domingo, novembro 20, 2005

1º de Dezembro

Restauração da Independência de Portugal





No dia 1º de Dezembro assinala-se a Restauração da Independência de Portugal. Tudo começa em finais do séc. XVI: o rei de Portugal era D. Sebastião. Em 1578, D. Sebastião morreu ou desaparece na batalha de Alcácer-Quibir, no norte de África. Portugal ficou, assim, sem rei, pois D. Sebastião era muito novo e ainda não tinha filhos, não havia herdeiros directos para a coroa portuguesa Assim, quem subiu ao trono foi o Cardeal D. Henrique, que era tio-avô de D. Sebastião. Mas D. Henrique só reinou durante dois anos.

Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
Durante esses 60 anos, viveu-se em Portugal um período que ficou conhecido na História como "Domínio Filipino". Depois do reinado de Filipe II (I de Portugal), veio a governação de Filipe III (II de Portugal) e Filipe III (de Portugal). Estes reis governavam Portugal e Espanha ao mesmo tempo, como um só país sendo A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola.

Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.

Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos e nos Restauradores mataram-no a tiro e foi atirado da janela abaixo.

A Duquesa de Mântua foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV, Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".

A partir desse dia o dia 1 de Dezembro passou a ser comemorado todos os anos como o Dia da Restauração da Independência de Portugal, já que o trono voltou para um rei português.

A monarquia em Portugal acaba a 5 de Outubro de 1910 como já referi noutro artigo.
Henrique Tigo

quarta-feira, novembro 09, 2005

25 de Novembro de 1975


O golpe militar do 25 de Novembro de 1975


O Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 foi o golpe que pôs fim à influência da esquerda militar radical no período revolucionário iniciado pela esquerda militar.

Foi um golpe militar inserido no processo contra-revolucionário, que começou com insubordinações e sublevações militares do verão quente e de Outubro e Novembro de 1975

O golpe de 25 de Novembro foi uma acção militar que constituiu uma resposta à resolução do Conselho da Revolução de desmantelar a base aérea de Tancos e de substituir alguns comandantes militares.

Consequentemente, o almirante Pinheiro de Azevedo permaneceu no poder enquanto primeiro-ministro do VI Governo Provisório e demitiram-se alguns militares, tendo ainda Otelo Saraiva de Carvalho ter sido preso.

A preparação do Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 teve muitos meses de preparação antes de Novembro. O golpe foi preparado pelo Movimento, que define por ser contra o que chama os dissidentes.

O «Movimento» chamava a si a preparação e decisão do golpe militar, mas, preservando e garantindo a legitimidade revolucionária do Presidente da República a cúpula efectiva era o «Movimento», que dispunha de dois grupos dirigentes:

O primeiro militar, inicialmente constituído por Ramalho Eanes, Garcia dos Santos, Vasco Rocha Vieira, Loureiro dos Santos, Tomé Pinto e José Manuel Barroso. A sua principal era a elaboração de um plano de operações tarefa que realizou, tendo para isso muito contribuído a liderança de Ramalho Eanes.
O segundo o político, de que faria parte o famoso Grupo dos Nove, que viria a desempenhar o papel de um verdadeiro estado-maior de Vasco Lourenço, que assumira a chefia do dito Movimento.

Fala-se da acção militar do Grupo dos Nove na preparação para o golpe Pois para Além das acções legais ou semi-legais a que deitariam as mãos para obter a supremacia militar, também pretendiam desenvolver acções clandestinas para uma preparação em caso de confrontação.

O Golpe Militar de 25 de Novembro de 1975 seria para pôr fim a uma situação insustentável que vinha de longe.

O papel de Ramalho Eanes é sublinhado nas valiosas informações que, é designado em 22 de Novembro e confirmado a 24 Comandante da Região Militar de Lisboa em substituição de Otelo Saraiva de Carvalho.

O papel de Eanes expressou-se aliás publicamente, logo após a vitória do golpe, em factos tão significativos como a sua ascensão a Chefe do Estado-Maior do Exército (interino em 27-11-1975 — posse em 9-12-1975) e ulteriormente a Presidente da República eleito.

Está mais que provado, assumido e confessado, que se tratou de um golpe militar de contra-revolucionário há muito em preparação num turbulento processo de arrumação e rearrumação de forças.

