segunda-feira, novembro 26, 2007

Bolo-Rei

Bolo-Rei




Qual será a mesa Portuguesa, que não tem o Bolo-Rei nas suas mesas na altura das festas?
O Bolo-Rei mantém-se como o doce tradicional do Natal, sendo o bolo mais vendido na altura natalícia, mas curiosamente este bolo não teve a sua origem no nosso País, mas sim em França e apenas chegou a Portugal no século XIX tendo chegado primeiro em Lisboa e só depois no Porto, o Bolo-Rei foi trazido por dois pasteleiros franceses.
Não deixa de ser curioso que Portugal, tendo uma tradição doceira tão boa, variada e tão rica tenha adoptado um bolo Francês, como bolo oficial do nosso Natal.
Ninguém sabe bem porque motivo de chamou Bolo-Rei a este bolo, pois ele esta associado aos Reis Magos, contudo dos três Reis Belchior, Baltazar e Gaspar que foram a Belém para saudar o Deus-Menino, levar Incenso, Mirra e Ouro, e não um bolo, mas tudo bem, pode ser uma simples homenagem...
Na minha modesta opinião o Bolo-Rei não é assim grande coisa, poderíamos ter escolhido para bolo oficial do Natal, algo bem nacional tal como o pão-de-ló, bolo real, bolo príncipe, bem mas lá foi eleito o Bolo-Rei.
Em Portugal, foi comercializado pela primeira vez em 1869 na Confeitaria Nacional pelo senhor Baltazar Rodrigues Castanheiro Júnior que tinha herdade a Confeitaria do seu pai Baltazar Sénior, tendo sido o mestre confeiteiro Gregório Santos o primeiro pasteleiro português a fazer Bolo-Rei.
A moda do Bolo-Rei só chega ao Porto em 1890, na Confeiteira Cascais, sendo feito a partir de uma receita do proprietário Francisco Cascais, que tinha ido buscar pessoalmente a Paris, e só fazia estes bolos na véspera do Dia de Reis, mas devido a sua enorme procura a partir de 1920 a Confeiteira Cascais começou a produzir o Bolo-Rei diáriamente, pois a procura começou a aumentar.
Hoje em dia é normal ver as senhoras da alta sociedade de Lisboa, após a missa da tarde é normal vê-las num qualquer café de Lisboa a comer uma fatia de Bolo-Rei com o seu chá.
O Bolo-Rei levou umas pequenas alterações com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, primeiro foi proibido o “brinde” porque era feito em chumbo e supostamente fazia mal a saúde, tendo sido substituído por outro material que também foi retirado desta vez porque as crianças podiam engoli-lo sem querer. Mas a fava continua, assim como a tradição que quem achar a fava terá de pagar o bolo.
O Bolo-Rei faz parte da nossa história e imaginário, por exemplo que não se lembra da imagem do nosso actual Presidente da República Prof. Aníbal Cavaco Silva em campanha a comer Bolo-Rei de boca aberta enquanto falava...
Mas passado mais de 100 anos, tornou-se num bolo quotidiano e com uma grande capacidade de adaptação aos nossos tempos, apesar da concorrência da nossa bolaria que continua a ser uma das mais ricas do mundo.

Henrique Tigo
Geógrafo

Fonte: Afonso Praça e Maria de Lourdes Modesto, no I Volume do livro ”Festas e Comeres do Povo Português” da Editorial Verbo, Lisboa, 1999.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Carro e o ministro

