segunda-feira, setembro 24, 2007

Piropo

O Piropo



Todos nos associamos o Piropo, aquelas palavras vulgares gritadas dos andares dos edifícios em obras, como por exemplo:
“Tu és linda demais, só tens um problema: a tua boca está muito longe da minha!...”; “Qual é o caminho mais rápido para chegar ao teu coração?...” “Eu não acreditava no amor à primeira vista. Mas quando te vi mudei de ideias…” “Este lugar está vago”; “O que fazes da vida”; Não nos conhecemos de algum lado?”..
Todos já usamos uma destas formas de piropo, pelo menos uma vez na vida, mas o belo do piropo é mais que isso, é uma peça da nossa identidade da nossa cultura mediterrânea, só os países mediterrâneos tem a tradição do Piropo…
Mas o piropo é mais que isso, pode ser uma manifestação de amor, de carinho e quando menos esperamos que surge, aí está ele que nos faz sorrir... Um piropo pode ser como um abraço, um beijo… até pode ser um amigo que atira um piropo para o ar e nos faz erguer os olhos para o céu e ver que é azul... É assim que surge esta co-produção... piropos dedicados, qual rosas ofertadas com carinho, coleccionados com avidez e publicados com vontade... para partilhar com outros que neles possam colher inspiração...
O Piropo é uma coisa muito nossa, é tão antigo como o cozido a Portuguesa, ou as festas de Santo António, já muitos namoros/casamentos, nasceram após o piropo.
Os nossos avós e pais, já usavam o piropo para conhecerem aquele ser especial, e que muitas vezes não tinham coragem ou outra forma de o dizer, e utilizavam o piropo.
Claro que como tudo há quem passe dos limites, mas desta vez quem passou dos limites foi o Governo, agora é “crime” mandar um piropo, pode ir a simples coima a uma pena de prisão que pode ir até a 1 ano de prisão… Não sei bem como, há alguma tabela de preços, se eu disser isto é tanto se disser aquilo e tanto?. E como passa da coima para a prisão?.
Estou a acabar com a nossa identidade, já acabaram com a sandes de Couratos, já acabaram com o escudo, qualquer dia acabam com o pastel de Belém e com os ranchos folclóricos….
Nem no tempo do Salazar, a PIDE ou a própria Censura, fez uma coisa destas.
Sou a favor do piropo, feito com carinho e juizinho!