Confraria dos Enchidos
faz 6 meses
Entrevista com o
seu Grão-mestre.
Quando se ouve falar em Confraria Gastronómicas, pensamos
logo em algumas regiões de Portugal, mas no passado dia 31 de Outubro de 2012,
nasceu uma nova confraria em Lisboa.
Um grupo de amigos juntou-se e criaram a confraria de que
se fala no momento, uma vez que a mesma faz meio ano de existência resolvi
realizar esta entrevista com o confrade fundador e Grão-mestre Henrique Tigo para
melhor conhecermos esta confraria.
O.F:
Como tiveram a ideia de criar a Confraria dos Enchidos?
H.T: Nós já
andávamos com a ideia de criar uma confraria, e como todas as sextas feiras,
almoçamos juntos e já nós entoávamos “a confraria”, e as nossas entradas são
sempre uma travessa de enchidos, achamos que poderíamos ser a Confraria dos
Enchidos.
O.F:
E que passos deram para criar a confraria?
H.T: Fomos nos
informar se já havia alguma confraria dos enchidos, vimos que não… então, entramos
em contacto com a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG), tivemos
todas as informações e indicações de como criar uma confraria, e a Dr.ª
Madalena Garrido, presidente da FPCG, deu-nos toda a ajuda necessária para
tornar esse sonho numa realidade.
O.F:
Porque dizem que a confraria nasceu no dia 31 de Outubro de 2012?
H.T. Foi no dia em
que nos reunimos todos, numa assembleia-geral, e onde criamos os nossos
estatutos e elegemos os órgãos sociais, ficando assim a data oficial “do
nascimento da confraria”.
O.F:
Que passos deram a seguir?
H.T: Tivemos de criar
um logótipo e um traje, pelo que falei
com o artista plástico Ricardo Passos que criou este lindíssimo logótipo e eu
desenhei o traje, criamos um facebook e uma página na net, ambos criados pelo
nosso confrade Pedro Boléo. Site que aconselho uma visita em www.confrariadosenchidos.com
O.F:
Sabemos que já houve uma polémica com o vosso logótipo que andou em vários
jornais regionais e nacionais. O que se passou afinal?
H.T: Fomos
questionados por outras confrarias se estávamos a promover/apadrinhar a Feira
dos Enchidos de Monchique, pois o nosso logótipo estava nos cartazes daquele
evento quando analisamos, o logótipo usado pela autarquia para promover o
certame era "praticamente igual" ao da nossa confraria.
Assim
entramos em contacto com os responsáveis da Câmara Municipal, que negaram a
semelhança entre as imagens e afirmaram que agora nada poderiam fazer, uma vez
que o material publicitário já tinha sido distribuído e que mesmo que fossemos
para tribunal, até a situação ser resolvida o certame já tinha acabado.
Mesmo assim demos à Câmara uma hipótese de chegar a um consenso até hoje, mas ainda não obtivemos resposta, e não houve qualquer pedido de desculpas ou tentativa de se dissociarem da imagem da confraria.
Aliás os responsáveis da Câmara além de nada terem feito ainda disseram em publico que esta polémica ainda fez que o certame tivesse mais visitantes, pois “demos-lhe publicidade grátis e da boa”.
Mesmo assim demos à Câmara uma hipótese de chegar a um consenso até hoje, mas ainda não obtivemos resposta, e não houve qualquer pedido de desculpas ou tentativa de se dissociarem da imagem da confraria.
Aliás os responsáveis da Câmara além de nada terem feito ainda disseram em publico que esta polémica ainda fez que o certame tivesse mais visitantes, pois “demos-lhe publicidade grátis e da boa”.
Quero
salientar que a C.G.E não tem nada contra este tipo de certames pois um dos
objectivos da nossa confraria é ajudar os produtores e artesãs/ artesãos dos
enchidos, assim como aos apreciadores de enchidos, promover o contacto com o
que de melhor se faz em Portugal.
O.F:
A quem diga que as confrarias são um grupo de amigos que se reúnem só para
“almoçaradas”. O que diz sobre isso?
H.T: Os objectivos
de todas as confrarias estão bem definidos por cada uma, mas todas tem como objectivo
defender a gastronomia nacional que além de ser um património nacional, é
também cultura, preservando assim as receitas dos nossos antepassados, ajudando
as mesmas a passarem de geração em geração.
