agosto de 1977, de doença cardíaca, em sua residência em Memphis. A casa chamasse Graceland, e ainda hoje atrai mais de 600 mil turistas por ano.

Graceland é o ponto principal de uma sequência anual de festas, encontros de fãs e cerimónias memoriais centradas no aniversário da morte do Rei. Os administradores do espólio de Elvis prevêem que durante esta semana Graceland receba até 4.000 visitantes por dia e que ainda mais pessoas façam compras em seu complexo de museus e lojas de suvenires.

Este ano não será diferente e entre as varias iniciativas que se realizam na Elvis Week em Graceland estará patente ao publico uma exposição internacional de pintura de tributo a Elvis Presley, esta será a 26º exposição, contudo desde à quatro anos que Portugal está presente com obras dos artistas plásticos e fãs de Elvis Presley Mestre H. Mourato e Henrique Tigo.

O ponto mais alto da semana será uma procissão à luz de velas que vai passar pelo túmulo de Elvis, situado num jardim da meditação ao lado de Graceland. Começando na noite do dia 15 e se estendendo até o dia seguinte, a procissão costuma atrair entre 15 mil e 20 mil fãs.

Agora ficam alguma curiosidades sobre Elvis Presley sabia que:

Elvis teve um irmão gémeo que morreu a nascença.
Elvis era extremamente tímido.
Que Elvis teve dois aviões, um de grande porte (Convair 880) e outro de menor porte (Jet Star), os aviões foram nomeados de "Lisa Marie", nome de sua filha e "Hound Dog II", respectivamente.
Que os seus restos mortais foram vitima de uma tentativa de roubo logo depois de sua morte, mas o FBI descobriu e impediu, sendo assim a família pediu para que seu corpo fosse enterrado em Graceland no Jardim da Meditação junto com sua mãe e logo depois iria acontecer com seu pai em
Que a 5 de Abril de 1936 a cidade de Tupelo foi devastada por um furacão, toda a cidade foi destruída e como por um milagre a casa de Elvis não foi ao chão.
Que o Rei do Rock ‘n’ Roll foi considerado a pessoa mais fotografada da história.
Finalmente saiba que Elvis odiava a alcunha de Rei do Rock ’n’ Roll.

quinta-feira, julho 14, 2005

Homenagem ao Mestre Agostinho da Silva


É com muito orgulho que escrevo esta homenagem ao Mestre Agostinho da Silva.

Tinha apenas 10 anos quando tive o privilégio de conviver e aprender com este Grande Senhor através do Clube de História da Escola Preparatória Fernão Lopes, sob a coordenação da Professora Margarida Santos Carvalho, a quem devo, aliás, muita da minha própria formação e paixão pela História.
Eu, André, Eduarda, Ana, Joana, Telmo, Mestre Agostinho da Silva e Marta na Escola Preparatória Fernão Lopes, em 1989

Mas, voltando ao Professor Agostinho da Silva:
No final do mês de Fevereiro de 1989, visitou a nossa Escola Preparatória para um colóquio sobre Direitos Humanos, o qual rapidamente se transformou num debate interminável onde nós, ainda crianças, ficámos cativadas pelo discurso, histórias e viagens daquele homem, pequeno na figura, mas gigante do intelecto. Após este evento ele ofereceu-se para ajudar pois, como disse: "Eu moro ali mesmo ao lado."

Passados uns dias apareceu na Escola carregado de livros para nos oferecer e, rapidamente, na prateleira da pequena biblioteca passou a existir um nome: "Os Livros do Professor Agostinho da Silva". Sei que ficou muito sensibilizado com aquela pequena homenagem e sempre que nos visitava, e eram muitas vezes, trazia sempre consigo mais livros escolhidos para quem tinha de 10 a 12 anos.

Outras vezes íamos nós a casa dele, na Rua Abarracamento de Peniche, conversar, aprender ou sonhar com aquele nosso novo Mestre, grande contador de histórias, as quais ainda hoje estão gravadas na minha memória e, claro, de lá trazíamos mais livros.
Hoje, passados quase 20 anos sobre esse primeiro encontro com o Mestre, já sou adulto, Artista-Plástico, além de formado em Geografia e, às vezes, penso nos dois anos passados naquela Escola com tal pedagogo e com o Clube de História.

