Henrique Tigo
Este Blogsopt é o ponto de vista de Henrique Tigo sobre o Mundo. Enquanto Artista, Geógrafo e acima de tudo Homem Livre e de bons costumes!!!.
quinta-feira, dezembro 13, 2018
segunda-feira, agosto 27, 2018
Tratamento entre Confrades
Tratamento entre Confrades.
Faz-me confusão, como é que as pessoas entram, fazem parte ou dirigem uma coisa, que não sabe o que são.
Como por exemplo, uma Confraria e o que é uma Confraria, ou ainda mais em concreto uma Confraria Gastronómica; e sobre Confraria no dicionário encontramos: Por confradaria de frade < Lat. fratre, irmão s. f., associação com ou sem fins religiosos; irmandade; congregação; conjunto de pessoas da mesma categoria, com os mesmos interesses ou com a mesma profissão; sociedade; associação.
Assim faz-me muita confusão quando assistimos, nos capítulos de entronização, começam a tratar os confrades pelos seus títulos académicos ou outros, afinal de contas estamos numa confraria ou seja uma irmandade, nas confrarias isto é inadmissível, uma vez que uma confraria é uma irmandade, e não se trata um Irmão por Dr., Eng., ou Arq., ou qualquer outro título.
Embora esteja igualmente errado, até dou de barato, que se tratem por Vocês, porque desconhecem a que “você” não existem na Língua portuguesa, até porque mesmo em certas regiões de Portugal, especialmente nas zonas desenvolvidas como as cidades, o tratamento por você é considerado diminuidor, tradicionalmente a resposta é "você é linguagem de estrebaria!", e é considerado até uma forma de insulto ou de desvalorização. Num contexto mais formal, o “você” é substituído por "senhor", "senhora" ou, na maioria das vezes, simplesmente não se recorre a um sujeito.
Uma Confraria, irmandade ou fraternidade é um grupo de pessoas que se associa em torno de interesses ou objetivos comuns, seja o mesmo ofício, a mesma profissão, modo de vida ou religiosos ou espirituais.
O termo origina-se da Idade Média, a referir-se a associações religiosas ou laicas, que se reuniam com a dupla finalidade - espiritual e assistencial.
As confrarias laicas ou corporativas eram associações que tinham como finalidade a assistência mútua dos associados e a defesa dos interesses comuns, a assistência em caso de pobreza, doença e velhice, bem como o sepultamento e sufrágio das almas dos confrades.
Das Confraria laicas, nasceram as Confraria Gastronómicas, que nasceram com a finalidade da defesa de um produto local, regional ou nacional, não deixando que o mesmo se perca com o tempo e salientando as suas origens e tradições.
Acho que está na altura das pessoas, que estão ou vão entrar para uma confraria saibam a história e tradição do que é uma confraria e como se devem tratar dentro da mesma.
Afinal das Confraria não foram criadas de certeza para serem feiras das vaidades.
Um povo que não conhece a sua história está condenado a não saber projectar bom futuro”.
Faz-me confusão, como é que as pessoas entram, fazem parte ou dirigem uma coisa, que não sabe o que são.
Como por exemplo, uma Confraria e o que é uma Confraria, ou ainda mais em concreto uma Confraria Gastronómica; e sobre Confraria no dicionário encontramos: Por confradaria de frade < Lat. fratre, irmão s. f., associação com ou sem fins religiosos; irmandade; congregação; conjunto de pessoas da mesma categoria, com os mesmos interesses ou com a mesma profissão; sociedade; associação.
Assim faz-me muita confusão quando assistimos, nos capítulos de entronização, começam a tratar os confrades pelos seus títulos académicos ou outros, afinal de contas estamos numa confraria ou seja uma irmandade, nas confrarias isto é inadmissível, uma vez que uma confraria é uma irmandade, e não se trata um Irmão por Dr., Eng., ou Arq., ou qualquer outro título.
Embora esteja igualmente errado, até dou de barato, que se tratem por Vocês, porque desconhecem a que “você” não existem na Língua portuguesa, até porque mesmo em certas regiões de Portugal, especialmente nas zonas desenvolvidas como as cidades, o tratamento por você é considerado diminuidor, tradicionalmente a resposta é "você é linguagem de estrebaria!", e é considerado até uma forma de insulto ou de desvalorização. Num contexto mais formal, o “você” é substituído por "senhor", "senhora" ou, na maioria das vezes, simplesmente não se recorre a um sujeito.
