segunda-feira, dezembro 10, 2007

PAI NATAL


Pai Natal

Muitos estudiosos afiançam que a figura do bom velhinho Pai Natal é um homem bonacheirão e gorducho de faces rosadas e barba branca, vestido de fato vermelho, a conduzir um trenó, pelos céus, puxado a oito renas.
Segundo reza a história, desce pela chaminé e deixa presentes na árvore de Natal, no sapatinho e nas peúgas de todas as crianças bem comportadas, foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
O bispo Nicolau, foi transformado em Santo após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele, entre eles estão o salvamento de três oficiais condenados injustamente, interveio para preservar a honra de três donzelas, salvou barcos a afundarem-se, ressuscitou crianças, etc...
São Nicolau viajava montado num burro, por este motivo, em algumas regiões de França, as crianças colocam debaixo do pinheiro de Natal, um copo de vinho para o Pai Natal e uma cenoura para o burro.
Quando era criança na minha casa, ainda no Bairro Alto, onde vivi 11 anos, todos os Natais o Pai Natal ia-nos fazer uma visita e o meu Pai deixava-lhe uma cálice de vinho do Porto, como agradecimento, pelas prendas que ele me deixava, e posso dizer que era uma criança que tinha mesmo muitas prendas.
Um dos Pais do actual Pai Natal foi o professor de literatura grega da Universidade de Nova Iorque Clemente Clark Moore, que em 1822 escreveu um poema com o título "Uma visita de São Nicolau", nesse poema, ele divulgava a versão de que o Pai Natal ele viajava num trenó puxado por varias renas.
Tendo sido este escritor que popularizou outras características do nosso querido Pai Natal, como o fato vermelho entrar pelas nossas chaminés.
Ao longo dos anos a imagem do Pai Natal tem sofrido algumas alterações, mas o visual que todos conhecemos devesse ao designer Thomas Nast, que 1886 na Edição de Natal da sua revista a Harper’s Weekly, desenhou o primeiro Pai Natal com um gorro Vermelho e um fato vermelho e branco.
Mas a imagem que hoje melhor conhecemos do Pai Natal essa foi criada pela Coca-Cola, para a sua campanha publicitaria de Natal de 1931, sendo a que persiste desde então.
Como se chama então o Pai Natal por todo o Mundo[1]
Portugal: Pai Natal, Brasil: Papai Noel, Alemanha: Nikolaus (ou Weihnachtsmann - literalmente, "homem do Natal"), Chile: Viejito Pascuero; Colômbia: Papá Noel ou Santa Claus, Dinamarca: Julemanden, Espanha, Argentina, Paraguai, Peru e Uruguai: Papá Noel, Estados Unidos: Santa Claus Finlândia: Joulupukki, França: Père Noël, Inglaterra: Father Christmas, Países Baixos: Sinterklaas, Itália: Babbo Natale, México: Santa Claus, República Dominicana: Santa Claus Pronunciado como Santa Clo o às vezes Santi Clo, Porto Rico: Santa Claus (Pronunciado en Puerto Rico, "SantaClo'" devido ao spanglish) e na Rússia: Ded Moroz.
Eu pessoalmente sou um grande fã do Pai Natal, quando chega o Natal tenho a casa cheia de Pais Natais, e no dia 24 de Dezembro, à noite, irei deixar a janela aberta (pois não tenho chaminé) com uma cálice de vinho do Porto a sua espera…

[1] http://pt.wikipedia.org

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Árvore de Natal


Árvore de Natal




Esta semana estive a fazer a minha árvore de Natal com a minha mulher. Para mim a árvore é um símbolo da vida e de tradição natalícia, sendo esta muito mais antiga do que o Cristianismo e não é um costume exclusivo de nenhuma religião em particular.
Muito antes da tradição de comemorar o Natal, os egípcios já levavam galhos de palmeiras para dentro de suas casas no dia mais curto do ano, em Dezembro, simbolizando, o triunfo da vida sobre a morte.
Era normalmente um pinheiro ou abeto, hoje em dia é de plástico, que na altura do Natal, normalmente entre 15 dias a 1 mês antes é enfeitado e iluminado, especialmente nas casas particulares, mas também temos árvores gigantes nos Centros Comerciais e em Portugal até temos a maior árvore de Natal da Europa com 76 metros de altura, que este ano está na Avenida dos Aliados no Porto.
Mas voltando as tradições da dita árvore, já os romanos embelezavam árvores em honra de Saturno, o seu Deus da agricultura, mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal, ainda nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
Segundo a tradição de São Bonifácio, no século VII, era um pregador na Turíngia (uma região da Alemanha) e que usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.
Finalmente na Europa Central, no final do século XII, penduravam-se árvores com o ápice para baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade.
Mas a 1ª referência a uma “Árvore de Natal”, diz-se que surgiu no século XVI e que foi nessa altura que ela se vulgarizou pela Europa Central em 1510.
Foi então Lutero o “pai” da reforma protestante, que depois de um passeio, pela floresta em pleno Inverno, numa noite de céu limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de uma “Árvore de Natal” com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto porque para ele o céu devia ter estado no dia do nascimento do Menino Jesus.
Então o costume enraizou-se pela Alemanha, nas famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos secos, além de doces e flores de papel, isto possibilitou que surgisse uma indústria de decorações de Natal, em que a Turíngia se especializou, devido a sua antiga tradição.
Desde o início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a introduzir da Alemanha esta tradição, pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a tradição só se consolidou na Grã-Bretanha após a publicação pela “Illustrated London News”, de uma imagem da Rainha Vitória e do Príncipe Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.
Esta tradição estendeu-se, então, por toda a Europa e chegou até aos EUA na altura da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição só se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas.
Até que em 1856, o 28° Presidente dos EUA, Woodrow Wilson, introduziu na Casa Branca uma árvore de Natal e a tradição mantém-se desde então.
A árvore de Natal tem uma origem pagã, esta predomina nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Assim nos países católicos, como Portugal, a tradição da árvore de Natal foi despertando pouco a pouco ao lado dos já tradicionais presépios, e são a grande tradição nacional deste tempos idos, pois a aceitação da Árvore de Natal é relativamente recente quando comparada com os restantes países.
O Estado Novo e o Prof. Salazar não viam com bons olhos a dita Árvore, só a partir dos anos 50, este símbolo começa a ser visto nas cidades, mas nos campos era simplesmente ignorada. Ninguém sabe quem a introduziu nos nossos costumes e tradições, sabemos somente que foram os ricos que as levaram da cidade para os campos, mas a verdade é que hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa e já todos se renderam a ela, eu pessoalmente já não sei o que seria o Natal sem a minha Árvore e todas a s decorações inerentes a ela.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Bolo-Rei

Bolo-Rei




Qual será a mesa Portuguesa, que não tem o Bolo-Rei nas suas mesas na altura das festas?
O Bolo-Rei mantém-se como o doce tradicional do Natal, sendo o bolo mais vendido na altura natalícia, mas curiosamente este bolo não teve a sua origem no nosso País, mas sim em França e apenas chegou a Portugal no século XIX tendo chegado primeiro em Lisboa e só depois no Porto, o Bolo-Rei foi trazido por dois pasteleiros franceses.
Não deixa de ser curioso que Portugal, tendo uma tradição doceira tão boa, variada e tão rica tenha adoptado um bolo Francês, como bolo oficial do nosso Natal.
Ninguém sabe bem porque motivo de chamou Bolo-Rei a este bolo, pois ele esta associado aos Reis Magos, contudo dos três Reis Belchior, Baltazar e Gaspar que foram a Belém para saudar o Deus-Menino, levar Incenso, Mirra e Ouro, e não um bolo, mas tudo bem, pode ser uma simples homenagem...
Na minha modesta opinião o Bolo-Rei não é assim grande coisa, poderíamos ter escolhido para bolo oficial do Natal, algo bem nacional tal como o pão-de-ló, bolo real, bolo príncipe, bem mas lá foi eleito o Bolo-Rei.
Em Portugal, foi comercializado pela primeira vez em 1869 na Confeitaria Nacional pelo senhor Baltazar Rodrigues Castanheiro Júnior que tinha herdade a Confeitaria do seu pai Baltazar Sénior, tendo sido o mestre confeiteiro Gregório Santos o primeiro pasteleiro português a fazer Bolo-Rei.
A moda do Bolo-Rei só chega ao Porto em 1890, na Confeiteira Cascais, sendo feito a partir de uma receita do proprietário Francisco Cascais, que tinha ido buscar pessoalmente a Paris, e só fazia estes bolos na véspera do Dia de Reis, mas devido a sua enorme procura a partir de 1920 a Confeiteira Cascais começou a produzir o Bolo-Rei diáriamente, pois a procura começou a aumentar.
Hoje em dia é normal ver as senhoras da alta sociedade de Lisboa, após a missa da tarde é normal vê-las num qualquer café de Lisboa a comer uma fatia de Bolo-Rei com o seu chá.
O Bolo-Rei levou umas pequenas alterações com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia, primeiro foi proibido o “brinde” porque era feito em chumbo e supostamente fazia mal a saúde, tendo sido substituído por outro material que também foi retirado desta vez porque as crianças podiam engoli-lo sem querer. Mas a fava continua, assim como a tradição que quem achar a fava terá de pagar o bolo.
O Bolo-Rei faz parte da nossa história e imaginário, por exemplo que não se lembra da imagem do nosso actual Presidente da República Prof. Aníbal Cavaco Silva em campanha a comer Bolo-Rei de boca aberta enquanto falava...
Mas passado mais de 100 anos, tornou-se num bolo quotidiano e com uma grande capacidade de adaptação aos nossos tempos, apesar da concorrência da nossa bolaria que continua a ser uma das mais ricas do mundo.