Partilhei momentos deveras importantes para a minha formação, pois conversarmos com aquele "Monstro Sagrado" da cultura e do livre pensamento transformou-me e moldou-me. Hoje não tenho qualquer contacto com aquele grupo de "crianças", as "Crianças do Mestre", como carinhosamente a Professora Margarida nos alcunhou, pois crescemos, separámo-nos, fomos viver para locais diferentes, formámo-nos em áreas diversas. Infelizmente, alguns já partiram, mas tenho a certeza de que ficou em todos nós algo deste Mestre e do seu pensamento.

Um dia a Escola Preparatória acabou e eu passei para o secundário.
Contudo, como morava no Bairro Alto e costumava ir muito frequentemente ao Jardim Príncipe Real, ali encontrava anonimamente o Mestre, sempre disposto a falar com todos os seres humanos.
Talvez tenha sido pelos seus ensinamentos, por acaso, ou por termos um pouco de filósofos dentro de nós. As minhas cadeiras preferidas sempre foram a Filosofia e a História, as mesmas que me levaram a conhecer o Professor Agostinho da Silva naquele Clube de História.

Em 2002 fiz uma exposição de pintura comemorativa dos meus "10 anos de Carreira" como pintor, a qual se realizou na Sociedade da Língua Portuguesa, sob a epígrafe de "Evocando Vultos da Cultura Portuguesa". Como não poderia deixar de ser, lá estava um retrato do Professor Agostinho da Silva que, curiosamente, foi o primeiro a ser vendido para a colecção de outro grande amigo e escritor, Joaquim Evónio.

Quando estava a pensar sobre o que escrever, visitei mais uma vez o “site” da Associação Agostinho da Silva e lá encontrei o seguinte texto, que transcrevo:

* "Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar a mim não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem."

* (Agostinho da Silva, in "Cartas a um jovem filósofo")

Henrique Tigo

quarta-feira, julho 13, 2005

Plano de Ordenamento do Território e Conservação da Natureza

Plano de Ordenamento do Território e Conservação da Natureza


Segundo a "Carta Europeia do Ordenamento do Território", o ordenamento do território é uma técnica administrativa e ainda uma política que se desenvolve duma forma interdisciplinar integrada, inclinada ao desenvolvimento equilibrado das regiões e à organização física do espaço segundo uma estratégia de conjunto.

O ordenamento assume, pois, função cada vez mais importante no processo global do ordenamento do território e, assim, é da capacidade física dos locais, das suas condicionantes e aptidões que depende grande parte das possibilidades de condução do processo de desenvolvimento sustentável.

Através do processo de ordenamento do território, temos a experiência e capacidade para assumir a coordenação e elaboração de análises e propostas de ordenamento biofísico e paisagístico para os Instrumentos de Gestão Territorial, nomeadamente para Planos Especiais, Sectoriais e Municipais.

Em vários Planos de Ordenamento efectua-se ainda a delimitação da Reserva Ecológica Nacional, pelo que também nessa área de trabalho se dispõe de capacidade técnica.

Temos de dar atenção redobrada a todos os processos de ordenamento do território e ainda ao quadro legal de política de ordenamento e de ambiente, para que os Planos elaborados sejam compatíveis com os princípios e normas aí definidos, facilitando a gestão e coordenação de objectivos territoriais.

Não podemos, contudo, falar do Plano de Ordenamento do Território sem falar de políticas integradas para o ambiente e o ordenamento do território, propondo-se, entre outras, uma política para o litoral, num quadro de gestão integrada das zonas costeiras, que visa prosseguir os seguintes objectivos:

A adopção de medidas de requalificação do litoral, com prioridade para as intervenções que visem a remoção dos factores que atentam contra a segurança de pessoas e bens ou contra valores ambientais essenciais em risco; A incentivação da requalificação ambiental das lagoas costeiras e de outras áreas degradadas e a regeneração de praias e sistemas dunares; O estabelecimento de um sistema permanente de monitorização das zonas costeiras, que permita identificar e caracterizar as alterações nelas verificadas; A promoção de uma nova dinâmica de gestão integrada, ordenamento, requalificação e valorização das zonas costeiras; A promoção de uma reforma dos regimes jurídicos aplicáveis ao litoral.

