sábado, junho 13, 2009

Santo António

Santo António


Como Lisboeta sou devoto de Santo António, o primeiro quadro que pintei foi um Santo António, que ofereci ao Comendador Gil Antunes, criador e director do Museu do Santo.
O Santo António de Lisboa, ou de Pádua, foi um protector dos pobres, o auxílio na busca de objectos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas do coração, daí ser conhecido e particularmente venerado popularmente como “casamenteiro”.
Santo António, era um frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.
Contam os livros de história e teologia que o santo nasceu em Lisboa, em 15 de Agosto de 1195, e recebendo o nome de baptismo de Fernando, era o único herdeiro de Martinho, nobre pertencente ao clã dos Bulhões y Taveira de Azevedo.
Sua infância foi tranquila, sem maiores emoções, até que resolveu optar pelo hábito, Fernando preferia a solidão das bibliotecas e dos oratórios às discussões religiosas, isso pelo menos até um grupo de franciscanos cruzar seu caminho, este encontro, por acaso, numa das ruas de Coimbra marcou-o para sempre, resolvendo então dedicar-se a fé, a sua escolha recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho.
Santo António era um pregador inspirado, as suas pregações eram tão controversas que chegavam a alterar a rotina das cidades, provocando o fechamento adiantado dos estabelecimentos comerciais, de pregação em pregação, de povoado em povoado, o santo chegou a Pádua, uma vez lá, converteu um grande número de pessoas com seus actos e suas palavras.
Foi para esta cidade que ele pediu que o levassem quando seu estado de saúde piorou, em Junho de 1231. Santo António, porém, não resistiu ao esforço e morreu no dia 13, no convento de Santa Maria de Arcella, às portas da cidade que baptizou de "casa espiritual". Tinha apenas 36 anos de idade.
O pedido do religioso foi atendido dias depois, com seu enterro na Igreja de Santa Maria Mãe de Deus. Anos depois, seus restos foram transferidos para a enorme basílica, em Pádua.
O processo de canonização de frei António encabeça a lista dos mais rápidos de toda a história. Foi aberto meses depois de sua morte, durante o pontificado de Papa Gregório IX, e durou menos de ano.
Santo António de Lisboa, tem direito a um feriado, o feriado de Lisboa a 13 de Junho (data do seu falecimento) é em seu tributo a este Santo Popular e muito amado.
Lisboa está cheia de testemunhos deste Santo, os museus e bibliotecas portuguesas possuem quase tudo o que um erudito pode querer saber sobre este português fora do vulgar, que viveu nos primórdios da nacionalidade.
Santo António, torna-se assim um dos santos de maior devoção de todos os povos e sem dúvida o primeiro português com projecção universal.



Texto e ilustração de Henrique Tigo