Henrique Tigo
Geógrafo

Fonte: Afonso Praça e Maria de Lourdes Modesto, no I Volume do livro ”Festas e Comeres do Povo Português” da Editorial Verbo, Lisboa, 1999.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Carro e o ministro

Os Carros do Ministro




Todos nós já ouvimos falar do regime político que governa Cuba, um país insular da América do sul, descoberto por Colombo em 1492. Cuba está localizado no norte do Mar do Caribe. Os territórios mais próximos são as Bahamas, a nordeste, o Haiti, a sudeste, os Estados Unidos da América, a norte, a sul, a Jamaica. A sua capital é Havana (em espanhol, La Habana), e do seu Governante Fidel Castro.
Fidel Castro é o secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista Cubano e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governa desde 1959 como chefe de governo e a partir de 1976 também como chefe de estado.
Para seus defensores, Castro representa o herói da revolução social e a garantia de repartição equitável da riqueza no país, devido a sua política Socialista. Para seus adversários, internos e externos, no entanto, Castro é um líder de regime ditatorial baseado numa política de partido único. É um líder bastante contestado e também admirado internacionalmente, principalmente pela sua ideológica e forte resistência às influências comerciais e sociológicas dos Estados Unidos da América.
Não sou adepto do seu regime nem da sua politica, contudo há uns anos tive um amigo que tinha lá ido realizar uma exposição de pintura, com ele trouxe os normais “requerdos” dezenas de fotografias e um sem fim de histórias, mas de todas as histórias que ele contou, houve uma que me tocou, não por ser bonita, mas por ser aquilo a que normalmente chamamos “Justiça Poética”.
Um dos Ministros de Fidel Castro, já não me lembro bem, mas acho que era o do Turismo, fez uma encomenda de cinco carros Mercedes-Benz de luxo, para o Turismo de luxo de Havana, mas em vez de entregar os cinco carros, só entregou quatro o quinto fico para ele para carro de serviço, pois acreditava que os Ministros deviam ter bons carros. Durante algum tempo, andou para cima e para baixo com o seu Mercedes novinho em folha.
Até que os outros ministros de Fidel Castro, acharam que se aquele ministro tinha um carro daqueles de serviço, eles também deveria ter. Foram então ter com Fidel Castro e pediram-lhe também um carro daqueles. Fidel ficou muito admirado pois não sabia de nada e não tinha dado autorização para nenhuma compra de nenhum carro.
Chamou então até ele, o dito ministro do Mercedes, e perguntou-lhe se era verdade que ele tinha um Mercedes de serviço, ao que o ministro disse que sim, Fidel perguntou-lhe estão se era um bom carro, se era confortável e se ele estava satisfeito com o carro, ao que o ministro disse que sim a tudo, então Fidel, olhou para ele e disse-lhe:
- “Então Camarada Ministro, já que gosta tanto desse carro, não o irei privar dele… O Camarada a partir de agora deixa de ser Ministro e passa a ser taxista desse carro…”
Pelo que sei, e pelo que me foi confirmado por outras pessoas, quando confirmei a veracidade desta história, o Ministro Taxista como é conhecido, ainda hoje anda com o seu Mercedes-Benz nas mãos, como taxista…
Podemos não ser simpatizantes de Fidel Castro, nem do seu regime, mas temos de lhe tirar o chapéu com esta atitude, e só é pena que se certos países democráticos, os chefes do governo não façam isto aos seus Ministros, que querem fazer vista com o dinheiro dos seus contribuintes.

terça-feira, novembro 13, 2007

Passadeira

Passadeiras




As passagens para peões devem ser dos sítios mais perigosos que existem, visto que, hoje em dia ninguém atravessa nelas, todos os dias são atropeladas dezasseis pessoas em Portugal Continental.
Os números não deixam dúvidas, só nos primeiros oito meses deste ano, registaram-se 4000 atropelamentos dos quais 74 pessoas morreram e mais de 300 ficaram em estado crítico. Os dados referem que mais de 13% das vítimas mortais eram peões e que 60% são colhidos nas principais cidades do país.
Mesmo assim há uma grande falta de civismo por parte dos peões portugueses, já fui a alguns países do mundo, e quem atravessa fora da passagem de peões é multado e bem multado, em Portugal também existem coimas para quem atravessa fora da passadeira, mas desde que essa lei entrou em vigor somente, 28 pessoas foram multadas.
Se nós condutores deixar-mos o carro em cima do passeio, durante 5 minutos, para irmos ao Banco, Correios ou mesmo ao Centro de Saúde, quando voltamos temos o carro “multado” ou até mesmo bloqueado.
Mas todos os dias as pessoas passeiam-se livremente pelas estradas, conversam e fazem reuniões na via pública e nada lhes acontece, contudo todos os dias têm-se sucedido notícias de pessoas atropeladas quando se encontravam a atravessar ruas ou estradas e isto é um facto verdadeiramente preocupante, todos os dias vemos pais a não ensinarem aos seus filhos, qual o significado dos semáforos e das suas cores e que o sítio correcto para atravessar uma via é a passadeira.
Com cenários como estes ficamos sem saber muito bem como agir ou o que dizer… todos os dias ao virar a esquina sem qualquer visibilidade, lá esta um peão a correr, mesmo nas passadeiras as pessoas atravessam sem olhar, porque a passadeira é legalmente o local adequado para atravessar e aí têm prioridade, mas há que ter bom senso!
Há ainda quem atravesse na passadeira calmamente com o sinal vermelho para os peões, só porque estão numa passadeira.
Sinceramente, é muito triste que os condutores, além de terem de ter cuidado com a sua própria condução, com a dos outros automobilistas, terem ainda de ter redobrada atenção aos peões, quer na passadeira, quer fora da passadeira… Gostava sinceramente que os agentes da autoridade passasse a aplicar mais a lei e multar todos aqueles que não cumprem e passam fora da passadeira, pois não podem ser só os condutores a serem responsabilizados pelos actos dos peões que cada vez estão mais irresponsáveis.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Andorinhas

Andorinhas, que futuro?




Uma das grandes recordações que tenho das minhas férias de Verão, em Vila Nova do Ceira, são as Andorinhas. Sempre fui um rapaz da cidade, onde não existem Andorinhas e ficava encantado com elas.
Lembro-me que uma vez na Sandinha, em Setembro, havia tantas, tantas era um espectáculo lindo, pois têm entre 17 e 19 cm de comprimento e 32 a 34,5 cm de envergadura. À semelhança das outras aves desta família, possui bico curto e escuro, corpo esbelto e asas compridas. A cabeça, dorso, cauda e asas (com excepção das penas de voo que são pretas) são azuladas; as faces e garganta são avermelhadas e o peito e a barriga são brancos. Tem um voo leve e hábil, tipicamente com rápidas mudanças de direcção, seguindo os movimentos dos insectos que persegue. E ali estavam elas, todas alinhadas a espera do sinal para partirem.
Sendo aves migratórias, as Andorinhas simbolizam o regresso da Primavera e o início do Outono. Passam o Inverno em África e depois fazem a longa viagem de regresso à Europa, o que exige uma extraordinária capacidade de orientação, não sendo totalmente isenta de perigos, muitas morrem pelo caminho, quer por causas naturais quer abatidas desnecessariamente pelo homem.
As Andorinhas revelam uma excelente sensibilidade e de capacidade de memória pois voltam para ninho do qual partiram no Outono anterior. Mas muitas vezes quando regressam o Homem já destruiu os ninhos, por questões estéticas ou por simples maldade, esquecendo-se das questões ambientais, tendo em conta que elas se alimentam quase exclusivamente de insectos voadores, (moscas, mosquitos, melgas) na sua maioria dipteros, perseguindo-os com um voo extremamente hábil e eficaz. Capturam também, embora esporadicamente, insectos não voadores, principalmente em épocas do ano em que estes existem em grande abundância, se destruirmos os seus ninhos e as matarmos, teremos um Verão com muitos mais insectos.
Matar as andorinhas ou destruir-lhes os ninhos é uma atitude irresponsável que lesa o nosso património natural e o nosso bem-estar, além de ser crime (todas as andorinhas estão protegidas legalmente pela Conversão de Berna, ratificação pelo Governo Português através do Decreto-Lei n.º 95/81 de 23 de Julho e ainda por uma directiva do Conselho das Comunidades Europeias, que além de proteger as aves, protege os seus ninhos e ovos).
Se é verdade que estas aves, lindas e inteligentes, podem sujar as nossas casas e a nossa roupa, é igualmente verdade que as vantagens que nos trazem são superiores e a destruição dos ninhos das Andorinhas, só agravam a situação de declínio em que se encontra quase toda a nossa fauna selvagem.
Já basta que as alterações, nas práticas agrícolas, que levaram à intensificação da agricultura e à consequente perda do habitat, estarão certamente na base do registado declínio populacional desta espécie. A drenagem de áreas húmidas e o uso de herbicidas e pesticidas resultam na diminuição da disponibilidade de alimento e de áreas propícias à alimentação. As andorinhas são ainda extremamente susceptíveis às alterações do clima. O mau tempo é responsável por uma redução no número de insectos, afectando o sucesso reprodutor e, especialmente durante a migração, aumentando a mortalidade destas aves.
Por isso apelo, não destruam os ninhos, não matem as Andorinhas em Vila Nova do Ceira, para que os jovens, que vivem nas cidades, tenham hipóteses de contemplarem estas aves maravilhosas.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Adriano Correia de Oliveira

Homenagem a Adriano Correia de Oliveira.


Existem pessoas que nunca, deviam Morrer e Adriano Correia de Oliveira é uma delas… Morreu fisicamente mas não a sua memória, que ficará, para sempre gravada, mas mentes dos seus amigos e nos corações dos seus admiradores.
Vivi a minha infância e grande parte da adolescência nesta zona típica de Lisboa de ruas estreitas e empedradas adjacentes às zonas do Carmo e do Chiado, conhecido como Bairro Alto, outrora conhecido como Vila Nova dos Andrades.
Convivi com cenários e personagens que me deixaram uma memória tão rica (e motivadora), na companhia do meu pai cresci por redacções de jornais já extintos, o conservatório nacional (local de trabalho dos meus pais durante vários anos), os bares e casas de fado, bailarinas e arlequins...
Conheci a “fina flôr “ das artes e da cultura, na Brasileira do Chiado ou no Coche Real e nas suas tertúlias. O meu imaginário infantil está repleto de personalidades públicas que conheci nesse tempo dois quais destaco:
O Dr. Gustavo Soromenho, João Mota, Abílio Belo Marques, Carlos Paredes, Adriano Correia de Oliveira, Maluda, Baptista-Bastos, Beatriz Costa, Jesus Ferreira, Agostinho da Silva, Maestro Vitorino de Almeida entre dezenas de outros, que todos os dias tomavam café com o meu Pai e que eu acompanhava desde bebé.
Lembro-me vagamente daquele “amigo” do meu pai, e de quem o meu pai me dizia que tinha uma voz maravilhosa…
Dele guardo alguns discos de vinil e dois CD’S, e tenho ainda um Cd do Orfeon Académico de Coimbra, no qual ele canta e que foi gravado quando foi solista do mesmo. Adriano Em 1959 rumou a Coimbra, onde estudou Direito, tendo sido repúblico na Real República Ras-Teparta, e fez parte do Grupo Universitário de Danças e Cantares e do Círculo de Iniciação Teatral da Académica de Coimbra. Tocou guitarra no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica.
Em 1963 saiu o primeiro disco "Fados de Coimbra" que continha a sua musica mais conhecida, e quanto a mim a mais actual, Trova ao Vento que Passa, com poema de um colega chamado Manuel Alegre, era uma música que reflectia a sua resistência ao Estado Novo, tornando-se assim o hino do movimento estudantil, lutou e gravou dezenas de musicas anti-fascistas.
Já em liberdade e em democracia, fundou a Cooperativa Cantabril e publicou o seu último álbum, "Cantigas Portuguesas", em 1980, no ano seguinte, numa altura em que a sua saúde já se encontrava degradada rompeu com a direcção da Cantabril e ingressou na Cooperativa Era Nova. Em 1982, com quarenta anos, num sábado, dia 16 de Outubro, morreu em Avintes, terra que o viu nascer a 9 de Abril de 1942, nos braços da mãe, vitimado por uma hemorragia esofágica.
Mas para sempre ficará entre nós e para ele o meu sentido obrigado, por ter tentado transformar Portugal num pais melhor.