A visão estratégica da implementação da política do litoral implica dois níveis de intervenção.
O primeiro nível corresponde a uma tarefa de fundo que integra as acções associadas à definição de uma política para o litoral:

A elaboração de uma estratégia para a requalificação, ordenamento e gestão do litoral, que enquadre as directrizes da União Europeia relativas à gestão integrada das zonas costeiras e conduza a um programa de desenvolvimento integrado das faixas costeiras, de carácter intersectorial, em estreita articulação com a política das cidades, do turismo, da conservação da natureza, da agricultura, da floresta e dos espaços rústicos em geral;

A definição das necessárias alterações legislativas: a elaboração da lei de bases do litoral, o planeamento da orla costeira no âmbito da revisão dos instrumentos de gestão territorial, a reavaliação do conceito de faixa costeira, a redefinição das áreas de jurisdição das diferentes entidades públicas com competências na gestão da orla costeira, por exemplo das autoridades marítimo-portuárias, o que inclui, também, um novo modelo de gestão do domínio público marítimo. O segundo nível de intervenção corresponde à gestão do litoral, com especial destaque para a execução das medidas e acções previstas nos planos de ordenamento da orla costeira.

Com efeito, acha-se praticamente concluído o processo de elaboração dos planos de ordenamento da orla costeira para todo o litoral português. Neste momento, encontram-se em vigor sete desses instrumentos de planeamento - plano de ordenamento da orla costeira Caminha-Espinho, plano de ordenamento da orla costeira Ovar-Marinha Grande, plano de ordenamento da orla costeira Alcobaça-Mafra, plano de ordenamento da orla costeira Cidadela-São Julião da Barra, plano de ordenamento da orla costeira Sado-Sines, plano de ordenamento da orla costeira Sines-Burgau e plano de ordenamento da orla costeira Burgau-Vilamoura -, a que em breve acrescerão os planos de ordenamento da orla costeira Sintra-Sado e Vilamoura-Vila Real de Santo António, encerrando-se, assim, o ciclo do planeamento do litoral português.

São apontadas fundamentalmente quatro causas para o problema da erosão que podem intervir, isolada ou conjuntamente, e com importância relativa diversa: a elevação do nível do mar, a diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral, a degradação antropogénica das estruturas de protecção naturais e a realização de obras de engenharia costeira.

A diminuição de sedimentos fornecidos ao litoral é o resultado de intervenções nos recursos hídricos, quer no interior quer no litoral, designadamente aproveitamentos hidroeléctricos e hidroagrícolas, obras de regularização de cursos de água, explorações de inertes nos rios, estuários, dunas e praias, dragagens, obras portuárias e de protecção costeira. Este fenómeno, em conjugação com uma disfuncional e descoordenada ocupação urbanística da orla costeira e com a inerente destruição das defesas naturais do litoral, assume dimensões muito significativas e dá causa a situações preocupantes de construções em situação de risco. Nalguns troços de costa, a planície encontra-se praticamente desprotegida, sendo previsíveis galgamentos oceânicos de efeitos muito significativos se nada for feito para os travar.

Ora, é neste contexto que se justifica a adopção de um conjunto integrado de medidas que possibilite concretizar as propostas apresentadas nos mencionados planos especiais de ordenamento do território, de forma a minorar as consequências negativas e as situações de risco do fenómeno erosivo.

Acontece que estas medidas então directamente relacionadas com a CONSERVAÇÃO DA NATUREZA.

Com reconhecimento da beleza, do interesse científico e valor económico do mundo natural que tem vindo a exigir aos decisores a necessidade de conservar ou recuperar habitats e espécies de particular interesse, bem como legar, para as gerações futuras, ecossistemas ricos e diversificados.

Contudo, e devido à situação económica actual, esta tarefa é por vezes muito difícil de implementar na prática, exigindo o trabalho de técnicos capazes de compreender os valores dos ecossistemas e espécies a conservar, bem como do enquadramento social e económico desse processo, de forma a propor estratégias e acções participadas, exequíveis e monitorizáveis.