Assim
as confrarias são como cavaleiros que se comprometem as zelar e divulgar a
nossa identidade através do enorme património gastronómico que os nossos
antepassados nos deixaram
O.F:
E então que iniciativas fizeram até agora?
H.T. Realizamos no
nosso I Capitulo de Entronização, e onde os nossos principais órgãos sociais
foram entronizados pelas nossas confraria madrinhas, a Confraria da Chanfana e
a Confraria da Marmelada de Odivelas.
Organizamos
uma prova de degustação em Massamá, fomos o júri do melhor enchido da 24ª Feira
do Enchido em Tábua, celebramos protocolos com algumas entidades para ajudar e
difundir o enchido nacional, em Portugal e além fronteiras. Criamos uma
newsletter, entre outras.
O.F:
Quantos confrades têm a Confraria dos Enchidos?
H.T: Somos cerca de
50, e em Maio serão entronizados mais 20.
O.F:
Nas confrarias existem sempre figuras publicas a confraria dos enchidos, tem
algum “famoso”?
H.T: Sim, são
nossos confrades o Paço Bandeira, Jorge Ganhão e serão entronizados em Maio o
Carlos Alberto Moniz e o Arquitecto Tomás Taveira entre outros.
O.F:
Como nós podemos tornar confrades?
H.T: Através de convite
de algum dos confrades, ou então podem ir ao nosso site fazer uma candidatura
espontânea.
O.F:
Onde é a vossa sede?
H.T: A nossa sede é
em Lisboa mas além de Lisboa temos uma delegação no Alentejo e outra em Leiria.
O.F:
Quando vai haver entronizações de novos confrades?
H.T: Normalmente as confrarias só
fazem um Capitulo de entronização por ano, mas a Confraria dos Enchidos, que não
está limitada a uma zona, concelho ou distrito e não tem qualquer apoio,
patrocínio ou ajuda de qualquer autarquia ou entidade pública ou privada, vai
realizar só em 2013, mais 3 entronizações e elas
são:
II Capitulo
de Entronização – 11 de Maio em Góis, com o apoio da Câmara M. de Góis.
III Capitulo de Entronização – 31 de Agosto no Castelo de Ourém, Restaurante Medieval de Oureana, com o apoio do Real Confraria Enófila Gastronómica - Instituto D Afonso, IV Conde de Ourém.
IV Capitulo de Entronização – 31 de Dezembro de 2013/1 de Janeiro de 2014, passagem do Ano no Cruzeiro no Tejo.
III Capitulo de Entronização – 31 de Agosto no Castelo de Ourém, Restaurante Medieval de Oureana, com o apoio do Real Confraria Enófila Gastronómica - Instituto D Afonso, IV Conde de Ourém.
IV Capitulo de Entronização – 31 de Dezembro de 2013/1 de Janeiro de 2014, passagem do Ano no Cruzeiro no Tejo.
O.F:
Então e para finalizarmos, quais são os projectos futuros da Confraria dos
Enchidos?
H.T: Apoiar a elaboração e divulgação de
trabalhos sobre a gastronomia regional, e em especial dos enchidos e pratos e
sopas que levem enchidos, designadamente sobre a sua história e antigas
técnicas de produção;
Promover seminários, conferências, workshops e passeios culturais;
Promover seminários, conferências, workshops e passeios culturais;
Divulgar por todos os meios adequados, as virtudes e
tradições ligados à gastronomia regionais na realização e produção de enchidos;
Organizar concursos afim de eleger e premiar anualmente
os melhores profissionais da gastronomia, quer no âmbito da cozinha quer
serviço que a complemente, bem como as entidades individuais ou colectivas que
tenham contribuído de forma relevante para promover a gastronomia dos enchidos
em Portugal e além fronteiras;
Estabelecer relações com outras confrarias existentes,
portuguesas ou estrangeiras, privilegiando as que se ocupem da gastronomia
Portuguesa;
Colaborar com os órgãos locais, regionais, nacionais ou internacionais de turismo em todas as acções tendentes à divulgação e promoção dos nossos enchidos.
Colaborar com os órgãos locais, regionais, nacionais ou internacionais de turismo em todas as acções tendentes à divulgação e promoção dos nossos enchidos.
Elaboração de uma revista ou catálogo com o fim de
promover os melhores enchidos e pratos tradicionais.
Organizar provas de degustação, almoços, jantares festas,
recepções, banquetes, reuniões, pelos menos mais dois capítulos de entronização
de novos confrades até ao fim do ano.
Entrevista de Orlando
Fernandes (Jornalista)