Texto e Desenho de Henrique Tigo

Água em Góis

A Água em Góis – Entre o Barro e as Doenças

Foi com grande alegria/tristeza que li no Jornal “O Varzeense”, o artigo de opinião, de Rodrigues Neto intitulado “A Água em Vila Nova do Ceira”.
Com alegria porque vejo, que ainda existem pessoas com coragem no Concelho de Góis, para escrevem sobre os males de uma das mais belas regiões do nosso Portugal.
Como escreveu o poeta Manuel Alegre e o Adriano Correia de Oliveira cantava:

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Com tristeza porque em pleno século XXI e todos nós sabendo aquilo que está na “Carta Europeia da Água”, de 1968, não há vida sem água; a água é um bem precioso indispensável a todas as actividades humanas; a água é um património de todos e todos devemos reconhecer o seu valor; cada um de nós tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado; alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do homem e dos outros seres vivos.
Existem municípios que não tratam das suas águas com o respeito que deviam ter. Ainda mais no caso do Concelho de Góis que tem pontos de água com boas condições de acesso, onde só tem de se realizar a transformação química para poder ser descontaminada, sendo este o campo onde a Câmara Municipal tem desempenhar um papel importante ao nível da inventariação e manutenção, o que não está a acontecer, como é tão bem relatado pelo Rodrigues Neto.
Eu estive em Góis após a concentração motard e a água estava realmente “barilenta” para não dizer pior, como diz o artigo: …”A água sai castanha, até da máquina de lavar; canalizações antigas rebentam devido ao excesso de pressão da rede (9 quilogramas na zona do Adro); electrodomésticos e esquentadores avariam por causa da alta pressão; e aquando das festas das motos, devido ao elevado número de visitantes…”
A autarquia Goiense já devia saber, que em Agosto e devido a concentração que já vai no 14ª ano e o número de habitantes/turismo que dispara, deviam ter mais atenção e não permitir que essa situação aconteça. Mas realmente este ano foi um pouco demais.
A água que é hidróxido de hidrogénio ou monóxido de di-hidrogénio ou ainda protóxido de hidrogénio é conhecida por ser uma substância líquida que incolor (não tem cor) ao olho humano, inodora (não tem cheiro) e insípida (não tem sabor) além de extremamente essencial a todas as formas de vida, composta por hidrogénio e oxigénio sendo a sua formula química H2O.
No Concelho de Góis, no mês de Agosto, a única coisa que a água tinha daquilo que acabei de dizer era a sua fórmula química.
Nas águas contaminadas, podemos encontrar, bactérias, fungos, toxinas podemos ainda encontrar metais pesados dissolvidos na água, como cromo, chumbo ou mercúrio, que podem provocar diversos tipos de doenças… E de quem é a culpa desses tipos de doenças?
Falando em água e não estando directamente ligado, aproveito para falar sobre a taxa de esgotos cobrada pela C.M. Góis, mesmo às pessoas que não usufruem desse serviço, e para que nos devolvam o nosso dinheiro, temos de nos deslocar lá, apresentar uma reclamação. Daqui só posso depreender que alguém não está a fazer o seu serviço, ou então é uma nova uma forma de extorquir dinheiro dos contribuintes.

terça-feira, outubro 16, 2007

Análise Demográfica de Góis


GÓIS - HENRIQUE TIGO LANÇOU LIVRO



“Análise Demográfica do Concelho de Góis”, da autoria de Dr. Henrique Tigo, foi lançado no sábado, dia 25, na Casa do Artista.
O tema foi pela primeira vez explorado por Tigo através de uma disciplina na Faculdade e o
trabalho incidiu precisamente em Góis, por ser o concelho onde estão as raízes do escritor.
Um assunto que "estava pouco estudado" e sobre o qual escasseava informação. Da investigação feita para disciplina e consequentemente para o livro, concluiu que em 1864 o concelho tinha mais de 10 mil habitantes, nos anos 60 e 70, quase 13 mil, porém actualmente o número não vai além dos 4 mil, o que levou o geógrafo a perguntar "O que é que aconteceu em Góis?", "O que é que levou as pessoas a abandonarem Góis?", "O que é que nós podemos fazer para que Góis volte a ter um considerado número de habitantes?".
Segundo Henrique Tigo o livro não é uma obra exaustiva, mas um "pequeno estudo", para o qual o autor recolheu alguns dados e que na sua óptica pode contribuir para que outras pessoas
interessadas pela matéria, consigam desenvolver um trabalho de forma a responder às questões
que fez. "Como nós sabemos, Góis não tem fábricas, não tem postos de emprego, não tem nada",
disse, voltando a perguntar "O que é que nós goienses podemos fazer para desenvolver o concelho de Góis?". Apesar de não ter nascido no concelho, os avós são de Vila Nova do Ceira, pelo que desde muito novo visita a localidade. " A primeira vez que vim a este concelho tinha 19 dias de idade", afirmou, começando a explicar o carinho pela região. "Aqui aprendi a nadar, a andar de bicicleta, aqui fiz amigos, aqui cresci", expressou. Confessou que ia "falar do coração" e nesse sentido, das muitas histórias que disse poder contar, optou pela do médico. Doente com 40 graus de febre, foi encaminhado para o hospital de Góis, tinha 10 anos. "Estava lá um doutor muito simpático que brincou comigo e me salvou a vida", recordou, revelando, "era o doutor José Cabeças", figura que Tigo disse ter uma "profunda admiração" e que se encontrava presente no lançamento do livro, apoiado precisamente pela ADIBER, instituição a que o médico preside. A José Cabeças o geógrafo fez o seu «primeiro obrigado» da tarde e a quem atribuiu alguns dos acontecimentos positivos para Góis, como um maior interesse pelas artes, na época em que se disse se ter iniciado o Góis Arte e o GóisFashion, e a criação de infra-estruturas, nomeadamente para as praias fluviais. O «segundo obrigado» foi para José Matos Cruz, antigo responsável pelo jornal "O Varzeense", por ter sido o primeiro a publicar uma notícia sobre Tigo (quando nasceu), a sua exposição de pintura em 1993 um artigo seu no jornal, e o primeiro a ajudá-lo no trabalho sobre a Análise Demográfica na Faculdade, juntamente com Cila. "Grande parte da documentação devo a estas duas pessoas".
Livro com marca da ADIBER, o apoio da ADIBER no livro "Análise Demográfica do Concelho de Góis" insere-se no âmbito de um projecto "Beira-Serra, cultura viva", tendo como base, nessa área, o projecto Leader+, que ajuda financeiramente autores da região da Beira-Serra, caso de Henrique Tigo. "Um documento que é de facto muito importante, por isso ele é merecedor do nosso aplauso e da nossa consideração", salientou Dr. José Cabeças, lamentando contudo os números "nada favoráveis" referentes à população goiense. Ainda que considere que a desertificação não é um problema apenas do concelho, mas também em algumas regiões da Europa, José Cabeças foi peremptório. "Temos de tomar medidas concretas para parar esta desertificação humana".
Enaltecido pelas qualidades profissionais, Joaquim Santos falou, principalmente, do "fiel" amigo
Henrique, do "muito talento", da base educadora que o tornou numa pessoa de "valores vincados" e do "homem de causas".

Por: jornal de arganil - Diana Duarte
Jornal de Arganil - Page 1/2

Portugal e as Migrações

Portugal e as Migrações
“Novos e Velhos Desafios”

Mais de 4 milhões de Portugueses nos anos 80 do século passado, residiam e trabalhavam fora de Portugal, e tínhamos um número bastante pequeno de estrangeiros, achávamos graça a um brasileiro ou um cidadão de Leste e ficávamos excitados por falarmos com eles e eles nós falarem dos seus países.
Éramos claramente um país de emigrantes e estávamos espalhados por tudo o mundo, mas como dizia o poeta “… Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…” desde os anos 90 e principalmente com o virar do século Portugal tinha 400 mil imigrantes em Portugal, mesmo assim somo um país de migrantes.
Com a era da globalização, o fenómeno das migrações, começou a acentuar-se e começamos a receber no nosso pais ondas de migrações vindas do Brasil e dos ex-Países de Leste ou seja, depois de se ter sentido como nunca, nas últimas décadas, uma entrada maciça de trabalhadores estrangeiros, a partir de 2001 ano em que se verificou o maior processo extraordinário de legalização de sempre.
Em 2005 parece ter ocorrido uma autêntica dispersão do país, que se prolongou durante o ano de 2006, assim é normal que, o número de estrangeiros residentes em Portugal atingiu, no ano de 2006, o valor mais baixo dos últimos cinco anos. De acordo com um relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), esta tendência de quebra, que terá sobretudo que ver com a falta de emprego, tornou-se mais evidente a partir de 2004.
No ano passado – ver Dados Oficiais do INE – entre autorizações de residência, autorizações de permanência e vistos de longa duração, contabilizavam-se 409.185 cidadãos estrangeiros a viver em Portugal, menos 5500 do que em 2005 e menos quase 40.000 do que em 2004. Pegando nessas autorizações de residência e cruzando-os com os dados reunidos pelo SEF – ver na pagina da internet www.sef.pt – pode-se concluir que foram precisamente os que entraram na regularização extraordinária de 2001 (e que só foi concluída em 2004) que optaram por sair do país nos últimos anos com particular destaque para os cidadãos da Europa de Leste.
Esta conclusão surge a partir do número de autorizações de permanência concedidas e revalidadas anualmente, uma vez que este título foi criado, especificamente, para o referido processo de legalização de 2001 – ver na página da internet www.mundopt.com.
Mesmo que grande parte destes títulos se transformaram em documentos de residência findo cinco anos, ou que adquiriram estatuto de residentes por outras razões, nota-se que das 174.500 autorizações de permanência concedidas e prorrogadas em 2002, só se mantiveram 32.661.
Numa classificação de estrangeiros legalizados por nacionalidade, percebe-se que esta tendência não afecta as comunidades imigrantes mais antigas estabelecidas em Portugal: Cabo Verde (sendo este o país com mais imigrantes em Portugal), Angola e Guiné-Bissau estão com os mesmos valores. Nem o Brasil, que é o país que mais pressão exerce sobre as fronteiras portuguesas e que beneficiou do chamado Acordo Lula em 2004.
Por outro lado os imigrantes que saíram em maior número foram, da Roménia, Ucrânia, da Moldávia, sendo os três países que mais usaram os recursos extraordinários de legalização previstos no processo de 2001.
A Ucrânia, que chegou mesmo a ultrapassar Cabo Verde em número de imigrantes, tinha 64.730 cidadãos registados com autorizações de permanência em 2004, mas em 2005 esse valor baixou para cerca de 33.500 e em 2006 voltou a baixar para 29.500.
O fenómeno das migrações, está ligado ao crescimento das desigualdades, ao mesmo tempo que está ligado a profundas transformações, mesmo assim é necessários analisar as migrações pelos seus méritos, visto que os países de destino dessas migrações, vêem os imigrantes como um contributo significativo para o crescimento económico, assim como uma resolução para os problemas do desequilíbrio dos problemas demográficos, que no caso Português está ligado ao envelhecimento das nossas populações.
Devemos então apoiar as migrações em Portugal? Acredito que temos aqui um tema para reflectir e construirmos um bom debate, que talvez vá ajudar no combate a desertificação do nosso interior.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Piropo