Tem pois de existir uma capacidade e empenho para processos que visem:

A gestão de áreas onde tenham de ser tomadas medidas para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica; A inventariação de recursos para a conservação dos ecossistemas, habitats e populações viáveis de espécies animais e vegetais; Analisar e propor normas de desenvolvimento sustentável em zonas adjacentes a áreas importantes para a conservação, reabilitação e restauração de ecossistemas degradados e promover a recuperação de espécies ameaçadas, mediante o desenvolvimento e a implementação de planos e instrumentos de gestão; Divulgar o património natural de acordo com as suas características, épocas apropriadas e capacidades de carga recreativas.

Para existir uma verdadeira conservação ambiental tem de haver estudos de impacto ambiental.
O Direito de Ambiente, sendo um Direito Comunitário, implica a sua adopção e transposição para o Direito Português; um dos casos mais importantes desse procedimento tem expressão nos Estudos de Impacte Ambiental (EIA).
Estes têm de ser elaborados para determinados empreendimentos a fim de se proceder à sua prévia avaliação ambiental e decisão do seu licenciamento, particularmente para projectos com importante relação com o uso do território e dos seus recursos, tais como:

Empreendimentos turísticos e urbanos; campos de golfe; áreas de recreio; vias de comunicação; pedreiras; investimentos agrícolas e florestais; planos de água.

A uma escala global, a não conservação da natureza pode mesmo ameaçar a segurança nacional. Existem diversos conflitos internacionais sobre a água, os solos e outros recursos naturais. Tais conflitos ambientais levam, muitas vezes, a migrações maciças de pessoas.

A atitude confiante da humanidade durante os anos 50 e 60, que afirmava que o Homem encontraria uma solução para todos os seus problemas, foi ultrapassada por uma nova humildade, que surgiu pelo reconhecimento de que a destruição do equilíbrio entre o Homem e a Natureza pode pôr em causa a sua própria sobrevivência.

A Conservação da natureza é indissociável do progresso e evolução da humanidade. É necessário reconhecer que as nossas acções devem ser conscientes do seu verdadeiro efeito na Natureza. Só assim se podem salvaguardar os frágeis sistemas de apoio à vida do nosso Planeta.

Conservar o que resta de ambientes naturais levou à adopção de medidas legislativas que passam pela defesa de animais e plantas em estado selvagem e/ou em vias de extinção, bem como pela definição de áreas de protecção especial que, de acordo com o seu grau de protecção, podem ser classificadas como áreas de paisagem protegida, parques naturais, reservas naturais, monumentos naturais e sítios de interesse ecológico, entre outros.

A conservação da natureza é pois uma necessidade, não um luxo. Nos anos mais recentes, o desaparecimento de espécies e de áreas naturais, consequência da actividade humana, tem ocorrido a uma velocidade sem precedentes. Não mencionando os problemas éticos, frequente e justificadamente referidos, a extinção adicional de mais uma espécie representa uma perda irreversível de códigos genéticos únicos, que estão muitas vezes ligados ao desenvolvimento de medicamentos, à produção de alimentos e a diversas actividades económicas.

Termino citando a Dr.ª Maria Carlos Reis:

(…) Preservar não é simplesmente um ideal romântico de almas bem intencionadas, é uma necessidade premente. Conheça algumas das razões que fazem com que o futuro da Humanidade dependa disso. (…)


Henrique Tigo

Sites visitados:
http://www.dgotdu.pt/DGOTDU/main.asp?IdTemas=2&IdSubTemas=6&idconteudos=718
http://www.amigosdomindelo.pt/agenda21/ot.htm
http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_LN_22636_2_0001.htm
http://www.icn.pt/http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/TextoSintese/

quinta-feira, junho 16, 2005

A Reforma Agrária


Nesta ultima semana e com o desaparecimento físico de dois grandes vultos da politica nacional, General Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal, voltou-se a falar-se de assuntos e temas que estava guardados há alguns anos e que para as gerações mais novas não tem qualquer sentido.
Entre algumas delas estavam o PREC, a revolução de Abril e a Reforma Agrária.
Nesse sentido resolvi fazer este pequeno artigo onde tento de uma forma muito sussinta descrever o que é e foi a reforma agrária em Portugal.