Os Carros do Ministro




Todos nós já ouvimos falar do regime político que governa Cuba, um país insular da América do sul, descoberto por Colombo em 1492. Cuba está localizado no norte do Mar do Caribe. Os territórios mais próximos são as Bahamas, a nordeste, o Haiti, a sudeste, os Estados Unidos da América, a norte, a sul, a Jamaica. A sua capital é Havana (em espanhol, La Habana), e do seu Governante Fidel Castro.
Fidel Castro é o secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista Cubano e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governa desde 1959 como chefe de governo e a partir de 1976 também como chefe de estado.
Para seus defensores, Castro representa o herói da revolução social e a garantia de repartição equitável da riqueza no país, devido a sua política Socialista. Para seus adversários, internos e externos, no entanto, Castro é um líder de regime ditatorial baseado numa política de partido único. É um líder bastante contestado e também admirado internacionalmente, principalmente pela sua ideológica e forte resistência às influências comerciais e sociológicas dos Estados Unidos da América.
Não sou adepto do seu regime nem da sua politica, contudo há uns anos tive um amigo que tinha lá ido realizar uma exposição de pintura, com ele trouxe os normais “requerdos” dezenas de fotografias e um sem fim de histórias, mas de todas as histórias que ele contou, houve uma que me tocou, não por ser bonita, mas por ser aquilo a que normalmente chamamos “Justiça Poética”.
Um dos Ministros de Fidel Castro, já não me lembro bem, mas acho que era o do Turismo, fez uma encomenda de cinco carros Mercedes-Benz de luxo, para o Turismo de luxo de Havana, mas em vez de entregar os cinco carros, só entregou quatro o quinto fico para ele para carro de serviço, pois acreditava que os Ministros deviam ter bons carros. Durante algum tempo, andou para cima e para baixo com o seu Mercedes novinho em folha.
Até que os outros ministros de Fidel Castro, acharam que se aquele ministro tinha um carro daqueles de serviço, eles também deveria ter. Foram então ter com Fidel Castro e pediram-lhe também um carro daqueles. Fidel ficou muito admirado pois não sabia de nada e não tinha dado autorização para nenhuma compra de nenhum carro.
Chamou então até ele, o dito ministro do Mercedes, e perguntou-lhe se era verdade que ele tinha um Mercedes de serviço, ao que o ministro disse que sim, Fidel perguntou-lhe estão se era um bom carro, se era confortável e se ele estava satisfeito com o carro, ao que o ministro disse que sim a tudo, então Fidel, olhou para ele e disse-lhe:
- “Então Camarada Ministro, já que gosta tanto desse carro, não o irei privar dele… O Camarada a partir de agora deixa de ser Ministro e passa a ser taxista desse carro…”
Pelo que sei, e pelo que me foi confirmado por outras pessoas, quando confirmei a veracidade desta história, o Ministro Taxista como é conhecido, ainda hoje anda com o seu Mercedes-Benz nas mãos, como taxista…
Podemos não ser simpatizantes de Fidel Castro, nem do seu regime, mas temos de lhe tirar o chapéu com esta atitude, e só é pena que se certos países democráticos, os chefes do governo não façam isto aos seus Ministros, que querem fazer vista com o dinheiro dos seus contribuintes.

terça-feira, novembro 13, 2007

Passadeira

Passadeiras




As passagens para peões devem ser dos sítios mais perigosos que existem, visto que, hoje em dia ninguém atravessa nelas, todos os dias são atropeladas dezasseis pessoas em Portugal Continental.
Os números não deixam dúvidas, só nos primeiros oito meses deste ano, registaram-se 4000 atropelamentos dos quais 74 pessoas morreram e mais de 300 ficaram em estado crítico. Os dados referem que mais de 13% das vítimas mortais eram peões e que 60% são colhidos nas principais cidades do país.
Mesmo assim há uma grande falta de civismo por parte dos peões portugueses, já fui a alguns países do mundo, e quem atravessa fora da passagem de peões é multado e bem multado, em Portugal também existem coimas para quem atravessa fora da passadeira, mas desde que essa lei entrou em vigor somente, 28 pessoas foram multadas.
Se nós condutores deixar-mos o carro em cima do passeio, durante 5 minutos, para irmos ao Banco, Correios ou mesmo ao Centro de Saúde, quando voltamos temos o carro “multado” ou até mesmo bloqueado.
Mas todos os dias as pessoas passeiam-se livremente pelas estradas, conversam e fazem reuniões na via pública e nada lhes acontece, contudo todos os dias têm-se sucedido notícias de pessoas atropeladas quando se encontravam a atravessar ruas ou estradas e isto é um facto verdadeiramente preocupante, todos os dias vemos pais a não ensinarem aos seus filhos, qual o significado dos semáforos e das suas cores e que o sítio correcto para atravessar uma via é a passadeira.
Com cenários como estes ficamos sem saber muito bem como agir ou o que dizer… todos os dias ao virar a esquina sem qualquer visibilidade, lá esta um peão a correr, mesmo nas passadeiras as pessoas atravessam sem olhar, porque a passadeira é legalmente o local adequado para atravessar e aí têm prioridade, mas há que ter bom senso!
Há ainda quem atravesse na passadeira calmamente com o sinal vermelho para os peões, só porque estão numa passadeira.
Sinceramente, é muito triste que os condutores, além de terem de ter cuidado com a sua própria condução, com a dos outros automobilistas, terem ainda de ter redobrada atenção aos peões, quer na passadeira, quer fora da passadeira… Gostava sinceramente que os agentes da autoridade passasse a aplicar mais a lei e multar todos aqueles que não cumprem e passam fora da passadeira, pois não podem ser só os condutores a serem responsabilizados pelos actos dos peões que cada vez estão mais irresponsáveis.