O Golpe de 25 de Novembro de 1975 leva a substituição de alguns comandantes militares e a dissolução da Base-Escola de Pára-quedistas de Tancos pelo Conselho da Revolução é o rastilho que faz desencadear o 25 de Novembro. Pára-quedistas da Base-Escola de Tancos ocupam as aéreas de Tancos, OTA e Monte Real, enquanto as tropas do Ralis tomam posições estratégicas nas vias de comunicação de acesso a Lisboa.

O presidente da República decreta o estado de sítio. O Regimento de Comandos da Amadora acaba por ter um papel decisivo na neutralização das unidades de esquerda radical., após terem a garantia que os fuzileiros não saiam.

O vanguardismo militar caí. Os partidos, a partir de agora, como representantes da vontade popular, passam a ter um papel mais dinâmico.

Mário Soares e Sá Carneiro acusam o PCP e a extrema-esquerda pela responsabilidade do golpe.

Henrique Tigo

sábado, novembro 05, 2005

O Apoio Francês em 1640

Apoio de França a Portugal em 1640
Durante o período de denominação ocupação Filipana (1580-1640) em Portugal e nas suas colónias apareceram também os Holandeses. A primeira povoação a ser criada é Cacheu, em 1588, e que se tornou mais tarde na sede das primeiras autoridades coloniais de nomeação régia -os capitães-mores.

Em meados do século XVII, a ocupação portuguesa estende-se ao longo dos rios Casamansa, cacheu, Geba e Buba. Em 1687 constrói-se uma importante fortaleza em Bissau. Sucede-se até ao século XIX um período de conflitos entre Portugal, a Inglaterra e a França pela posse destes e outros territórios da Costa Ocidental de África. A França consegue melhores resultados. Pela Convenção de 1836, Portugal cede-lhe os territórios que virão a constituir a África Ocidental Francesa.

O fim a escravatura, o principal negócio da região, levou a que fosse desenvolvida a agricultura e silvicultura, onde operam grandes companhias francesas, inglesas e alemãs que exploravam o amendoim, óleo de palma e borracha. Em 1879 a Guiné passa a ter um governo próprio. Em 1943 a capital é fixada em Bissau.

Portugal já era há muito uma Potência independente, quando em 1581 passou para o domínio espanhol. Os Portugueses já haviam dobrado o cabo da Boa Esperança, aberto novo caminho ao comércio das Índias, e enchido com o seu nome esse rico país, onde se assinalaram por inúmeras façanhas e formaram os primeiros estabelecimentos europeus. Tinham descoberto o Brasil, e começado a fundar nessa parte da América uma colónia rica.

Não puderam as demais Potências da Europa ver sem receio, que se reunia aos reinos de Espanha uma monarquia tão vantajosamente situada para fazer uma grande parte do comércio do mundo, e que possuía os mais ricos e vastos estabelecimentos em ambos os hemisférios.

Assim quando os Portugueses em 1640 tentaram restituir ao trono a casa de Bragança, receberam poderosos socorros, mas nenhuma Potência lhos ministrou mais eficazes que a França.

Via a razão desse afastamento no triste episódio do infante D. Duarte, irmão do duque de Bragança, depois rei D. João IV. Após ter servido o imperador Fernando III na guerra contra os Suecos e seus aliados durante alguns anos, D. Duarte veio a ser preso quando se verificou a restauração portuguesa de 1640 e depois vendido aos Espanhóis, que o encerraram no castelo de Milão, onde permaneceu até à morte, em 1649.

Este caso e a prolongada guerra em que Portugal defendeu, contra a Espanha, a independência recuperada (1640-1668) tornaram impossível, por muito tempo, a normalização das relações entre Lisboa e Viena. Nem sequer a paz com o país vizinho (1668) veio alterar de modo sensível esta situação, dado que o relacionamento entre os dois Estados peninsulares não seguiu, desde logo, um caminho fácil, não faltando, nos primeiros anos, desconfianças e incidentes perturbadores.

Com a pacificação europeia dos tratados de Nimega (1678-1679), que puseram fim à chamada guerra da Holanda? Pacificação em que empenhara grandes esforços o papa Inocêncio XI, pôde este alimentar a esperança de ver os príncipes cristãos unirem-se contra os Turcos. É sabido que este pontífice? o mais notável do século XVII ? tinha feito da luta contra o perigo otomano uma das maiores preocupações da sua vida e do seu governo. Segundo o seu projecto, devia ser constituída uma aliança entre os países mais directamente ameaçados, enquanto os outros se limitariam a auxiliar com armas ou dinheiro.