O Piropo



Todos nos associamos o Piropo, aquelas palavras vulgares gritadas dos andares dos edifícios em obras, como por exemplo:
“Tu és linda demais, só tens um problema: a tua boca está muito longe da minha!...”; “Qual é o caminho mais rápido para chegar ao teu coração?...” “Eu não acreditava no amor à primeira vista. Mas quando te vi mudei de ideias…” “Este lugar está vago”; “O que fazes da vida”; Não nos conhecemos de algum lado?”..
Todos já usamos uma destas formas de piropo, pelo menos uma vez na vida, mas o belo do piropo é mais que isso, é uma peça da nossa identidade da nossa cultura mediterrânea, só os países mediterrâneos tem a tradição do Piropo…
Mas o piropo é mais que isso, pode ser uma manifestação de amor, de carinho e quando menos esperamos que surge, aí está ele que nos faz sorrir... Um piropo pode ser como um abraço, um beijo… até pode ser um amigo que atira um piropo para o ar e nos faz erguer os olhos para o céu e ver que é azul... É assim que surge esta co-produção... piropos dedicados, qual rosas ofertadas com carinho, coleccionados com avidez e publicados com vontade... para partilhar com outros que neles possam colher inspiração...
O Piropo é uma coisa muito nossa, é tão antigo como o cozido a Portuguesa, ou as festas de Santo António, já muitos namoros/casamentos, nasceram após o piropo.
Os nossos avós e pais, já usavam o piropo para conhecerem aquele ser especial, e que muitas vezes não tinham coragem ou outra forma de o dizer, e utilizavam o piropo.
Claro que como tudo há quem passe dos limites, mas desta vez quem passou dos limites foi o Governo, agora é “crime” mandar um piropo, pode ir a simples coima a uma pena de prisão que pode ir até a 1 ano de prisão… Não sei bem como, há alguma tabela de preços, se eu disser isto é tanto se disser aquilo e tanto?. E como passa da coima para a prisão?.
Estou a acabar com a nossa identidade, já acabaram com a sandes de Couratos, já acabaram com o escudo, qualquer dia acabam com o pastel de Belém e com os ranchos folclóricos….
Nem no tempo do Salazar, a PIDE ou a própria Censura, fez uma coisa destas.
Sou a favor do piropo, feito com carinho e juizinho!

quarta-feira, julho 11, 2007

Buracos na estrada


Buracos com um bocadinho de estrada

Desde de que me conheço por gente que sei que Portugal é um país de buracos nas estradas. Mas tenho trinta anos, Portugal entrou para a Comunidade Europeia, eu cresci, conheci outros mundos outras realidades e deparei-me com os carros “estrangeiros” devem ser menos pesados, ou alguma razão estranha fazem menos buracos na estrada do que os nossos carros.
Até tenho o caso do Canadá, onde de manhã uma pessoa, sai de casa para ir trabalhar e encontra um buraco na estrada e quando volta depois de um dia de trabalho árduo, dito mesmo buraco já foi tapado. (mais isto é um Pais)
Também é verdade que por cá as coisas foram melhorando, embora o critério não seja uniforme.
As auto-estradas vão chegando, (já chegam ao Algarve, mas os desgraçados dos Alentejanos foram esquecidos para variar), embora com atraso, a quase todos os cantos do país. Mas a auto-estrada para o Norte, encontrasse a anos e anos em obras, e só temos duas faixas de rodagem, chegando, ao ridículo de só existir uma, mas nós pagamos como se estivesse tudo a funcionar normalmente, só podemos andar a 80 km/h numa via onde pagamos para irmos até os 120 km/h.
Hoje temos acidentes, atrás de acidentes, sendo dos países da Europa com mais acidente, e eu continuo sem perceber pois, temos cada vez mais GNR, nas estradas, temos inspecções aos automóveis, temos de usar pneus, assim e assados, os exames de código e condução estão cada vez mais difíceis, há mais fiscalização a todos os sentidos, temos uma frota automóvel mais nova, etc…
Mas continua a morrer gente nas estrada por causa dos buracos e nesses ninguém fala…
Vamos imaginar que um carro utilitário igual a milhares de carros que existem, caí num buraco, que nos surge à frente de uma forma inesperada, felizmente não ferimos ninguém, mas ficamos com um pneu furado e uma jante danificada, e como sabem um pneu furado implica a compra de dois… Assim o arranjo do Carro ficará em 500 euros, este é um episódio comum em muitas cidades e para muitos cidadãos.
E infelizmente na grande maioria dos casos termina aqui, as pessoas pagam o arranjo e pronto. Mas eu estou farto de pensar, se eu não cumprir as regras de condução tenho de pagar, tenho de pagar os meus impostos que vão para o arranjo das estradas, etc, então quem é o responsável pelos arranjos desta viatura?
Numa leitura atenta aos artigos 7.º, 8.º e 9.º do Código da Estrada (CE) permite perceber como é feita a divisão de responsabilidades em termos de "gestão", fiscalização" e "sinalização" das estradas públicas. A conclusão que se retira do artigo 7.º é que terão de ser as câmaras municipais ou o actual Instituto das Estradas de Portugal (IEP) a responder pelo que se passe "nas vias sob sua jurisdição".
Mais acrescenta a alínea do mesmo artigo que "nas auto-estradas e outras vias objecto de concessão de construção e exploração, a sinalização compete à entidade concessionária respectiva, devendo, no entanto, ser objecto de aprovação da Direcção-Geral de Viação (DGV).
E se o buraco, ou uma tampa de esgoto não identificada, se encontrasse na fronteira entre uma estrada camarária e outra nacional (pertencente ao IEP)? O artigo 9.º da CE esclarece: "Nos locais de intersecção das vias públicas sob gestão de entidades diferentes e na falta de acordo entre elas, o ordenamento do trânsito compete à DGV." Por outras palavras, em caso de dúvida, terá de ser a DGV a decidir a quem pertence o buraco...
Querendo apurar, por nós próprio, a entidade a quem pertence a estrada, deveremos consultar o Plano Rodoviário Nacional (PRN), com publicação no Diário da República, através do qual verá a quem serve o sapatinho da responsabilidade. Por outro lado, se o infortúnio ocorrer numa auto-estrada ou numa ponte, terá de procurar ver qual a empresa concessionária.
Ou seja é tudo tão complicado que as pessoas desistem a meio, pois o tempo que perdem, a energia e o dinheiro, não justificam, ou seja quando somos nós os culpados temos de pagar e “todos” sabem quem somos e onde moramos, mas os “buracos” não da terra de ninguém…
Mas as coisas não devem ser assim, a culpa não deve é morrer solteira, por isso aconselho com o apoio do site da Automotor, os seis passos que devemos dar, caso nos aconteça alguma coisa ao carro devido aos buracos da estrada, assim os seis passos indispensáveis para reclamar da sua justiça, são:
Se Danificar o automóvel. É o passo mais fácil. Dadas as condições de grande parte das estradas camarárias e nacionais, o mais provável é que todos nós, mortais automobilistas, nos confrontemos alguma vez na vida com uma situação destas. Não tem nada que saber.
1º Arranjar testemunhas. Não é a tarefa mais simples do problema, já que, por muito que os presentes no local gostem de opinar, poucos serão aqueles que aceitarão ser testemunhas e corroborar a sua versão. Insista, porém, porque se trata de um passo fundamental. Em último caso, chame a polícia para dar conta da ocorrência. Os agentes tudo farão para evitar comparecer – se não houver feridos. Mas se o exigir, estes não poderão evitá-lo. Não saia do local sem nenhuma testemunha.
2º Provas materiais. Arranje, se possível, algo de palpável que possa juntar posteriormente ao processo. É raro transportamos, diariamente, uma máquina fotográfica (a sorte é que já há telemóveis com maquinas fotográficas). Mas se tiver oportunidade, não deixe de guardar a recordação em papel, não só do estrago que o buraco, ou outro obstáculo, provocou em danos ao seu automóvel, como também do próprio protagonista da "agressão". Não falhe este passo, nem que tenha que se deslocar mais tarde ao local do "crime".
3º Pedir a conta. Que é como quem diz, pedir o orçamento. É fundamental quantificar os danos materiais provocados pelo buraco. Para isso, recorra ao seu mecânico habitual. E não faça caso se a entidade responsável lhe disser que apenas paga com base nos orçamentos de alguma oficina própria. Só tem de arranjar o seu automóvel no mecânico do costume. Já basta de prejuízos e incómodos.
4º Pedir indemnização. É endereçar a conta a quem de direito. Passar para escrito tudo o que se passou, juntar as provas, testemunhas e orçamentos, dando seguimento ao processo. Não é o passo mais fácil. É por aqui que muitos queixosos desistem. Não o faça. Apure os responsáveis: se for uma estrada camarária, acuse a câmara; se for secundária, reclame com o IEP; se for uma auto-estrada, exija o dinheiro à concessão (à Brisa ou à Auto-Estradas do Oeste); e, se for nas pontes, veja a quem pertence a concessão. Se tiver dúvidas de quem é a jurisdição, recorra ao DR para ver o PRN. Está tudo lá.
Saiba ainda que a indemnização não se limita aos danos visíveis da viatura, mas também aos morais, e outros, como os gastos derivados pela paralisação da viatura. Faça os cálculos.
Aqueles casos que forem para tribunal, e em que a pessoa em questão não tiver condições financeiras, poderá requerer sempre o apoio judiciário na segurança social. Já agora, não se esqueça de fazer a reclamação em carta registada e com aviso de recepção.
5º Falar com seguradora? Poderá parecer um passo descontextualizado, mas é uma questão que se colocará a quase todos os envolvidos num problema desta natureza.
Tenha presente que se tiver um seguro contra danos próprios - caso contrário a questão não se coloca, a entidade responsável terá de pagar a indemnização, caso perca, à sua seguradora, e não a si, uma vez que foi ela que arcou com as despesas inicialmente. No fundo, passará a ser um caso entre a sua companhia e a entidade detentora da via pública. Um caso a ponderar, individual e serenamente.
6º Não desespere. Parta do princípio de que os responsáveis tudo farão para que a reclamação morra por si mesma ou para que desista. Não lhes faça a vontade. Encha-se da paciência inabalável de “Jó” e espere o que for preciso.
Até ter uma resposta, ainda que seja negativa, da entidade acusada, deverá demorar, em média, cerca de três meses.
Há casos em que dura mais e outros em que demora menos. Mas retenha este período como o mais provável, se tudo estiver a correr a preceito. Mas, por mais que estes protelem a questão, em circunstância alguma deixe passar mais do que três anos até obter uma resposta, pois aí cairá no âmbito do direito cível, e perderá o caso, já que este prescreverá.
Cada vez menos devemos baixar os braços e devemos reclamar os nossos direitos, e saber onde estão a ser aplicados, os nossos impostos, pois infelizmente temos em Portugal, buracos com bocadinhos de estranha o que é uma vergonha nacional e internacional é esta a imagem que queremos passar aos estrangeiros, que nos visitam, tanta coisa com o ALLGARVE e depois as estradas para lá chegar é um buraco só!...