Uma Confraria, irmandade ou fraternidade é um grupo de pessoas que se associa em torno de interesses ou objetivos comuns, seja o mesmo ofício, a mesma profissão, modo de vida ou religiosos ou espirituais.
O termo origina-se da Idade Média, a referir-se a associações religiosas ou laicas, que se reuniam com a dupla finalidade - espiritual e assistencial.
As confrarias laicas ou corporativas eram associações que tinham como finalidade a assistência mútua dos associados e a defesa dos interesses comuns, a assistência em caso de pobreza, doença e velhice, bem como o sepultamento e sufrágio das almas dos confrades.
Das Confraria laicas, nasceram as Confraria Gastronómicas, que nasceram com a finalidade da defesa de um produto local, regional ou nacional, não deixando que o mesmo se perca com o tempo e salientando as suas origens e tradições.
Acho que está na altura das pessoas, que estão ou vão entrar para uma confraria saibam a história e tradição do que é uma confraria e como se devem tratar dentro da mesma.
Afinal das Confraria não foram criadas de certeza para serem feiras das vaidades.
Um povo que não conhece a sua história está condenado a não saber projectar bom futuro”.
Henrique Tigo
Grão-mestre da Confraria dos Enchidos
sexta-feira, agosto 24, 2018
Barão de Alfornelos
Barão de Alfornelos
Por direito próprio tem o Senhor Barão de Alfornelos, Dom Henrique Tiago Nogueira Afonso Mourato ( Henrique Tigo) as suas armas registadas no Real Conselho de Nobreza. As referidas nobres armas estão ordenadas da seguinte forma:
De Azur, com um Leão rampante, coroado, de ouro, segurando na garra dextra uma corbeille de três Romãs de prata; correia de gules, paquife e virol de Azur e Prata. Coroa de barão. Timbre o leão coroado sainte e rampante.
Romãs
Fruto oriundo da antiga Pérsia, há quem acredite que as romãs eram uma fruta do Paraíso. A origem do seu nome vem do latim ‘pomum’ (maçã) ‘granatus ‘ (com sementes). Os arquivos cuneiformes da Mesopotâmia já tinham referências às romãs. Por causa da sua casca grossa as romãs resistem mais do que outras frutas às variações meteorologicas. Por isso foram usadas como alimento nas travessias do deserto.
A Sagrada Escritura ensina que as romãs são símbolos de Rectidão ou Honradez. O livro do Êxodo explica que as romãs estavam esculpidas no Templo de Salomão em Jerusalém. Cada romã possui 613 sementes. Tantas, quantos os provérbios judaicos (Mitzvots) inscritos na Tora.
O estilo Manuelino esculpido na pedra dos mosteiros dos Jerónimos, da Batalha ou de Tomar, tem nas romãs uma presença permanente. Nos edifícios simbólicos do reinado de D.Manuel I, sobretudo nos domínios da Ordem de Cristo vislumbram-se com frequência três romãs sobre a Esfera Armilar. Cristóvão Colombo parecia ter relações muito íntimas mas secretas com a Ordem de Cristo. Um dos aspectos que o aproximam desta Ordem é o seu apego ao culto do Espírito Santo e a Jerusalém. O retrato de Cristóvão Colombo está representado na “Virgem dos Navegantes” pintado cerca de 25 anos depois do seu falecimento pelo pintor alemão Alejo Fernandéz (c. 1470 - 1545) que regista no vestuário de Colombo, um padrão de três romãs. Não se sabe se para afirmar as raizes judaicas de Colombo. Sabe-se que o navegador chamou Granada a uma das primeiras ilhas que descobriu.
A Sagrada Escritura ensina que as romãs são símbolos de Rectidão ou Honradez. O livro do Êxodo explica que as romãs estavam esculpidas no Templo de Salomão em Jerusalém. Cada romã possui 613 sementes. Tantas, quantos os provérbios judaicos (Mitzvots) inscritos na Tora.
O estilo Manuelino esculpido na pedra dos mosteiros dos Jerónimos, da Batalha ou de Tomar, tem nas romãs uma presença permanente. Nos edifícios simbólicos do reinado de D.Manuel I, sobretudo nos domínios da Ordem de Cristo vislumbram-se com frequência três romãs sobre a Esfera Armilar. Cristóvão Colombo parecia ter relações muito íntimas mas secretas com a Ordem de Cristo. Um dos aspectos que o aproximam desta Ordem é o seu apego ao culto do Espírito Santo e a Jerusalém. O retrato de Cristóvão Colombo está representado na “Virgem dos Navegantes” pintado cerca de 25 anos depois do seu falecimento pelo pintor alemão Alejo Fernandéz (c. 1470 - 1545) que regista no vestuário de Colombo, um padrão de três romãs. Não se sabe se para afirmar as raizes judaicas de Colombo. Sabe-se que o navegador chamou Granada a uma das primeiras ilhas que descobriu.