Nesse sentido Inocêncio XI fez desenvolver uma intensa actividade diplomática nas capitais europeias e, dando o exemplo do que pregava, enviou ele próprio, durante o seu pontificado, importantes ajudas financeiras ao Imperador, à Polónia e a Veneza. E precisamente o perigo turco é que viria em breve a constituir um factor de aproximação entre Portugal e a Áustria.

Após um período de crises internas, com o consequente enfraquecimento do poder central e a desordem administrativa, o império otomano beneficiou, no terceiro quartel do século XVII, de vinte anos de estabilidade, assegurada por dois enérgicos grão-vizires da família Köprülü, de origem albanesa, que ocuparam sucessivamente o cargo (1656-1676). À restauração da autoridade interna correspondeu, no plano exterior, uma política de restabelecimento do prestígio e da preponderância militar, que não tardaria a transformar-se em temerosa ameaça para a Europa central. Abriu-lhe caminho o problema húngaro.

Arquiduques da Áustria e senhores dos outros «países hereditários», os príncipes da casa de Habsburgo eram também, no século XVII, imperadores do Sacro Império Romano-Germânico e reis da Boémia e da Hungria, esta reduzida à chamada Hungria real, pois a maior parte do território estava ocupada pelos Turcos desde o século XVI. As relações entre o soberano austríaco e os súbditos magiares tinham sido frequentemente difíceis, acabando por fim em revolta aberta, que, prolongada no tempo, veio a causar grandes embaraços à corte de Viena.

Os progressos da insurreição na Hungria real suscitaram uma crescente intervenção turca nesta região, colocada praticamente, desde 1682, sob protecção otomana. Por influência da política guerreira do grão-vizir Kara Mustafá, e aproveitando o momento favorável, empreenderam os Turcos a grande ofensiva do verão de 1683, e, desde 14 de Julho, Viena ficou cercada por um poderoso exército, que os historiadores modernos calculam de 100.000 a 140.000 combatentes. “A mais importante campanha da história turca tinha começado”, no dizer de um estudioso desta nacionalidade, e, com ela, um período de grave preocupação para o mundo cristão.

Em 1640, quando a classe média e aristocracia, descontentes com o domínio espanhol e com o reinado de Filipe III de Espanha II de Portugal, quiseram restaurar a independência, foi ele o escolhido para encabeçar a causa. João aceitou a responsabilidade com relutância, diz a lenda que incentivado sobretudo pela sua mulher Luísa de Gusmão.

A 1 de Dezembro deu-se o golpe e, em 15 de Dezembro foi coroado Rei de Portugal; foi aliás o último rei de Portugal a ser coroado, pois D. João ofereceu a coroa de Portugal a Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que desde então se tornou rainha e padroeira de Portugal.

Após a Restauração, seguiu-se uma guerra com Espanha na Península Ibérica e nas colónias, onde Portugal foi assistido pela Inglaterra, França e Suécia (adversários dos espanhóis na guerra dos trinta anos). A independência de Portugal foi reconhecida por Espanha apenas em 1668.

Filho de Henrique IV e Maria de Médicis, foi coroado, ainda criança (1610), tendo a regência sido confiada à sua mãe. Em 1614 passou a exercer o poder, tendo procedido a uma purga entre os seguidores da rainha-mãe, entre os quais pontificava o italiano Concini, mestre de venalidade. O início do reinado foi perturbado pela resistência da alta nobreza e dos huguenotes. Graças a Armand du Plesis, cardeal Richelieu, homem de rara argúcia e talento político, consegue articular, no plano interno, uma política de centralização, com a sufocação das veleidades da nobreza e irradicação do protestantismo. Em 1628 manda atacar o bastião do protestantismo gaulês, La Rochelle, sem que tal iniciativa o iniba de desenvolver uma política de apoio aos príncipes alemães protestantes em guerra com a Espanha da Áustria e o Sacro Império de Fernando II de Habsburgo, paladinos do catolicismo.
Em 1635, decide-se pela intervenção da França ao lado dos Protestantes na Guerra dos Trinta Anos (1618-48). O fim do reinado foi marcado pelos flagelos da fome e das Jacqueries (revoltas camponesas) motivadas pela penúria causada pela guerra. Ao morrer, deixa no trono o seu filho Luís (Luís XIV), de quatro anos de idade.
Henrique Tigo