Henrique Tigo
Geógrafo

Azeite


O Azeite (1ª Parte)


São necessárias de 1300 a 2000 mil azeitonas para produzir 250 mililitros de azeite. O azeite de oliva deve ser produzido somente a partir de azeitonas e não podem ser denominados desta forma óleos extraídos por solventes ou reesterificação, nem misturas com outros tipos de óleo.
Na actualidade, os métodos tradicionais de processamento da azeitona deram lugar a processos modernos de extracção, utilizando variação de pressão e temperatura. Com isso, o método tradicional de prensagem a frio quase não existe mais e classifica-se o azeite segundo seu processo de produção da seguinte forma:
Azeite de oliva refinado, produzido pela refinação do azeite virgem, que apresenta alta acidez e incidência de defeitos a serem eliminados na refinação. Pode ser misturado com o azeite virgem.
Azeite de oliveira virgem, obtido por processos mecânicos. Dependendo da acidez do produto obtido, este azeite pode ser classificado como sendo do tipo extra, virgem ou comum. O azeite virgem apresenta acidez máxima de 2%.
Azeite extra virgem. O azeite não pode passar de 0,8% de acidez (em acido oleico) e nem apresentar defeitos. O órgão que os regulamenta e define quais defeitos são catalogados é o Conselho Oléicula Internacional.
Azeite de oliva comum é obtido da mistura do azeite lampante, inadequado ao consumo, reciclado por meio de processos físico-químicos e sua mistura com azeite virgem e extra-virgem. O azeite de oliva comum não possui regulamentação.
Uso culinário do azeite por acidez

Tipo
Acidez
Utilização
Extra Virgem
<>3,0%
Frituras de imersão
Puro
>2,0%
Frituras, assados e marinados



Ao consumir o produto, é aconselhável que se verifique sua acidez e data de validade. Normalmente o azeite deve ser consumido em 12 meses. Antigamente era possível encontrar no comércio de azeites de primeira e de segunda prensagem mas actualmente o processo é único e o azeite é prensado uma única vez a frio ou pela variação de pressão e temperatura
Hoje em dia existem normas de Comercialização destinam-se ao Comércio a Retalho.
Comércio a Retalho - Venda, ao consumidor final, dos seguintes produtos:
a) Azeite Virgem Extra; b) Azeite Virgem; c) Azeite - Contém azeite refinado e azeite virgem; d) Óleo de Bagaço de Azeitona).

Os azeites e óleo de bagaço de azeitona não poderão ser comercializados em embalagens com capacidade superior a 5 litros. Estas embalagens devem estar munidas de um sistema de abertura que perca a sua integridade após a primeira utilização e devidamente rotuladas.
Não obstante, no caso de restaurantes, cantinas, hospitais e estabelecimentos similares, permite-se o uso de embalagens com capacidade máxima de 25 litros.
A rotulagem é normalizada obrigando cada denominação a incluir de modo bem visível a respectiva descrição:

Azeite extra-virgem:
“ Azeite de qualidade superior obtido exclusivamente a partir de azeitonas e unicamente por processos mecânicos.”
Azeite virgem:
“Azeite obtido exclusivamente a partir de azeitonas e unicamente por processos mecânicos.”
Azeite - Contém exclusivamente azeite refinado e azeite virgem
“Azeite que contém exclusivamente azeite que foi submetido a um tratamento de refinação e azeite extra-virgem ou virgem”
Óleo de bagaço de azeitona:
“Óleo que contém exclusivamente óleo extraído de produtos resultantes da obtenção de azeite, e que foram submetidos a um tratamento de refinação e azeite extra-virgem ou virgem”

A denominação de origem só pode constar dos rótulos dos azeites extra- virgem e virgem. Mas quais são as verdadeiras Definições e Denominações do Azeite. Azeites Virgens - São azeites obtidos a partir do fruto da oliveira unicamente por processos mecânicos, ou outros processos físicos- em condições que não alterem o azeite e que não tenham sofrido outros tratamentos além da lavagem, da decantação, da centrifugação e da filtração.
Os azeites virgens são produtos naturais, são sumo de azeitona sem aditivos nem conservantes.

Os azeites virgens dividem-se em:

Azeite virgem extra- É um azeite com uma acidez livre expressa em ácido oleico, não superior a 0,8 graus e com as outras características conformes com as previstas para esta categoria;
Azeite virgem - É um azeite com uma acidez livre expressa em ácido oleico, não superior a 2 graus e com as outras características conformes com as previstas para esta categoria;
Azeite lampante - É um azeite com uma acidez livre expressa em ácido oleico, superior a 2 g por 100g e/ou com as outras características conformes com as previstas para esta categoria;
Este azeite não pode ser consumido directamente, é aproveitado para a refinação (ver classificação de azeite).

Outras categorias de azeite:

Azeite refinado: É um azeite obtido por refinação de azeite lampante, em que se utilizam produtos químicos como meio de eliminar características indesejadas (ex: acidez elevada, cheiros ou sabores acentuados, cores anómalas, etc.) Possui uma acidez livre expressa em ácido oleico, não superior a 0,3 graus e com as outras características conformes com as previstas para esta categoria. É quase desprovido de sabor, cheiro ou cor.

Azeite: Contém exclusivamente azeite refinado e azeite virgem
Azeite constituído por loteamento de azeite refinado e de azeite virgem , com exclusão do azeite lampante, com uma acidez livre expressa em ácido oleico, não superior a 1 grau e com as outras características conformes com as previstas para esta categoria.
A menção "Contém exclusivamente azeite refinado e azeite virgem" é obrigatória e destina-se a esclarecer o consumidor.

Óleo de bagaço de azeitona que é um Óleo constituído por loteamento de óleo de bagaço de azeitona refinado e de azeite virgem com exclusão do azeite lampante, com uma acidez livre expressa em ácido oleico não superior a 1 g por 100g e com as outras características conformes com as previstas para esta categoria.

É muito mais comum encontrar os azeites extra-virgens engarrafados sendo aconselhável que se procure azeites engarrafados em embalagens mais escuras, já que a incidência de luz cataliza a oxidação do produto.
É igualmente aconselhável que se consuma o azeite o mais rápido possível após sua abertura, e portanto é melhor que se armazene-o em embalagens menores, que sejam consumidas tão logo sejam abertas.
Normalmente, os azeites mais leves e doces são mais próprios a serem usados em saladas, legumes e carnes brancas.
Os mais acentuados são melhores aproveitados se usados em carnes vermelhas e cozidos.

Henrique Tigo
Geógrafo


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O Azeite (2ª Parte)
O Azeite Português

Todos nós temos pelo menos uma oliveira, ou no pior dos casos, já vimos uma Oliveira, eu pessoalmente, tenho algumas, no meu terraço em Vila Nova do Ceira.
Não me lembro de alguma vez ter comido, azeite daquelas oliveiras, mas os meus antepassados sim.
O azeite foi um, pois embora exista uma velha discussão geográfica, Portugal embora tenha terrenos e clima mediterrânico não é uns pais mediterrânico, embora tenhamos bastantes oliveiras e tenha sido um dos primeiros produtos exportados.
Em Portugal, a referência à oliveira é muito antiga. O Código Visigótico, nas leis de protecção à agricultura, prescreve a multa de cinco soldos para quem arrancasse oliveira alheia, pagando por outra árvore apenas três soldos.
Alguns autores afirmam que o maior desenvolvimento desta cultura se verifica nas províncias onde a reconquista chegou mais tardiamente. Os forias dos Mouros forros de Lisboa e da margem sul, dados por El’Rei D. Afonso Henriques (1º Rei de Portugal), e mais tarde o dos mouros do Algarve em 1269 referem expressamente a esta cultura de oliveira.
Mas não só no Sul havia oliveiras e azeitonas, também na Beira Baixa há uma menção «a plantação recente de oliveira num chão tapado, dentro da vila de Covilhã em 1359». Das tabelas medievais de portagem (direitos), podemos concluir quais os principais géneros do comércio local: Sal, Azeite, pão e vinho, (tudo aquilo que o povo português aprecia mais).
Do século XIV há notícias de dois concelhos em que se cultivava a oliveira: Évora e Coimbra. No caso de Coimbra o rei concede os mesmos privilégios que a Lisboa, isto é, «podiam carregar o azeite no rio e foz do Mondego, assim para fora do Reino como para o interior».
No século XVIII Coimbra deixou de ser o principal centro produtor e o azeite de melhor qualidade passou a ser Santarém.
Na época dos Descobrimentos, o azeite e o vinho continuam a fazer parte da lista dos produtos exportados. Como no século XIV, Coimbra, Évora e seus termos eram as regiões de maior produção no século. Em 1555 o consumo do azeite sofreu grande aumento, pois começou a ser utilizado com frequência na iluminação.
Neste século vendia-se o produto dentro do reino e exportava-se com destino aos mercados do Norte da Europa e para o ultramar, em especial para a Índia. Na era Filipina o «mercado negro», o açambarcamento e especulação oneraram o produto; compreende-se assim a baixa na exportação.
Muitos séculos se passaram e no Estado Novo, a produção e consumo de azeite era muito bem vista pelo regime, voltando Portugal a produzir grandes quantidades de Azeite, produto alias muito apreciado por Salazar.
Com o 25 de Abril e com a abertura de Portugal, começou-se a consumir cada vez mais Óleo alimentar, em vez de azeite, só com fim do século XX e com as preocupações alimentares, se voltou a olhar para o azeite e a dizer aquilo que durante séculos se disse… que o azeite é a melhor gordura alimentar essencial a uma alimentação saudável e equilibrada e não só mais uma tradição.