Leão
Símbolo de força, grandeza e nobreza de condição. Foi com as marcas da sua casa real que sua majestade o rei Kigeli V quis assinalar e distinguir, este novo barão.
É todo este simbolismo da rectidão e honradez, da terra geográfica conhecida, da união das diferenças, da ligação ao Espírito Santo e ao Templo de Salomão que este já antes homem de bem, carregará nas armas que o assinalam como barão.
É todo este simbolismo da rectidão e honradez, da terra geográfica conhecida, da união das diferenças, da ligação ao Espírito Santo e ao Templo de Salomão que este já antes homem de bem, carregará nas armas que o assinalam como barão.
Sou abstémio
Sou abstémio!
Vivemos num dos países com maior
consumo de bebidas alcoólicas e no pais com maior consumo de vinho do mundo. Numa
altura em que tanto se fala de bullying, esquecem-se das pessoas que sofrem de
bullying por serem abstémios.
Eu sou, abstêmio assumido. Nunca
bebi vinho nem cerveja na minha vida e por isso sou vítima de “bullying” porque
em Portugal, ainda temos a mentalidade que “Macho que é Macho tem de beber”.
Não necessito de beber para me
divertir ou saborear uma bela refeição. Quem disse que a comida só é boa se
acompanhada por vinho?
As pessoas não percebem ou não
querem perceber o quanto são “chatas” e mal-educados com a questão do beber
vinho e vivo num grande dilema: como convencer a todos que sou feliz sem beber
e que gosto de estar sóbrio?
Ser abstémio para mim é natural e
nunca ninguém nunca me obrigou a ser abstémio foi por opção própria, aliás o
meu pai e os avós eram apreciadores de bom vinho, mas nunca me aborreceram por
eu não querer beber.
Fiz parte da comissão de praxes na
faculdade e sobrevivi a esses tempos sem beber nada, aí, onde eram comuns as
rodadas e mais rodadas nos bares perto do campus da Universidade e até havia o
Rally das Tascas. Eu fiz tudo: mesmo tudo, diverti-me, ri, chorei, emocionei-me
e até amei mas, sempre sóbrio.
Hoje como Grão-mestre de uma
confraria gastronómica mantenho-me com o meu estado de abstémia, e não é fácil
pois anda tudo à minha volta a “melgar”: É hoje que vais beber, bebe isto e
aquilo, é hoje, de hoje não passa…
Chega, se eu estive 40 anos sem
beber, se ninguém me conseguiu convencer a beber vinho ou cerveja, não vão ser
as “melgas” que acham que têm graça que o vão conseguir… Eu nunca digo, nunca,
nem digo que um dia possa querer experimentar, mas será quando me apetecer, até
lá, chega!
Portugal têm a maior taxa de
acidentes mortais por causa da ingestão de bebidas alcoólicas, mas mesmo assim,
as pessoas continuam a beber e a meterem-se no carro, colocando a sua vida, e a
dos outros, em risco, e ainda chateiam os outros para beber. Eu sou abstêmio e
o que me oferecem nos meus anos e no Natal? Garrafas de Vinho!
É como os que se dizem católicos,
que não comem carne na Quarta-Feira de Cinzas, nas sextas-feiras da Quaresma e
na Sexta-Feira Santa, porque representa o Corpo de Cristo, mas os Portugueses
são os únicos que nesta altura bebem vinho, o que não deviam fazer pois ele
representa o sangue de Cristo, se não comem carne, não deviam beber vinho, mas
isso não.
Já o Prof. Dr. Oliveira Salazar,
mandava beber vinho e até dizia que “…beber vinho é dar de comer a um milhão de
Portugueses.”