O que é a Reforma Agrária?
De uma forma muito simplista podemos dizer que pretende designar modificações directas na estrutura agrária de uma determinada zona ou País.
Que conta com a repartição ou da propriedade ou até mesmo do rendimento Sócio-agrário.
A reforma agrária é uma intervenção que pode ter dois caracteres diferentes o Revolucionário e o estritamente legalista, que ao contrario do revolucionário é feito de uma forma ordeira e até pacifica.
Estes dois processos recorrem de formas diferentes mas para atingirem o mesmo objectivo: Modificar a repartição da propriedade de forma a suprimir a propriedade privada ou vice-versa, por outro lado pretende ainda modificar o regime de inquilinato rural de modo a reduzir os encargos dos rendeiros e seus parceiros.
Mas neste trabalho vamos só tratar do primeiro processo a reforma agrária por via revolucionaria visando dar a conhecer os laços de dependências das classes economicamente inferiores da sociedade rural em relação aos grupos superiores.
A reforma agrária intentam a anular ou reduzir os privilégios existentes em proveito das categorias mais débeis da população.

As Reformas agrárias: sua classificação
As reformas agrárias podem classificar-se tendo em conta os objectivos específicos em vista: Visam a repartição rústica de maneira a tornar mais igualitário a divisão da terra agrícola ou florestal, por outro lado visa a redistribuir não a terra mas o rendimento da mesma.
No primeiro caso corresponde à remodelação da estrutura agrária mediante a divisão das áreas de certos limites e constituições à custa de novas zonas de média ou pequena e assim dota-lás de condições a manutenção do agregado familiar.
No segundo caso não pretende criar novos proprietários mas alterar a distribuição do rendimento da terra. O que acontece por duas formas:
1ª - A colectividade chama a si a propriedade da terra com ou sem indemnização dos antigos proprietários promovendo a repartição do produto por intermédio de empresas cooperativas.
2º - Não atinge o regime vigente da propriedade na sua essência nem afecta basilarmente a orgânica e o funcionamento dos vários tipos de empresas mas impõe modificações às relações económicas que vigoram entre os factores de produção através de leis a favor desta ou daquela classe, que alteram assim a fórmula de repartição do rendimento social-agricola.

A reforma agrária em Portugal
Mesmo com uma enorme necessidade de enfrentar a crise da agricultura portuguesa transformando as estruturas agrárias existente só com o 25 de Abril de 1974 e apenas no sul do País houve uma reforma agrária na Chamada ZIRA – Zona de Intervenção da Reforma Agrária tendo os como principais distritos:
Beja, Évora, Portalegre e Setúbal ainda parte dos distritos de Castelo Branco e de Santarém dois concelhos do distrito de Lisboa e as algumas freguesias de Faro limítrofes do distrito de Beja, tudo somado correspondia a 41% da superfície total do Continente que é caracterizado pela sua homogeneidade económica, social e ecológica.
Com a revolução de Abril a luta contra o regime capitalista latifundiário daí decorrente. E com esta luta existe uma combinação de recursos para assegurar o desbravamento do cultivo das terras de pior qualidade com a agricultura por conta própria nos solos de qualidade através da força de trabalho paga a jorna que constituía o típico latifúndio que se queria acabar.
Mas devido aos avanços e recuos da ocupação de terras foi sendo invertido as transferências do poder politico dos que promoveram a Revolução dos Cravos para os que foram depois democraticamente eleitos levando a devolução dos terrenos expropriados ao seus antigos donos, pois aconteceu que os trabalhadores provaram ser incapazes quer produzir bens satisfatórios de competição nos mercados e com isto veio pôr em causa muitas das modificações ocorridas no PREC.
Contudo até hoje algo fico da reforma agrária em Portugal desta reivindicação, desta luta, desta acção que mais se reflectiu no Alentejo.
Fico para a nossa história e para a nossa cultura expressões riquíssimas de força revolucionária tais como:
“Avante com a Reforma Agrária”, “ A terra a quem a trabalha”, “trabalho dá pão, repressão não” entre muitas outras que ficaram como bandeiras da evocação do trabalho popular e da defesa dos direitos dos trabalhadores e da sua acção reivindicativa que nada mais que isto deixou de ser uma acção reivindicativa.