Henrique Tigo
Geógrafo

Cerveja


A Cerveja

Portugal sempre foi um dos maiores, produtores de vinho e vinho de grande qualidade, mas aos poucos e poucos, os hábitos dos Portugueses tem vindo a mudar.
A máxima do Prof. Oliveira Salazar, passou de moda “…Beber vinho é dar de comer a um milhão de Portugueses…”, hoje em dia bebe-se mais cerveja do que vinho.
Em Portugal, existem registos de consumo de cerveja desde o século XVII, época de que data um “Pátio da Cerveja” em Lisboa, na antiga feguesia da Conceição Nova.
No início do século XIX existiam já sete fábricas de cerveja e bebidas gasosas na cidade do Porto, a que se juntaria, em 1834, a Fábrica da Cerveja da Trindade, em Lisboa, no espaço actualmente ocupado pelas Cervejaria da Trindade, à qual se seguiriam muitas outras unidades de produção de cerveja.
De todas as bebidas mais consumidas no mundo, a terceira mais consumida é a cerveja.
Mas o que é a cerveja afinal?
A cerveja é uma bebida composta por água, malte (cevada germinada), lúpulo (planta aromática) e levedura, sendo obtida a partir da fermentação natural da cevada, na qual o açúcar existente nos próprios ingredientes é transformado em álcool
A cerveja é como uma das variedades de bebidas alcoólicas produzidas pela fermentação de matéria com amido, derivada de cereais ou de outras fontes vegetais. As fábricas de cerveja e de algumas outras bebidas alcoólicas são geralmente chamadas de cervejarias.
Em termos históricos, a cerveja era já conhecida pelos Sumérios, Egípcios e Mesopotâmios, desde pelo menos 4 000 a.C.
Nas antigas civilizações da Babilónia e do Egipto, onde existem testemunhos de uma indústria cervejeira florescente, a cerveja era oferecida aos deuses e era consumida por reis em festas importantes. Os egípcios atribuíam-lhe efeitos terapêuticos e as mulheres das classes altas utilizavam-na para fins cosméticos – para tornar a pele mais fresca e suave e tratar problemas de pele.
Foi também por volta desta altura que foi criado, na Babilónia, o primeiro código que disciplina a venda de cerveja: o Código de Hammurabi, um dos textos mais antigos da Humanidade, que regulava uma ração diária de cerveja para os trabalhadores.
Foi também no Egipto que foi descoberta por arqueólogos a cervejaria mais antiga.
A partir de 1000 d.C. a cerveja começa a generalizar-se, sendo bebida pelos povos Celtas, Germanos e Escandinavos. Durante a Idade Média, a produção de cerveja em maior escala começa a ser difundida na Europa por mosteiros da Suíça e da Alemanha, apresentando-se agora com novas características, resultantes da adição de ervas amargas e aromáticas, raízes, flores e frutas silvestres. Por volta de 1070 d.C. acrescenta-se ainda lúpulo.
O Código de Hammurabi, rei da Babilónia entre os anos de 1792 e 1750 a.C, incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes das Tabernas.
A cerveja teve alguma importância na vida dos primeiros romanos, mas durante a 1ª República Romana, o vinho destronou a cerveja como a bebida alcoólica preferida, passando esta a ser considerada uma bebida própria de Bárbaros.
Inicialmente de produção doméstica, a cerveja passa a ser produzida por artesãos especializados no século VII, o que se manteria até ao século XII, quando se dá a expansão da produção de cerveja na Europa, com o aparecimento de pequenas fábricas de cerveja, surgindo então as primeiras Confrarias da Cerveja.
A maior parte das cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do tipo que agora chamamos de ales. As lagers foram descobertas por acidente no sec. XVI, quando a cerveja era estocada em frias cavernas por longos períodos; desde então elas ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume também neste Guilherme IV da Baviera decreta a Lei da Pureza, a qual determinou os ingredientes que podiam ser utilizados na produção de cerveja: cevada, lúpulo, malte e água
O uso de lúpulo para dar o gosto amargo e preservar é uma invenção medieval. O lúpulo é cultivado na França desde o sec. IX. O mais antigo escrito remanescente a registrar o uso do lúpulo na cerveja data de 1067 pela Abadessa HIldegarda:
"Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com lúpulo."
No Sec. XV, na Inglaterra, a fermentação sem lúpulo podia dar origem a uma bebida tipo ale - o uso do lúpulo torná-la-ia uma cerveja. A cerveja com lúpulo era importada para a Inglaterra (a partir dos Países Baixos) desde cerca de 1400, em Winchester.
O lúpulo passou a ser cultivado na ilha a partir de 1428. A Companhia dos Fabricantes de Cerveja de Londres foi tão longe que especificou "nenhum lúpulo, ervas, ou outra coisa semelhante será colocada dentro de nenhuma ale ou bebida alcoólica enquanto a ale estiver sendo feita - mas somente um licor (água), malte e uma levedura".
Contudo, por volta do sec. XVI, "ale" veio a referir-se a qualquer cerveja forte, e todas as ales e cervejas continham lúpulo.
A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, a produção começa a fazer-se em grande escala e o consumo expande-se. Um século mais tarde, as descobertas de Louis Pasteur permitem aperfeiçoar o processo de produção de cerveja – o uso da pasteurização permite dar à cerveja maior durabilidade, tornando possível o transporte a grande distância. Com a descoberta do processo de fermentação baixa, no século XIX, a cerveja tornou-se mais clara, suave e duradoura.
Foi neste século que o fabrico de cerveja recebeu um maior impulso, em parte graças ao trabalho do Professor Emil Hansen, do Laboratório da Carlsberg, que conseguiu resolver o problema do isolamento das leveduras responsáveis pela fermentação, a que juntaria mais tarde o contributo dos aparelhos frigoríficos, que permitiram manter os tanques de fermentação e as caves de guarda a temperaturas baixas durante todo o ano.
Com a evolução da tecnologia observou-se uma modernização das técnicas e procedimentos, sendo que o cervejeiro moderno é um engenheiro que conta com todos os recursos técnicos e sanitários para a elaboração de um produto perfeito.
E agora com a chegada o Verão, das esplanadas, da praia, dos caracóis etc, aumenta o consumo desta bebida, mas atenção a cerveja é uma bebida alcoólica por isso deve ser bebida com moderação e lembre-se se conduzir não beba.

Henrique Tigo
Geógrafo


quarta-feira, maio 02, 2007

Eu não nasci


Eu não nasci…




Eu considero-me um “produto” do pós 25 de Abril, pois nasci depois desse marco importante da Sociedade Portuguesa.
Nós somos um pouco, daquilo onde estamos inseridos e onde crescemos, assim, eu sou artista porque toda a minha vida vivi, entre artistas, Convivi com cenários e personagens que me deixaram uma memória tão rica (e motivadora), na companhia do meu pai cresci por redacções de jornais já extintos, o conservatório nacional (local de trabalho dos meus pais durante vários anos), os bares e casas de fado, bailarinas e arlequins...
Conheci a “fina flôr “ das artes e da cultura, na Brasileira do Chiado ou no Coche Real e nas suas tertúlias. O meu imaginário infantil está repleto de personalidades públicas que conheci nesse tempo dois quais destaco:
O Dr. Gustavo Soromenho, Dr. Raul Rego, João Mota, Abílio Belo Marques, Carlos Paredes, Adriano Correia de Oliveira, Maluda, Baptista-Bastos, Beatriz Costa, Jesus Ferreira, Agostinho da Silva, Maestro Vitorino de Almeida, Avó Brito Anarquista entre dezenas de outros, que todos os dias tomavam café com o meu Pai e que eu acompanhava desde bebé.
Como dá para ver eram pessoas de esquerda, logo anti-fascistas, anti-estado novo, cresci a ouvir histórias de lutas anti-fascistas, de prisões pela PIDE, entre outras…
Enquanto ia crescendo, a minha casa estava cheia, de livros sobre a luta e a resistência ao estado novo, que eu lia como se não houvesse amanhã quando li todos esses livros comecei eu a comprar mais e mais, hoje sobre o Estado Novo e a luta anti esse mesmo estado tenho mais de 500 livros… Ouvia todas as musicas revolucionarias do Zeca do Adriano, Paulo de Carvalho e tantos, tantos outros…
Também tive a oportunidade de conhecer os do “outro lado”, na minha primeira exposição individual havia resistentes ao estado novo e antigos Pides e eles conheciam-se bem, uns tinham prendido os outros e vice-versa.
Quando finalmente tive idade, inscrevi-me numa juventude partidária, na JS e os meus “padrinhos” de Partido foram o Dr. Raul Rego e o Eng. António Guterres, e assinaram a minha inscrição e assim entrei para a política, mas isso é outro “filme”…
Aos 15 anos escrevi uma peça de teatro sobre o 25 de Abril, peça essa que já foi levada a cena pelo Grupo de Teatro Passagem de Nível, e editado pelo jornal Coisas da Pontinha.
Durante anos e anos na noite de 24 de Abril, eu metia o Depois do Adeus aos berros e no dia 25 de Abril, quando acordava, dava musica ao prédio todo com a Grândola Vila Morena.
Quando tinha, 20 anos tornei-me sócio da Associação 25 de Abril, onde tive a oportunidade de conhecer mais alguns dos homens da liberdade.
Já escrevi dezenas artigos para jornais, organizei vários debates e exposições sobre o 25 de Abril, é um tema que me é querido e com o qual me sinto a vontade.
Como é meu habito, ouvi com atenção a sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da Republica, e fiquei admirado com aquilo que o Sr. Presidente da Republica disse, pois pela primeira vez estou quase de acordo com ele, concordo que se tem chamar mais os Jovens para os ideais de Abril, mas acho que é muito importante haver as sessões na Assembleia da Republica, mas acho que além dos normais convidados deviam ser convidados Jovens, delegações de Escolas e Universidades.
Há anos que me dizem, mas tu não viveste aqueles tempos, pois não eu não vivi…
Eu não vivi no tempo da Censura, nasci em Liberdade, mas vejo artigo e programas a serem censurados…
Eu não vivi no tempo da Censura, nasci em Liberdade, mas vejo que o estado novo e o 25 de Abril, passaram pelo lápis azul, pois os livros de história, não falam disso…
Eu não vivi no tempo de um Partido, nasci em Liberdade, mas vi o Prof. Salazar a ser eleito democrática, como o maior Português de sempre, com 41%....
Eu não vivi no tempo da PIDE, nasci em Liberdade, mas vi a criação do SIS…
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo o povo sem respeito pelos seus idosos…
Eu não vivi no tempo da Censura, nasci em Liberdade, mas vejo políticos e dirigentes e pessoas importantes a tentarem calar os jornalista e o Povo…
Eu não vivi no tempo da PIDE, nasci em Liberdade, mas vi cargas policiais em cima dos estudantes e de manifestações…
Eu não vivi no tempo da Guerra Colonial, nasci em Liberdade, mas vejo os Portugueses a continuarem a morrer em Guerras “parvas” porque temos acordos com os Americanos…
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo todos os dias os sem abrigo, os políticos cheio de guarda-costas e afastados do Povo, vejo todos um pais onde quem tem gravata é Dr. e quem não a usa a ser maltratado, vejo todos os dias a privatização de tudo e dezenas de desempregados, vejo todos os dias milhares de licenciados sem emprego.
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo a igreja a ter cada vez mais força e a meter-se em assuntos que não devia…
Eu não vivi no tempo da Censura, nasci em Liberdade, mas vejo todos os dias, que os jovens da minha idade e mais novos, não fazem ideia do que foi o 25 de Abril….
Eu não vivi no tempo da Censura, nasci em Liberdade, mas não vejo ninguém homenagear os nossos heróis… ninguém fala do Salgueiro Maia, do Edmundo Pedro, de tantos, tantos outros…
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo todos os dias hospitais a fecharem …
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo que são sempre os mesmos no poder, agora são ministro, depois presidentes desta ou daquela empresa…
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas não vejo o sonho de Abril " Ensino Universal, Obrigatório e Gratuito! ", conquista essa que nunca se realizou. Cada vez mais, para estudarmos, temos de pagar…
Eu não vivi no tempo do Estado Novo, nasci em Liberdade, mas vejo todos os dias que os sonhos de Abril, ainda não se realizaram, que o 25 de Abril aos poucos e poucos, tem sido um sonho bom que acabou…
Acho bem Sr. Presidente da Republica, queira mudar, as comemorações de Abril, mas acho que também devia, meter o cravo ao peito e lutar contra tudo isto … e já agora não se esquecer que sem o 25 de Abril, ele não estaria onde está hoje.
25 de Abril SEMPRE!!!!