Tudo bem, cada maluco com a sua, eu
respeito a vossa, por isso só peço: -Respeitem a minha abstinência!
quinta-feira, agosto 23, 2018
Entrevista na SIC dia 16 de Agosto de 2018
quinta-feira, julho 26, 2018
quarta-feira, julho 18, 2018
Altino do Tojal
Morreu o Ermita da Literatura Portuguesa
Altino do Tojal
Faleceu um enorme vulto da
literatura Portuguesa, o escritor e jornalista Altino do Tojal para os seus
amigos, o “Ermita”, pois não gostava de andar nas festas do croquete e não se
dava muito com outros escritores. Nunca se meteu a jeito para Condecorações e
Prémios, embora os mereça. A sua obra “Os Putos” é das obras que em Portugal
mais reedições teve vai na 38ª edição, nem o Saramago conseguiu esse feito!
Mesmo, sendo o Ermita tive a sorte
de ser seu amigo. Nunca faltou a uma exposição minha e chegou a comprar-me um quadro.
Eu homenageei-o na minha Exposição “Vultos da Cultura Portuguesa”.
Ofereceu-me os seus livros e a sua
amizade, escreveu a abertura de um catálogo meu.
Tive com ele conversas
interessantes. Um homem tão encantador como reservado e por quem tenho uma
enorme admiração.
Espero sinceramente que Portugal não
se esqueça dele e do seu contributo para a nossa cultura, história e
identidade.
Altino do Tojal nasceu a 26 de Julho
de 1939, em Braga, e foi criado pela tia Emília, professora primária, que o
ensinou a ler aos cinco anos, e pelo seu avô, professor aposentado.
Viveu em Braga até aos 27 anos.
Trabalhou em vários jornais, entre eles o "Jornal de Notícias",
depois no lisboeta "O Século", até ao seu encerramento, e depois no
"Comércio do Porto". Trabalhou também durante alguns anos na
Biblioteca de Braga.
Mas foi na escrita de ficção que se
destacou com dezenas de obras. A sua obra "Os Putos" foi adaptada ao
teatro, à televisão e à banda desenhada. A primeira versão deste livro surgiu
ainda em 1964, com o título "Sardinhas e Lua".
Sobre mim Altino do Tojal escreveu:
Frequentador ocasional de
exposições, conhecia de Henrique Tigo pinturas de vanguardismo arrojado. Agora
vejo-o cultivar também o retracto, na sua evolução de “Vultos da Cultura
Portuguesa”.
Numa galeria vinte e tal seres humanos retractados, já quase todos pó de
cemitério, decidiu generosamente o artista incluir-me entre os dois ou três que
continuam a respirar os ares deste mundo.
Confidenciou-me ter sido útil ao seu propósito a leitura de alguma da
minha obra literária, sobretudo “Os Putos”, onde, valha a verdade, outra coisa
não fiz senão falar de mim e da minha vida ao derredor. Assim equipado, terá o
pintor ambicionado transcender uma vulgar semelhança fisionómica, ir mais além,
através da sua arte explorar-me a alma. Examino com atenção este retracto
amargo e rude, esquivo, dir-se-ia inabordável. Fiel ao preceito délfico, há 63
anos que eu próprio venho procurando humildemente conhecer-me, e as minhas
pesquisas interiores parecem aflorar de algum modo no retracto, não são grosseiramente
desmentidas por ele.
Alguém o adquiriu, faz já parte de uma colecção particular – informa o
catálogo. Talvez o desconhecido comprador não dependure lá em casa a minha
autêntica imagem, o verdadeiro “Eu”; mas, de todos os retratos que me tiveram
por modelo, estas pinceladas breves e lampejantes tornam-no, ao menos para mim,
o mais revelador.
In:
Jornal Varzeense Agosto 2018
quarta-feira, maio 09, 2018
88 Feira do Livro
Este ano lá estarei novamente a realizar uma sessão de autógrafos na 88ª Feira do Livro de Lisboa dia 30 de Maio entre as 18h30 e às 19h30.
Com os Livros:
Com os Livros:
As Portas de Abril;
Galeria de Poemas;
Bodas de Madeira da Confraria dos Enchidos;
Maçonaria Com Tigo.
Conto com a vossa presença.
quinta-feira, março 01, 2018
Deus da Carnificina
Ontem tive o privilégio de ver em primeira mão a peça Deus
da Carnificina, a convite do meu amigo, primo, etc, etc, etc… Jorge Mourato, um
dos melhores actores da actualidade em Portugal , que tem crescido muito como
actor e que nesta peça tem um papel formidável .
