quarta-feira, outubro 19, 2005

Dia de todos os Santos


Dia de Todos os Santos

No início do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como "O Dia de Todos os Santos".
No século X, a Igreja dedicou o dia 2 de Novembro às almas, em memória de todos os falecidos. A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada em honra de todos os Santos e Mártires conhecidos ou não. A Igreja Católica Romana celebra a Festum omnium sanctorum a 1 de Novembro, seguido do dia dos fiéis defuntos a 2 de Novembro.
A Igreja Ortodoxa Oriental celebra esta festividade no primeiro domingo depois do Pentecostes que é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos e a Virgem Maria mãe de Jesus Cristo se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo, inspirador de todos os seus trabalhos desta Igreja.
No Cenáculo, desde a sua fundação a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo. Então depois de Pentecostes, fecha assim a época litúrgica da Páscoa que já falei noutro artigo.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o dia dos finados é a 2 de Novembro e não o dia 1 de Novembro sendo então o dia 2 de Novembro o dia que foi estabelecido pela Igreja Católica Romana com o objectivo de enaltecer o culto dos mortos, mais precisamente dos que se encontram no Purgatório e que precisam de auxílio na caminhada até ao Paraíso.
Inicialmente, este ritual não se comemorava nos cemitérios. Só com o tempo é que a festa evoluiu e se fez acompanhar de velas e flores nas campas.
O culto dos mortos existe em quase todas as culturas do mundo, mas é vivido de forma diferente.
Em Portugal e noutros países da Europa, o Dia dos Finados é celebrado com tristeza e dor, uma vez que são recordadas pessoas queridas que já faleceram. No entanto, noutras regiões do globo, nomeadamente no México, este é um dia comemorado com alegria, uma vez que é considerado um dia de comunicação com os entes queridos que já partiram para uma nova vida.
Já para não falar do Halloween nos Estados Unidos da América. Todos nós já ouvimos falar de Halloween mas sabia que Halloween vem de Dia de Todos os Santos? Este diz-se em inglês All Hallows Day.
Como se sabe, a noite anterior a este dia é muito importante, por isso Halloween é uma abreviatura de All Hallows Even - "Noite de Todos os Santos" em que se acreditava que na Noite das Bruxas os fantasmas voltavam à Terra em busca de alimento e companhia para levarem para o outro mundo.
Assim, as pessoas pensavam que encontravam almas penadas se saíssem de casa nessa noite, por isso, para não serem reconhecidas pelos fantasmas, usavam máscaras quando saíam de casa, para serem confundidas com espíritos que andavam à solta a tentarem apanhar almas vivas e para manter os espíritos longe de casa, as pessoas colocavam tigelas de comida à porta para os satisfazer e os impedir de entrar.
Também para se proteger, carregam lanternas, porque a luz e os fantasmas não se dão muito bem... Uns são da noite e das trevas (escuridão e morte) e a luz significa a vida.
Entre nós em Portugal é tradição é bem diferente e não tão festiva pois nós só enfeitamos os cemitério usando flores e velas que são acendidas para iluminar os falecidos no caminho até ao Paraíso e em todas as igrejas são missas rezadas.

Henrique Tigo

segunda-feira, outubro 17, 2005

Turquia na Europa

A História da Entrada da Turquia na União Europeia

A Turquia foi aceite em 1997 como possível candidata à União Europeia (UE) e passou a candidata oficial em 1999. A Comissão Europeia recomendou que se iniciassem negociações de adesão e, em Dezembro de 1999, os chefes de estado europeus e os chefes de governo ratificaram a proposta para uma calendarização das negociações no sentido duma possível integração nos próximos 15 anos.
Num relatório apresentado à Comissão o Comissário Europeu, Gunter Verheugen, alemão, da linha da esquerda europeia, não vê obstáculo ao ingresso no que respeita ao cumprimento dos critérios democráticos e de justiça de Estado na Turquia.
Os partidos conservadores, advogam o estatuto de parceria privilegiada entre a Turquia e a UE conseguiram modificações no relatório, de maneira a possibilitarem a suspensão das negociações ao longo do processo.
O processo inovador iniciado na Turquia por Ataturk há 80 anos e que se tem mantido, deve-se à acção moderadora do aparelho militar, garante da herança de Ataturk, e aos interesses da OTAN na Turquia como membro estratégico nos tempos da guerra-fria.
A entrada da Turquia na UE tem um potencial de dez milhões de emigrantes para a Alemanha, no dizer de especialistas. A Turquia seria o país da Europa com mais habitantes.
A crença numa adaptação forçada da Turquia ignora a sua história. Enquanto que politicamente a Europa se compreende como uma sociedade secular de valores, sem religião de preferência, a sociedade turca compreende-se como uma sociedade islâmica sem separação entre religião e conduta de vida.
Existem varias resistências à entrada da Turquia na UE. A Europa quer provar que a Turquia está a caminho de mudanças: as últimas pesquisas mostram que mais de 50% dos europeus são contra a entrada da nação na UE.
Do ponto de vista europeu a Turquia tem de "se modernizar" em sectores como nos direitos humanos e tendo uma politica democrática e antes de entrar – o processo deve segundo estimativas, estão pronto daqui a dez anos e depois de muitos ajustes político-económicos.
Por isso, a tentativa da Áustria de barrar as negociações para o ingresso do país pode ser considerada apenas um "aperitivo" do que está por vir. O risco de fracasso é alto e a quantidade de barreiras a serem superadas, enorme. Os europeus, cada vez mais preocupados com a própria segurança social, acreditam que incluir um país grande e pobre como a Turquia pode ser oneroso demais para a União Europeia. Cabe à nação Turca reverter este quadro.
Contudo, a Turquia conta com Aliados importantes. Com a confusão política que se instalou na Alemanha após o indefinido resultado das eleições de 18 de Setembro, que deve levar à formação de uma "grande coalizão" entre SPD e CSU-CSU para governar o país, a Turquia corre o risco de perder um grande aliado – o chanceler federal Gerhard Schröder (SPD).
Políticos democratas cristãos da Alemanha, por outro lado, devem manter a pressão sobre a Turquia, defendendo uma "parceria privilegiada" com o país no lugar da adesão completa à UE.
Obviamente a União Europeia não teria aprovado as negociações se não tivesse interesses relacionados à Turquia. A parceria com o país, que vem dando passos em direcção à uma democracia aos moldes ocidentais, teria um papel-chave no reforço da estratégia de segurança da Europa.
Os Estados Unidos da América que naturalmente exercem considerável influência sobre a UE, estão entusiasmados com a entrada da Turquia na União Europeia o que seria, segundo a Casa Branca e o Presidente Bush, um passo importante "para a democratização do Oriente Médio".
Apesar de tudo isto ainda é muito cedo para a Turquia cantar vitória, uma vez que se prevê que as negociações ainda durem muitos anos.

Henrique Tigo