Henrique Tigo

terça-feira, junho 14, 2005

Álvaro Cunhal




No dia em que conheci Álvaro Cunhal



Quando tinha 16 anos entrei para a Juventude Socialista pela mão do então secretário-geral Eng.º António Guterres e pelo fundador do PS Dr. Raul Rego. Contudo, tinha e ainda hoje tenho vários amigos do Partido Comunista Português, entre os quais na estava na altura a minha primeira namorada a Rita. Um dia tentou convencer-me a ir a um almoço do PCP, na Amadora. Já não me lembro bem porque razão era esse almoço, mas lembro-me de lá estar e ver entrar o Álvaro Cunhal acompanhado por várias pessoas. De seguida fez um daqueles seus típicos discursos ao que se seguiu o tal almoço.
Lembro-me que havia uma mesa central onde ficou sentado o Álvaro Cunhal e a sua comitiva. Sentaram-se e foram servidos, enquanto nós o “povo” tinha de ir para uma fila para buscar a sua comida. Passado algum tempo que estar na fila, fiz um comentário do género:
- Afinal onde está a democracia disto? Enquanto uns comem os outros estão aqui nesta enorme fila e ainda por cima cheio de sede…
Lembro-me que estava quase encostado àquela mesa presidencial, onde estava o Álvaro Cunhal, e que logo após este meu comentário ouvi uma voz masculina a dizer:
- Oh! Camarada, que não seja por isso, beba aqui um copo connosco!
Olhei e vi uma pessoa que estava sentada ao pé do Álvaro Cunhal mas de quem já não me lembro de quem seria e respondi:
- Eu até bebia, pois estou cheio de sede, contudo não bebo vinho…
Então o Álvaro Cunhal riu-se e disse-me:
Então bebe do meu copo que é o único desta mesa que tem água!
Após isto convidou-me para me sentar ao pé dele. Não aceitei, pois não queria abandonar a minha namorada e os amigos que tinham ido connosco, mas bebi a água do mesmo copo que o Álvaro Cunhal.
Agradeci e continuei na fila para ir buscar a minha comida. Depois sentei-me e comi. Quando estava a acabar a refeição senti uma palmadinha nas costas. Era o Álvaro Cunhal.
Trazia na mão dois livros de capa vermelha e disse-me:
- Ainda bem que ainda existem jovens que refilam e gostei de te conhecer. Olha estes livros são para ti…
Levantei-me e deu-me os livros. Apertou-me a mão e depois de perguntar o meu nome, foi-se embora.
É uma história que me lembro com alguma regularidade e hoje, que este homem desapareceu achei por bem contá-la. Ainda hoje tenho os dois livros que contam a história do Partido Comunista Português.
Não sou comunista, mas admiro muito aquele homem que foi um anti-fascista, um verdadeiro político, escritor e pintor.
É pena, que estes grandes vultos, estejam a desaparecer. Portugal está cada vez mais pobre…

In: Comarca de Arganil Junho de 2005

quinta-feira, abril 21, 2005

Masturbação feminina


A Mulher e a Masturbação feminina...

No silêncio de cada quarto, ou noutro espaço igualmente acolhedor as mulheres partem numa viagem, solitária e misteriosa, à descoberta do prazer que os seus corpos lhes proporcionam. Sonhando com tudo aquilo que não podem, infelizmente, ter e sonhando em algo melhor do que já têm ou à procura de se conhecerem melhor e esperando assim melhorar a sua vida sexual.

Apesar dos tabus que sempre envolveram a masturbação feminina, o gesto é tão natural quanto saudável e em alguns casos até sensual.

A masturbação feminina é um momento misterioso. A mente envereda por uma viagem fantástica em que os fetiches mais inconfessáveis que ganham vida, numa mistura de imaginação e realidade.

Quem é que nunca sonhou estar deitada com um qualquer sex symbol de Cinema ou de televisão.

Ou nunca se imaginou em situações escaldantes que traduzem as mais íntimas fantasias sexuais?

Fiquem sabendo que, mesmo que não o confessem, raras são as mulheres (tal como os homens) que não o fazem. Nada tem de mal e é saudável, porque ajuda a mulher a conhecer melhor o seu corpo e, assim, saber como obter prazer numa relação a dois.

A masturbação é, sem dúvida, um dos métodos mais antigos de obter prazer. Ao ser concretizada individualmente, é uma forma de descobrir os mistérios profundos do corpo, suas reacções, sensibilidades e capacidades. Com este gesto a mulher percebe, com maior nitidez, quais os caminhos que lhe proporcionam mais prazer e o modo como deve tocar determinadas partes do corpo.