Em cena no Teatro da Trindade, com: Jorge Mourato, Patrícia Tavares, Rita Salema e Diogo Infante, com encenação do mesmo.-
A peça passa-se a volta de dois casais supostamente civilizados, que se encontram para resolver um incidente provocado pelos seus filhos menores. Contudo as coisas nem sempre são o que parecem ser, no meio de tanta hipocrisia, tudo descamba e descobre-se a realidade destes dois casais, iguais a tantos com quem convivemos diariamente. Aliás esta peça reflecte bem a realidade que vivemos.
Deus da Carnificina é uma comédia altamente bem representada por estes quatro actores, eu já tinha visto o filme com os actores: Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz, e sinceramente prefiro esta peça que estará em cena até dia 29 de Abril no Teatro da Trindade e que recomendo vivamente.
Em cena no Teatro da Trindade, com: Jorge Mourato, Patrícia Tavares, Rita Salema e Diogo Infante, com encenação do mesmo.-
A peça passa-se a volta de dois casais supostamente civilizados, que se encontram para resolver um incidente provocado pelos seus filhos menores. Contudo as coisas nem sempre são o que parecem ser, no meio de tanta hipocrisia, tudo descamba e descobre-se a realidade destes dois casais, iguais a tantos com quem convivemos diariamente. Aliás esta peça reflecte bem a realidade que vivemos.
Deus da Carnificina é uma comédia altamente bem representada por estes quatro actores, eu já tinha visto o filme com os actores: Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz, e sinceramente prefiro esta peça que estará em cena até dia 29 de Abril no Teatro da Trindade e que recomendo vivamente.
segunda-feira, janeiro 29, 2018
Adeus ao meu Herói Edmundo Pedro
Adeus ao meu Herói Edmundo Pedro
Todos nós, à medida que vamos
crescendo, temos os nossos heróis. Talvez por ter crescido num ambiente
diferente das outras crianças, num ambiente mais “adulto” e “politizado” tive
heróis diferentes.
Pois enquanto os meus amigos ou
colegas de escola liam livros de banda desenhada, eu lia outro tipo de livro que
iam desde O Tarrafal ao Capital de Karl Marx.
Entre os meus heróis, estava o
Edmundo Pedro, o lutador da Liberdade e da Democracia, Foi preso pela PIDE com
apenas 15 anos e aos 16 anos foi levado para inaugurar o Campo de Concentração
do Tarrafal, em Cabo Verde, em 1936. Ali passou todos os horrores possíveis e
lá sobreviveu durante 10 anos, tendo -lhe morrido nos braços dezenas de amigos
e o seu próprio pai.
Nunca baixou os braços e nunca
deixou de lutar por Portugal, pela igualdade, pela Liberdade e pela Democracia
até ao 25 de Abril. Voltou a ser preso, torturado e não só…
Depois do 25 de Abril destacou-se
como militante, dirigente e deputado do Partido Socialista, tendo sido elemento
fundamental na articulação civil e militar, na defesa da Liberdade contra a deriva
totalitária no período da revolução.
Chegou a ser presidente da RTP e a 9
de junho de 1994, foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, tendo sido
elevado a Grã-Cruz da mesma ordem a 9 de junho de 2005.
Maçom do Grande Oriente Lusitano,
foi um dos fundadores da Loja 25 de Abril
Tive a sorte de conhecer o meu herói
de infância e tornar-me seu amigo. Em 1999 os meus País foram com ele ao
Tarrafal, viagem que infelizmente não fiz, mas nasceu entre nós uma forte
amizade, passei horas a ouvir as suas histórias, ofereceu-me todos os seus
livros que guardo num local de destaque na minha biblioteca. Tive a oportunidade
de passar tardes em tertúlias, na sua casa de Alvalade e de ir a festas na sua
casa de Sesimbra.
Fez questão de estar presente em
muitas exposições minhas e do meu pai. Organizei debates e conferência e ele
esteve sempre presente, e quando publiquei o meu livro “As portas de Abril” que
lhe dediquei, tive a honra, de contar com a sua presença na mesa de honra para
apresentar o mesmo.
Tivemos imensas conversas sobre
Maçonaria, tendo sido inclusivo o primeiro maçom que me convidou para entrar
para a Maçonaria.
Edmundo Pedro era um homem “BOM”,
sempre preocupado com os outros, as vezes mais preocupado com os outros do que
consigo mesmo. Não tenho palavras para descrever o quanto me deixa devastado o
seu desaparecimento físico, ele era um amigo, um irmão, um mentor e o avô que
gostava de ter tido, aliás como tive a oportunidade de lhe dizer mais que uma
vez.
Meu
querido Edmundo até um dia, no Oriente Eterno.
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