A breve História de Portugal


História de Portugal em datas




Começo em 136 a.c, claro que já havia populações em Portugal, antes desta data mas nesta data, Portugal torna-se uma província Romana (Lusitânia).
Século VI d.c, dá-se a invasão dos Visigodos.
Século VII, d.c, acontece o domínio Árabe mesmo que parcial.
Em 1095, o Condado Portucalense é entregue pelo Rei de Castela D. Afonso VI ao Conde Henrique de Borgonha, como prenda de casamento.
1139 D. Afonso Henriques, filho do Conde Henrique de Borgonha e Teresa Honraca, vence a batalha de Ourique e é proclamado como o primeiro Rei de Portugal, pelo seu próprio exército, nascendo assim Portugal.
1383 É extinguida a dinastia de Borgonha, Portugal é invadido pelos castelhanos, em 1385, D. João I de Avis liberta Portugal do domínio de Castela e dá origem a uma nova dinastia, a dinastia de Avis.
O infante D. Henrique, o Navegador (1394-1460) impulsiona as viagens de exploração e a conquista de territórios coloniais além-mar.
Em 1415, os Portugueses ocupam o porto marroquino de Ceuta, inúmeras ilhas do Oceano Atlântico, conhecidas desde então como Madeira, Açores, Cabo Verde e ainda a zona do Rio Congo.
1495, D. Manuel I instaura o domínio português na Africa Ocidental (Angola) e Oriental (Moçambique), nas Índias e o Brasil em 1500, pelo Pedro Alvares Cabral. Em 1578, desaparece em Alcácer Quibir El ‘Rei D. Sebastião o desejado, o qual se diz que irá voltar numa manhã de nevoeiro, este foi o último rei da dinastia de Avis, havendo um problema se sucessão uma vez que D. Sebastião era muito novo e não tinha filhos, sobe ao poder o seu Tio D. Henrique O Capelo, em só está no poder até 1580 quando Portugal é ocupado pelas tropas de Filipe II de Espanha, tornando-se assim Filipe II de Espanha e Filipe I de Portugal, começando assim a uma nova dinastia Filipina.
Em 1640 acontece uma revolta com a dinastia Filipina, apoiada por França que leva ao trono o duque D. João VI de Bragança. A guerra que se segue conclui-se, em 1668, com o reconhecimento da independência de Portugal, com D. Afonso VI subindo ao trono de Portugal.
1703 é assinado o tratado de Methuen, uma aliança entre Portugal e a Inglaterra, segundo passa haver uma constante aliança entre os dois países.
Entre 1807 e 1811 e Durante a invasão Napoleónica, o Rei do João VI e a sua corte refugia-se no Brasil, em 1821 regressa a Portugal, chamado pela revolta liberal e anti-inglesa. Nesse ano é ainda aprovada a Constituição.
No Brasil o filho de D. João VI, D. Pedro é proclamado Imperador do Brasil, após o chamado grito do Ipiranga, passando o Brasil a ter a independência total de Portugal. 1834 D. Miguel I, filho do Rei d. João VI, depõe a sua sobrinha D. Maria II e instaura um regime despótico. A ordem é restabelecida com o regresso de D. Pedro do Brasil.
5 de Outubro de 1910 após um período tormentoso de lutas internas e revoltas populares, Portugal torna-se numa república, entre 1914 e 1918 acontece a 1ª Guerra Mundial na qual Portugal participa morrendo vários milhares de Portugueses, na fase do pós 1ª Grande Guerra acentua-se a instabilidade politica, permitindo que a 28 de Maio de 1926 houve-se um golpe de estado militar que institui um regime militar sob a presidência do General António Carmona.
Em 1932 um jovem economista nascido em Santa Comba Dão, seminarista, homem da acção católica torna-se Chefe do Governo, chamava-se António de Oliveira Salazar, que em 1933 consolida a sua ditadura fazendo aprovar uma nova Constituição com base corporativa e confessional e dissolvendo os partidos políticos, nascendo assim o Estado Novo.
Entre 1939 e 1945 Portugal não entra na II Guerra Mundial, Salazar, simpatizante de Mussolini e de Hitler, quando começa a ver que as suas derrotas estão perto alia-se ao Americanos cedendo algumas bases nos Açores as forças aliadas, e em 1949, Portugal assina o pacto de adesão do pacto do Atlântico.
Em 1961 inicia seu curso uma mudança liberalizadora das colónias para com o Império. Salazar, não querendo perder as Colónias, manda para lá as tropas portuguesas, nascendo assim a guerra colonial, onde acabaram por morrer milhares e outros milhares, ficando muitos mutilados e alguns com feridas psicológicas que ainda hoje os afectam bastante. Esta guerra irá durar 13 anos acabando com o 25 de Abril.
Em 1968 Salazar cai da cadeira e fica bastante doente, Operado a 4 de Setembro de 1968 ao hematoma cerebral causado pela famosa queda da cadeira, Salazar piora, e os médicos declaram a sua incapacidade física e psicológica para permanecer no exercício das suas funções.
O Presidente da República Américo Tomás demite Oliveira Salazar, facto que Salazar, o nosso velho ditador, ignorará até ao fim, sendo montado a sua volta um teatro para este pensar que ainda estão nas suas mãos os destinos de Portugal.
Após ouvir cerca de 40 personalidades das elites políticas, militares, assim como figuras financeiras do regime, o Presidente Américo Tomás faz algo que é designar para o lugar de Salazar O Prof. Marcelo Caetano, que tomará posse a 23 de Setembro de 1968.
Sucedendo-lhe o Prof. Marcelo Caetano.
A 25 de Abril de 1974 dá-se o golpe dos militares progressistas, que pretendem acabar com a guerra colonial, com a falta de liberdade, censura e da PIDE, alias policia que faz as únicas vitimas desta revolução, a porta da sede da PIDE é cuspido do macabro edifício da Rua António Maria Cardoso, quando os agentes da repressão vomitam os últimos cartuchos, matando assim 5 civis que se encontravam frente ao edifício. Mesmo no fim, a odiosa e odiada corporação se mostra sanguinária. Se estes homens não tivessem sido carrascos até à ultima hora, a vitoriosa Revolução ter-se-ia realizado sem derramamento de sangue.
Por tudo isto e por todos os anos de repressão e tortura, o povo não arredava pé e continuava clamando por vingança e ansiando pela rendição. O povo não estava sozinho, estava acompanhado pelas Forças do Regimento de Infantaria 1 e da Polícia Militar, coadjuvadas por três pelotões e um destacamento de Fuzileiros navais, que ocupavam posições estratégicas em volta do labiríntico edifício, onde vieram a passar uma noite de vigilância. Por esta altura, a PIDE, em desespero, tenta a fuga. Outros iam-se rendendo ou sendo interceptados pelos militares.
E assim se fez o 25 de Abril, a revolução dos cravos da liberdade. Seguindo a onda de liberdade em 1975 dá-se a independência de Angola e Moçambique a nacionalização de bancos e das industrias, a 25 de Novembro de 1975 existe uma tentativa de contra-revolução de Spínola, substituído pelo General Costa Gomes e por um conselho da Revolução, órgão militar criado para garantir o correcto funcionamento das novas instituições democráticas.
A 25 de Abril de 1976 realizam-se as primeiras eleições livres e democráticas que levam Mário Soares a chefe do Governo e Ramalho Eanes a presidente da república, em 1979 A AD (aliança Democrática) chefiada por Sá Carneiro, vence as eleições e dá origem a um Governo Centrista de Direita, no ano seguinte Ramalho Eanes é novamente reeleito para Presidente da República e Sá Carneiro morre num acidente de viação que ainda hoje faz correr muita tinta.
Em 1986 Portugal entra para a CEE e Mário Soares é eleito Presidente da República, 1987 Uma erigida politica liberal de privatização invade o país devido ao governo do PSD chefiado por Aníbal Cavaco Silva. Após uma década e governo PSD em 1995 o PS vence as eleições, passado a ser António Guterres a ser o novo chefe de Estado. E em 1996 Jorge Sampaio é eleito Presidente da República, sendo reeleito em 2001.
1998 Decorre em Portugal a Expo98 uma exposição Mundial e Portugal adere a União Monetária Europeia.
2001 O Socialista António Guterres demite-se de primeiro-ministro após uma derrota socialista nas eleições autárquicas.
A 1 de Janeiro de 2002, o euro, a moeda europeia, entra oficialmente em circulação acabando com o escudo. No mesmo ano é eleito Durão Barroso do PSD, para primeiro-ministro numa coligação com o Partido Popular liderado por Paulo Portas.
Em 2004 após a nomeação de Durão Barroco para presidente da Comissão Europeia, este abandona o Governo, promovendo uma pequena crise, o chefe de Estado nomeia Pedro Santana Lopes para primeiro-ministro, lugar que ocupa somente durante 3 meses. Jorge Sampaio recorrendo a um direito que a constituição lhe confere, demite Santana Lopes e provoca eleições antecipadas em 2005 vencendo essas eleições José Sócrates.
Finalmente a 9 de Março de 2006, Aníbal Cavaco Silva o antigo primeiro-ministro do PSD é eleito presidente da república.
Estou certo que muitas outras datas, são igualmente importantes senão mais, mas também não queria fazer um textos muito extenso e “chato”, ficam quanto a mim alguns dos factos mais importantes da nossa história.

Universidades

Universidades em Portugal




Hoje em dia é o grande tema de discussão e debate, as Universidades em Portugal, quer sejam em jornais, quer sejam em debates na TV, quer sejam em debates de mesas de café.
Uma universidade é uma instituição de educação superior, pesquisa e extensão, com concessão de graus académicos e em Portugal eles são:
Bacharelato, Licenciatura, Mestrado e Doutoramento.
As Universidade tem uma história muito rica e muito antiga, dentro da definição moderna, as primeiras universidades surgiram na Europa medieval, durante o Renascimento do Século XII.
Numa definição mais abrangente, a Academia, foi fundada em 387 a.C pelo filósofo grego Platão no bosque de Academos próximo a Atenas, pode ser entendida como a primeira universidade. Nela os estudantes aprendiam filosofia, matemática e ginástica.
As primeiras universidades na Europa foram fundadas na Itália e na França para o estudo do direito, medicina e teologia. Antes disso, instituições semelhantes existiam no mundo islâmico, sendo a mais famosa a do Cairo. Na Ásia, a instituição de ensino superior mais importante era a de Nalanda, em Bihar, Índia, onde viveu no século II o filosofo Budista Nagarjuna.
Na Europa rapazes encaminhavam-se à universidade após completar o estudo do trivium: as artes preparatórias da gramática, retórica e lógica; e do quadrivium : aritmética, geometria, música e astronomia.
No caso Português a primeira instituição portuguesa foi criado por El’Rei D. Diniz em Lisboa na Rua das Escolas Gerais em Alfama, edifício que ainda hoje existe. Contudo e devido ao barulho causado pelos Estudantes nas ruas de Alfama, El’Rei vê-se obrigado a mudar a Universidade para Coimbra, ficando assim conhecida pela mais antiga fundada no século XIII inicio do século XIV, sendo ainda uma das 10 mais antigas da Europa em funcionamento continuo.
Universidades são normalmente instituídas por um estatuto ou carta. No Reino Unido, uma universidade é definida por uma carta real e apenas instituições com tal documento podem oferecer diplomas de quaisquer tipos.
Nas últimas décadas do século XX, um certo número de universidades com mais de 100.000 estudantes foi criado, ensinando através de técnicas de aprendizado à distância.
Temos ainda o caso das universidades para trabalhadores que pretendem continuar os seus estudos, mas que infelizmente não podem estar presentes nas aulas, como é o caso da famosa Universidade Aberta que é instituição de e ensino a distância, complementarmente, a Universidade Aberta procura ainda corresponder às expectativas de quantos, tendo eventualmente obtido formação superior, desejam reconvertê-la ou actualizá-la; o que significa que, por vocação, procuramos captar um público adulto, com experiência de vida e normalmente já empenhado no exercício de uma profissão.
Criada em 1988, a Universidade Aberta resultou do labor de reflexão doutrinária e de formação técnica levado a cabo durante alguns anos pelo Instituto Português de Ensino a Distância.
A partir da sua criação, a Universidade Aberta tratou de aprofundar o trabalho anteriormente iniciado, formando docentes e técnicos, concebendo, lançando e leccionando cursos, de acordo com uma filosofia de prestação de serviço público. A nossa dimensão actual resulta deste trajecto: temos cerca de 9 mil estudantes (em Portugal, nos países africanos de língua oficial portuguesa e em muitas outras partes do mundo), tendo ainda delegações em Coimbra e no Porto e centros de apoio em todas as capitais de distrito.
Finalmente nos anos 80, nascem em Portugal as chamadas Universidade Privadas, que aparecem para combater a falta de vagas nas universidades públicas e ainda, correspondente à velha e bela norma e conquista democrática do pós-25 de Abril " Ensino Universal, Obrigatório e Gratuito! ", conquista essa que nunca se realizou.
Sejamos realistas com a era da globalização e da tecnologia as Universidades Privadas, acabam por estarem mais actualizadas com aquilo que se passa a sua volta. Tendo um diálogo mais ecuménico com todos os alunos.
Hoje temos Universidades Privadas com um ensino superior de qualidade com um grande e insubstituível motor de modernização e desenvolvimento da Sociedade, no quadro interdisciplinar e interdepartamental das "Novas Humanidades" e das "Novas Tecnologias", não ficando em nada atrás das Universidades Públicas.
Ao contrário do que acontece noutros países da Europa, as Universidades Privadas ainda são olhadas com desconfiança… Primeiro porque se desconfia dos docentes, acontece quem em grande parte das vezes dos docentes, que dão aulas nas Universidades Privadas, também são professores nas públicas, assim sendo como é que numa lado são betas e ou outro são bestiais?
Fala-se das cadeiras que são leccionadas nas universidades privadas, mas se as mesmas são assim tão más, como que é que sempre que um aluno de uma universidade privada pede transferência para uma pública, tem muitas equivalências?
Fala-se ainda que os alunos que saem das universidades privadas, estão mal preparados para a vida profissional, que isso fosse verdade, não existiriam tantos ex-alunos em lugares de destaque na vida activa.
Curiosamente só não se fala que os alunos das Universidade privadas, pagam duas vezes a sua educação, primeiro pelos impostos que pagam e depois pelas mensalidades astronómicas dentro das universidades privadas…
Ao longo destas décadas tem havido poucas ajudas estatais as chamadas Universidades Privadas, constitua-se a gastar o dinheiro dos contribuintes em estádios de futebol, em projectos de Aeroportos que não levam a lado nenhum, gasta-se milhões em coisas “parvas” mas no ensino superior muito pouco, ninguém fala em Universidades ou Escolas Superiores publicas, que gastam milhares dos euros dos contribuintes, e tem poucas dezenas de alunos e onde os docentes, não tem mestrados e em alguns casos nem licenciaturas, mas desses ninguém fala…
Na minha opinião, já chega de se dizer tão mal do ensino privado, em Portugal e apostar mais na formação, de um povo que ainda está muito atrás da média europeia.