É também um modo de preparar-se para uma relação a dois. Além disso é mais uma técnica utilizada pelos casais para se divertirem na cama. Já imaginou ser masturbada pelo seu companheiro, até chegar ao orgasmo, e depois poder proporcionar-lhe os mais calorosos carinhos que o podem conduzir, a ele, a um momento único de êxtase sem penetração?

A predisposição para a masturbação surge em todas as faixas etárias. Pode iniciar-se ainda na infância, aumentar na adolescência, diminuir na vida adulta, durante um período sexual mais activo, e voltar a aumentar na velhice. No entanto, não se trata de uma regra científica. Tudo depende das necessidades individuais e das circunstâncias afectivo emocionais de cada pessoa.

O eterno tabu

A masturbação é um daqueles segredos inconfessáveis. Tudo porque sempre foi, e ainda é, considerada um tabu nas sociedades ocidentais. A associação da ideia a uma série de mitos foi inevitável.

O facto de se tratar de uma prática nociva à saúde foi uma teoria que se manteve durante muito tempo. Mas descansem mulheres. Gradualmente os equívocos foram desfeitos. A masturbação não provoca queda do cabelo, loucura, cegueira, surdez, aparecimento de espinhas no rosto, crescimento de pêlos nas mãos ou tão pouco aumenta o volume do peito.

A prática da masturbação feminina

Aqui mostro algumas técnicas de masturbação que podem levar algumas mulheres ao orgasmo:

Estimulação clítoriana com as mãos:

Massajando: coloque o clítoris entre o polegar e o indicador e gentilmente massaje-o. Pode começar devagar e ir aumentando gradualmente a velocidade e pressão conforme sua sensação de prazer.

Massagem circular: se está com pressa, essa pode ser a técnica recomendada. Utilize os dedos indicador e do meio de qualquer mão e coloque-os sobre o clítoris. Comece a massajar fazendo movimentos circulares alterando a velocidade e pressão ao seu gosto. Se deseja mudar um pouco a sensação, coloque um pouco de gel lubrificante nas pontas dos dedos.

Com a ponta do dedo: essa técnica é um pouco diferente e não funciona igualmente para todas a mulheres. Algumas poderão sentir prazer, quanto que outras nem por isso. Use os dedos de uma das mãos e puxe os lábios vaginais para trás, expondo o clítoris. Com a outra mão, comece a dar leves com a ponta do dedo indicador em cima do clítoris variando a velocidade.

Combinação: essa técnica combina a estimulação do clítoris com a penetração utilizando ambas as mãos. Com os dedos de uma das mãos, estimule o clítoris da maneira que mais lhe agradar. Com a outra mão, utilize um, dois ou três dedos e insira-os na vagina simulando uma penetração.

Estimulação utilizando água:

Atenção: não jogue jactos fortes de água directamente na vagina, pois pode ser potencialmente perigoso.

Na banheira: você irá precisar de uma banheira onde irá deitar-se e deixar a água do chuveiro ou da torneira cair sobre o clítoris. Comece com pouca água e vá aumentando a pressão conforme seu gosto. Não se esqueça de medir a temperatura da água antes.

Spray de água: uma variação da técnica acima. Apenas tampe parcialmente a torneira com um dos dedos fazendo com que o spray atinja o clítoris.

Chuveiro: uma outra variação para aquelas mulheres que não tem acesso a uma banheira. Utilize o chuveiro e concentre-o no clítoris.

Estimulação com vibradores:

Vibradores são óptimos para estimulação clitoriana, pois pode controlar a velocidade da vibração facilmente. A pressão aplicada com eles também é fundamental.

Também pode esfregá-los na parte de dentro de suas coxas, nos lábios vaginais e até mesmo em seus seios. A masturbação não precisa estar confinada apenas na área clitoriana.

Estimulação com outros acessórios:

Existem milhares de outros acessórios destinados totalmente ao prazer da mulher. A fantasia e a criatividade, aliados à segurança e à higiene podem fazer com que você tenha momentos de muito prazer sozinha ou acompanhada. Visite um "sex shop" para saber das novidades em acessórios.


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