Tabaco

Tabaco
Os “fumadores” novos criminosos do século XXI



Como disse o grande poeta, Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…
Durante décadas e principalmente a partir de meados do século XX, com ajuda de técnicas avançadas de publicidade e marketing, que se desenvolveram nesta época.
As pessoas eram “empurradas” para te tornarem fumadores, até os próprios médicos aconselhavam os seus pacientes a fumarem, dizendo-lhes que ajudava, quem sofria de asma e tinha problemas respiratórios.
Os apresentadores de TV, apareciam a fumar as estrelas de Cinema, todos fumavam e faziam campanhas de tabagismo, era considerado chique e fino fumar.
Só a partir da década 60, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante, mas eram negados por governos do mundo inteiro, e no na década de 90 e que começam a aparecer casos confirmados de problemas graves de saúde causados, pelo tabaco.
Mas o que é o tabaco afinal?
O tabaco vem da planta Nicotiana Tabacum e é uma substância estimulante. Pode ser encontrado em forma de charuto, cigarro (com ou sem filtro), cachimbo, rapé e tabaco de mascar. O tabaco é principalmente fumado, mas pode também ser inalado ou mastigado. Tem uma acção estimulante.
A combustão do tabaco produz inúmeras substâncias como gases e vapores, que passam para os pulmões através do fumo, sendo algumas absorvidas pela corrente sanguínea. Essas substâncias são:
Nicotina: A nicotina é o alcalóide da planta do tabaco. Quando chega ao Sistema Nervoso Central, actua como um agonista do receptor nicotínico da acetilcolina. Possui propriedades de reforço positivo e viciantes devido à activação da via dopaminérgica mesolímbica. Aumenta também as concentrações da adrenalina, noradrenalina, vasopresina, beta endorfinas, ACTH e cortisol, que parecem influir nos seus efeitos estimulantes.
Substâncias irritantes (como a acroleína, os fenóis, o peróxido de nitrogénio, o ácido cianídrico, o amoníaco, etc): provocam a contracção bronquial, a estimulação das glândulas secretoras da mucosa e da tosse e a alteração dos mecanismos de defesa do pulmão.
Alcatrão e outros agentes cancerígenos (como o alfabenzopireno): contribuem para as neoplasias associadas ao tabaco.
Monóxido de carbono: provocam a diminuição da capacidade de transporte de oxigénio por parte dos glóbulos vermelhos.
O tabaco tem a sua origem na planta Nicotina tabacum deve o seu nome ao médico Jean Nicot que popularizou o seu uso na Europa. Esta planta, juntamente com cerca de mais de cinquenta outras espécies, faz parte do grupo nicotínico.
É originária da América onde era usada, antes da descoberta deste continente, pelos seus efeitos alucinogéneos. É difundida na Europa, após a viagem de Colombo, em parte devido à crença no seu valor terapêutico. A procura do tabaco fez com que a coroa espanhola se apropriasse do monopólio do seu comércio. Mais tarde, os franceses e ingleses juntam-se aos espanhóis, contribuindo para a expansão desta substância, o que origina fortes repressões por muitas autoridades. A título de exemplo, refira-se que Fedorovich dava ordens de tortura a qualquer consumidor até que este confessasse quem tinha sido o seu fornecedor, para depois mandar cortar o nariz a ambos. Também o sultão Murad IV castigava com decapitação, desmembramento ou mutilação quem encontrasse a fumar.
A partir do século XVIII, o levantamento das proibições permite um crescimento gradual do consumo de tabaco. Este consumo era principalmente feito por aspiração nasal, apresentando-se o produto em forma de pó fino ou resíduos (neste último caso, era-lhe atribuído o nome de rapé). O tabaco era também enrolado ou recheado de triturado. Crê-se que o cigarro surgiu das navegações transatlânticas, durante as quais eram apanhados os restos de tabaco, que estavam a ser transportados para a Europa, e enrolados em papel (dado que as folhas inteiras da planta pertenciam à coroa).
Começando por ser um consumo de marinheiros, pensa-se que em 1800 já se tinha alargado a outros estratos sociais na Península Ibérica e no Meditarrâneo. Para a sua expansão pelo resto da Europa, em muito contribuíram as guerras napoleónicas.
Na segunda metade do século XIX, o monopólio da fabricação dos cigarros passa a ser dos anglo-saxões. A partir desta altura, o tabagismo passa a afectar quase metade da população mundial.
Hoje em dia esta mais que provado que o consumo pode provocar hipotonia muscular, diminuição dos reflexos tendinosos, aumento do ritmo cardíaco, da frequência respiratória e da tensão arterial, aumento do tónus do organismo, irritação das vias respiratórias, aumento da mucosidade e dificuldade em eliminá-la, inflamação dos brônquios (bronquite crónica), obstrução crónica do pulmão e graves complicações (enfisema pulmonar), arteriosclerose, transtornos vasculares (exemplo: trombose e enfarte do miocárdio).
Em fumadores crónicos podem surgir úlceras digestivas, faringite e laringite, afonia e alterações do olfacto, pigmentação da língua e dos dentes, disfunção das papilas gustativas, problemas cardíacos, má circulação (que pode levar à amputação) e cancro do pulmão, de estômago e da cavidade oral.
O tabagismo materno influi no crescimento do feto, especialmente no peso do recém-nascido, aumento dos índices de aborto espontâneo, complicações na gravidez e no parto e nascimentos prematuros.
A vitamina C é destruída pelo tabaco, daí que se aconselhe os fumadores a tomar doses extra de antioxidantes (vitaminas A, C e E), para ajudar a prevenir certos tipos de cancro.
Está igualmente provado que o tabaco provoca, dependência a nicotina do tabaco sendo esta uma das drogas que mais dependência provoca.
Assim sendo os fumadores no século XXI são tratados quase como criminosos e os governos criam leis anti- tabaco e Portugal, não poderia ficar atrás e também criou a sua lei anti-tabaco e ela diz:
A lei vai impor a proibição de fumar nos locais de trabalho. Ressalva no entanto a possibilidade das empresas criarem locais específicos para se poder fumar sem afectar os colegas de trabalho. Mas esses locais têm que ter ventilação separada do resto do edifício.
Nos restaurantes, bares e discotecas a regra também muda. Vale agora a proibição total de fumar nestes locais.
Os lares de idosos e locais frequentados por menores de 16 anos ficam também vedados ao fumo. A nova lei anti fumo do tabaco quer proteger os fumadores passivos mas também quem nunca fumou na vida. Assim avança a proibição da venda de cigarros a menores de 16 anos. Essa proibição aplica-se também às máquinas de venda automática de tabaco.
A forma de controlar o acesso à compra directa nessas máquinas ainda não está decidida, mas pode ser seguido o exemplo de outros países através de um cartão de acesso.
A lei, logo que esteja aprovada, contempla ainda uma revisão em alta das multas aplicadas a quem não a cumprir. Multas que se multiplicam por 50 em relação às que estão em vigor. Quem fumar num local proibido pode ser multado de 50 a 2500 euros.
A nova lei proíbe toda a publicidade ou promoção ao consumo de tabaco com multas até so 30 mil euros para as empresas.
Há mais um dado: as tabaqueiras ficam proibidas de lançar ou patrocinar campanhas de prevenção contra os cigarros. Quem não cumprir pode ter que pagar 30 a 45 mil euros de coima.
Eu sou fumador, convicto e praticante há mais de 15 anos e quando começo a imaginar esse clima de fundamentalistas a apoiarem uma lei que me obrigue a ser revistado à entrada de um café para confirmar se tenho tabaco, começam-me a dar dores de cabeça pela falta de nicotina. Durante mais de uma década que mais de metade do que pago pelos meus cigarros vão directamente para os cofres do estado, esse mesmo estado trata-me como um criminoso, é permitido dar um “chuto” com droga na via pública em frente a crianças, porque coitadinhos dos “drogados” são dependentes, mas nós os fumadores não, temos de estar escondidos.
Eu sou o primeiro a concordar, que as outras pessoas não são obrigadas a respirarem o meu fumo. No entanto, penso que terão de permitir a existência de espaços públicos (cafés; restaurantes; bares) devidamente sinalizados, para aqueles que querem fumar e para aqueles que não se sentem muito incomodados.
Como também acho que o fumos dos autocarros e de outras viaturas também deviam ser mais vigiados, pois ainda fazem pior que o fumo de um cigarro… Também esta provado que os cabos de alta tensão fazem mal a saúde e as câmara municipais continuam a os meter junto das habitações
O futuro revela-se negro para muitos fumadores que vão ter de deixar de fumar onde querem e onde não querem…
Além disse o nosso governo, apoia pouco quem quer deixar de fumar, pois os medicamentos para deixar de fumar continuam a não ser comparticipados pelo estado.
Volto a dizer que sou a favor de zonas de não fumadores desde que existam zonas de fumadores… Pois todos temos direito a vida…

Henrique Tigo